Arquivo da tag: Somália

Menina Somali em Dadaab [Imagem do Dia]

A Somali refugee girl sits perched on a tree in Ifo camp, Dadaab in Kenya / Copyright: Brendan Bannon

 

Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que tu ouças?

Até quando gritarei a ti: “Violência!” se que tragas salvação?

Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição…

Aguardarei para ver o que o Senhor me dirá e que resposta terei à minha queixa.

palavras de um antigo profeta hebreu

Habacuque

‘Cultura cristã é superior à islâmica’, afirma escritora Ayaan Hirsi Ali, ex-muçulmana

Em entrevista a CartaCapital, escritora Ayaan Hirsi Ali, ex-muçulmana, defende a conversão de islâmicos ao cristianismo para conter extremistas religiosos.

[Gabriel Bonis, CartaCapital, 18 out 11] Em 1992, Ayaan Hirsi Ali foi para a Holanda fugindo de um casamento arranjado pelo pai. No pequeno país europeu, onde viveu como refugiada e depois cidadã, a somali viu seus valores islâmicos entrarem em colapso. Passou de militante da Irmandade Muçulmana à agnóstica, parlamentar e crítica ao Islã.

Na Holanda, despertou a ira dos muçulmanos ao produzir o curtaSubmissão (2004), no qual uma muçulmana aparece vestida com uma burca parcialmente transparente, enquanto reza e critica o Islã. O vídeo resultou no assassinato de Theo van Gogh, diretor holandês do filme, por um extremista religioso.

Mutilada genitalmente na infância, a autora do best seller de memórias Infiel virou alvo de extremistas religiosos. Atualmente vive sob escolta nos EUA, de onde conversou com o site de CartaCapital, por telefone, sobre seu novo livro, Nômade (Companhia das Letras, 392 págs., R$ 46,00).

O trabalho traz uma postura polêmica da autora: o Ocidente precisa enxergar o perigo do Islã. Ali sugere também que o cristianismo conquiste os muçulmanos para conter os extremistas. Continue lendo

Al-Qaeda tenta nova tática na Somália: filantropia

Distribuição de comida em área afetada pela crise de fome levanta uma questão: que tipo de grupo é a Al-Qaeda atualmente?

[Jeffrey Gettleman,The New York Times, Último Segundo,  19 out 11] A Al-Qaeda não é conhecida por suas atividades filantrópicas, mas neste fim de semana o grupo terrorista parece ter se ramificado em um novo negócio na Somália: a distribuição de ajuda humanitária.

Em uma cena surreal, um homem com um lenço colocado sobre o rosto se posicionou no meio de um acampamento cheio de pessoas morrendo de fome e anunciou que ele tinha vindo para a Somália, em nome de Ayman al-Zawahri, líder da Al-Qaeda, e que o grupo estava ansioso para ajudar as vítimas da fome.

“Nossos queridos irmãos e irmãs na Somália, estamos acompanhando sua situação diariamente”, disse o homem, identificado como Abu Abdulla Almuhajir. Continue lendo

Para ONU, 750 mil somalis correm risco de morte por causa da fome

Refugiados aguardam por alimentos na Somália, onde a ONU declarou sexta região em estado de fome

[Folha SP, 5 set 11] A crise alimentar na Somália se estendeu a Bay, a sexta região do sul do país na qual foi declarada estado de fome de um total de oito, e ameaça se expandir ainda mais nos próximos meses, informou nesta segunda-feira a ONU em comunicado divulgado em Nairobi.

Segundo o órgão, a saúde de 750 mil pessoas corre um risco iminente e pode levá-las à morte na Somália, onde cerca de 3,5 milhões de pessoas, aproximadamente metade da população do país, sofrem com a crise alimentar. Continue lendo

Maior campo de refugiados do mundo faz 20 anos em crise humanitária

Construído em 1991 para abrigar 90 mil pessoas, Dadaab tem hoje 380 mil. G1 visitou campo no Quênia, atualmente em emergência por superlotação.

[G1, 12 ago 11] Há 20 anos, a rotina se repete: eles chegam sem nada além da roupa do corpo, exaustos das caminhadas de semanas, às vezes meses, famintos em busca de abrigo. Os portões de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, no Quênia, nunca se fecham – e o complexo, projetado para abrigar 90 mil moradores, está lotado. Nos últimos meses, superlotado: a pior seca no Chifre da África em 60 anos está levando diariamente ao menos 800 pessoas a bater nas portas de Dadaab. O G1 esteve no campo entre os dias 1º e 3 de agosto e mostra numa série de reportagens a estrutura, o dia a dia e as dificuldades de quem vive de forma permanente numa casa temporária. Continue lendo

Refugiados somalis lotam capital após saída dos rebeldes

[Reuters, 8 ago 11] Milhares de refugiados somalis, fugindo da fome e de anos de violência, chegaram a Mogadício nesta segunda-feira em busca de comida depois da retirada dos rebeldes islâmicos da capital.

Os insurgentes do Al Shabab, supostamente afiliada da Al Qaeda, começaram a tirar seus combatentes de Mogadício no fim de semana, aumentando as esperanças de que grupos humanitários serão capazes de intensificar as entregas após anos de bloqueios impostos pelo grupo.

Moradores locais disseram que longas filas de refugiados se dirigiam para a cidade a fim de escapar da pior seca em décadas da região. Os suprimentos existentes já estavam diminuindo. Continue lendo

Deslocados internos pela fome na Somália ultrapassa 100 mil

[ONU Brasil, 26 jul 11] Mais de 100 mil deslocados internos chegaram à capital da Somália, Mogadíscio, nos últimos meses em busca de alimentos, água e abrigo. A informação foi dada nesta terça-feira (26/07) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

De acordo com a porta-voz da agência, Vivian Tan, o número de deslocados tem aumentado diariamente, com uma média de mil novas chegadas no mês de julho. Este aumento tem dificultado a entrega de alimentos, insuficiente para atender todas as demandas. Continue lendo

Seca, pobreza e ausência do Estado agravam a fome na Somália

ONU declara estado de fome em duas regiões do sul da Somália gravemente afetadas por aquela que pode ser a pior seca das últimas décadas no Chifre da África.

[DW, 20 jul 11] Nesta quarta-feira (20/07), as Nações Unidas declararam estado de fome em duas regiões do sul da Somália controladas pelos rebeldes islamitas shebab e atingidas pela grave seca, advertindo para a possibilidade de a situação se alastrar para todo o sul do país. As regiões são o sul de Bakool e Lower Shabelle.

A ONU estima que cerca de metade da população somali – que soma cerca de 3,7 milhões de pessoas, das quais 2,8 milhões vivem no sul – estão em situação de crise. Mais de 10 milhões de pessoas são atingidas na região do Chifre da África pela seca que, segundo as Nações Unidas, poderá ser a pior das últimas décadas. Continue lendo

Seca e fome atingem Somália

População busca abrigo no Quênia e na Etiópia

[Planetasustentável, 18 jul 11] Dezenas de milhares de pessoas estão fugindo da seca e da fome na Somália, em busca de alimentos e água em campos de refugiados no Quênia e na Etiópia, relata a ABC News. A crise surgiu por uma combinação letal de uma seca de dois anos, um enorme aumento mundial dos preços de alimentos e uma brutal guerra civil na Somália, onde grupos de ajuda têm dificuldade de operar. Os somalis estão andando até 60 quilômetros para chegar ao complexo de Dadaab, no leste do Quênia, o maior campo de refugiados do mundo. A trilha pode levar semanas, numa área desolada, a não ser pelas carcaças encontradas pelo caminho. Continue lendo

Conflitos na Somália superlotam campo de refugiados no Quênia

Foto: AP – Crianças somalis em campo de refugiados de Dadaab, no leste do Quênia

Mesmo em condições de vida ruins e sob recrutamento de islâmicos radicais, somalis que cresceram em Dadaab se negam a voltar

Quando era um jovem em 1991, Abdullahi Salat chegou a Dadaab, no Quênia, fugindo da guerra civil em seu país, a Somália, e encontrou pouco mais do que arbustos e algumas barracas. A mulher que trabalhava para as Nações Unidas e saudou-o no porto seguro, então quase vazio, mostrou-lhe a sua barraca e colocou um punhado de sementes na palma de sua mão.

“Plante-as. Aqui é quente”, lembra-se Salat, agora com 29 anos, de ter ouvido a mulher falar. Mas, em resposta, ele disse que não plantaria naquele dia, que Dadaab não era seu lar e acreditava que iria se mudar em breve. Hoje, conta, “as árvores estão bastante grandes”.

Ao longo dos anos desde que Salat chegou a Dadaab – região árida do Quênia, a cerca de 50 quilômetros da fronteira com a Somália – a população de refugiados local aumentou para cerca de 300 mil, praticamente todos somalis, tornando-a o maior complexo de refugiados no mundo, segundo oficiais da ONU, e uma das maiores cidades do Quênia.

No próximo ano, Dadaab comemorará o seu 20º aniversário. Mas, conforme os conflitos da Somália seguem adiante, a atitude do Quênia para com os somalis têm esfriado e esse conjunto de campos de refugiados se tornou um incômodo problema político e, alguns afirmam, fonte de insegurança. Continue lendo