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Brasil é elogiado, mas fica entre 100 piores em ranking de trabalho escravo

exploração sexual infantilSexta maior economia do mundo, o Brasil ainda está entre os cem países com os piores indicadores de trabalho escravo, segundo o primeiro Índice de Escravidão Global.

O Brasil ocupa o 94º lugar no índice de 162 países (com a Mauritânia no topo da lista, apontado como o pior caso). Trata-se da primeira edição do ranking, lançado pela Walk Free Foundation, ONG internacional que se coloca a missão de identificar países e empresas responsáveis pela escravidão moderna.

[Maurício Moraes, BBC Brasil, 17 out 2013] Um relatório que acompanha o índice elogia iniciativas do governo brasileiro contra o trabalho forçado, apesar do país ainda ter, segundo estimativas dos pesquisadores, cerca de 200 mil pessoas nesta condição.

Segundo o índice, 29 milhões de pessoas vivem em condição análoga à escravidão no mundo; são vítimas de trabalho forçado, tráfico humano, trabalho servil derivado de casamento ou dívida, exploração sexual e exploração infantil.

Nas Américas, Cuba (149º), Costa Rica (146º) e Panamá (145º) são os melhores colocados, à frente dos Estados Unidos (134º) e Canadá (144º), dois países destinos de tráfico humano. O Haiti ocupa o segundo pior lugar no ranking geral, sobretudo por causa da disseminada exploração de trabalho infantil.

O pesquisador-chefe do relatório, professor Kevin Bales, disse em nota que “leis existem, mas ainda faltam ferramentas, recursos e vontade política” para erradicar a escravidão moderna em muitas partes do mundo.

Brasil

No Brasil, o trabalho análogo à escravidão concentra-se sobretudo nas indústrias madeireira, carvoeira, de mineração, de construção civil e nas lavouras de cana, algodão e soja.

A exploração sexual, sobretudo o turismo sexual infantil no nordeste, também são campos sensíveis, segundo o relatório, que cita ainda a exploração da mão de obra de imigrantes bolivianos em oficinas de costura.

Através de informações compiladas de fontes diversas, os pesquisadores calcularam um percentual da população que vive nessas condições — foi assim que a ONG chegou à estimativa de que cerca de 200 mil brasileiros são vítimas da escravidão moderna.

Apesar do quadro ainda preocupante, as ações do governo brasileiro contra o trabalho escravo são consideradas “exemplares”.

A ONG elogia ainda o Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo e o Plano Nacional contra o Tráfico Humano, além da chamada “lista suja do trabalho escravo” do Ministério do Trabalho, que expõe empresas que usam mão de obra irregular.

O relatório recomenda a aprovação da PEC do trabalho escravo, em tramitação no Senado, que prevê a expropriação de propriedades que exploram trabalho forçado.

Recomenda ainda que a “lista suja do trabalho escravo” seja incorporada à lei e que as penas para quem for condenado por exploração sejam aumentadas.

Índice de Escravidão Global

 (menor numeração, condição pior)

1. Mauritânia

2. Haiti

3. Paquistão

4. Índia

5. Nepal

49. Rússia

65. Peru

84. China

89. Chile

94. Brasil

115. África do Sul

122. Argentina

134. EUA

160. Islândia

160. Reino Unido

160. Irlanda

Escravidão: um mal do século 21

slavery

Quase 30 milhões de pessoas estão escravizadas no mundo, diz ONG

[Belinda Goldsmith, Reuters, Londres, 17 Out 2013] Quase 30 milhões de pessoas vivem escravizadas no mundo, a maioria homens, mulheres e crianças traficadas por quadrilhas para exploração sexual e trabalho não qualificado, segundo um índice global divulgado nesta quinta-feira (17 out 2013, horário local) pela ONG Walk Free Foundation.

O índice classifica 162 países de acordo com o número de pessoas em condições análogas à escravidão, risco de escravização e força das reações governamentais a essa atividade ilegal.

O trabalho mostra que dez países respondem por 76 por cento dos 29,8 milhões de casos de escravidão estimados no mundo: Índia, China, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, República Democrática do Congo, Mianmar e Bangladesh.

A escravidão moderna está associada ao tráfico de pessoas, trabalhos forçados e práticas como vinculação por dívida, casamento forçado e venda ou exploração de menores.

O pesquisador Kevin Bales disse esperar que o índice, primeiro relatório anual monitorando a escravidão em nível global, conscientize a opinião pública, pressionando os governos a agir mais.

Ele disse que a corrupção, e não a pobreza, é a maior causa da escravidão, e recomendou leis para impedir a ação do crime organizado.

“Sempre quando analisamos as estatísticas verificamos que a corrupção é mais poderosa do que a pobreza na condução da escravidão”, disse Bales, professor de escravidão contemporânea no Instituto Wilberforce para o Estudo da Escravidão e da Emancipação da Universidade de Hull, no norte da Inglaterra.

“Fundamentalmente, isso é uma questão de crime violento”.

O relatório mostrou que a Mauritânia é o país com maior número de escravos em relação à população, com 160 mil pessoas escravizadas em um total de 3,8 milhões de habitantes.

Isso se deve a formas culturalmente aprovadas de vassalagem e de índices elevados de casamentos infantis.

Em números absolutos, os países com mais escravos são a Índia (14 milhões) e a China (3 milhões).

ONU alerta que 2,4 milhões de pessoas no mundo são vítimas de tráfico humano

Image: Kaleidoscope U of Alabama Birmingham

Em 80% dos casos as mulheres são transformadas em escravas sexuais. O tráfico de pessoas também é associado ao narcotráfico e ao contrabando de armas

[Renata Giraldi, Agência Brasil, 4 abr 12] Brasília – O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) informou que cerca de 2,4 milhões de pessoas no mundo foram vítimas de tráfico de seres humanos pelo menos uma vez. Segundo dados da entidade, em 80% dos casos as mulheres são transformadas em escravas sexuais. O tráfico de pessoas também é associado ao narcotráfico e ao contrabando de armas, segundo especialistas. Continue lendo