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Continente americano é o mais violento do mundo, diz relatório da OEA

[Estado SP, 7 jun 11] SAN SALVADOR – A Organização dos Estados Americanos (OEA) alertou na segunda-feira, 6, que o continente americano é a região mais violenta do mundo, com o registro de uma pessoa morta a cada quatro minutos, segundo um relatório apresentado pela Secretaria de Segurança Multidimensional do organismo.

“Desde que comecei a falar, aconteceu pelo menos um homicídio doloso e, quando eu acabar, terão ocorrido entre oito e dez”, lamentou o responsável desta secretaria, Adam Blackwell, que apresentou o relatório sobre segurança nas Américas no marco da 41ª Assembleia Geral que a OEA realiza até esta terça-feira em San Salvador.

A cada 4 minutos, uma pessoa é morta nas Américas

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Jovem muçulmana é apedrejada até a morte

[O Globo, 31 mai 11] Uma jovem muçulmana de 19 anos foi encontrada morta em uma aldeia na região da Crimeia, na Ucrânia. Katya Koren foi julgada pela Sharia, lei islâmica, e apedrejada até a morte depois de participar de um concurso de beleza, informou o jornal britânico “Daily Mail”.

Segundo amigos da vítima, ela gostava de vestir roupas modernas e ficou em sétimo lugar no concurso. O corpo de Katya foi encontrado enterrado em uma floresta e encontrado uma semana após o desaparecimento da jovem. A polícia ucraniana abriu um inquérito para investigar o caso. Por enquanto, a principal suspeita é que três jovens muçulmanos tenham assassinado a adolescente, usando como preceito a Sharia, lei muçulmana.

Um dos três suspeitos, Bihal Gaziev, de 16 anos, está preso e confessou a polícia que não tem nenhum arrependimento no crime, porque a jovem havia “violado a Sharia”.

Alagoas tem a maior taxa de homicídio

[Jornal da Band, 19 abr 11] Um estudo divulgado pelo Ministério da Justiça mostra Alagoas como o Estado mais violento do país, com uma taxa de mais de 60 homicídios para cada cem mil habitantes. Na pesquisa, o Espírito Santo aparece em segundo lugar, seguido de Pernambuco. Representantes dos policiais alagoanos dizem que a violência no estado está ligada à falta de uma política de segurança e à desmotivação da categoria.

A impunidade favorece o aumento da violência em Alagoas. Mais de 85% dos assassinatos investigados pela polícia vão parar no arquivo dos crimes misteriosos, aqueles dos autores nunca identificados.

Dos 102 municípios alagoanos, dez estão na lista das cem cidades brasileiras mais violentas. O número de homicídios cresceu 343% nos últimos dez anos. Entre jovens negros a situação é ainda pior: são 155,6 mortes por cem mil habitantes. Para cada jovem branco assassinado, morrem 15 negros.

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

[Folha SP, 19 abr 11] Apesar de o número de homicídios no país permanecer estável nos últimos anos, o número de negros assassinados não para de subir, revela o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010 [link no final do artigo], divulgado nesta terça-feira, no Rio.

A probabilidade de um homem preto ou pardo morrer assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um indivíduo que se declara branco.

Enquanto os homicídios entre homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, o movimento entre negros e pardos é inverso.

Em 2001, homens pretos ou pardos representavam 53,5% do total. Ao mesmo tempo, os brancos significavam 38,5%.

Já em 2007, do total de homicídios registrados, 64,09% eram de negros. Já a proporção de brancos recuou para 29,24%.

Em 2007, para cada 100 mil habitantes, 59,8 homens pretos ou pardos morreram assassinados. Entre a população masculina branca, essa proporção 29,2 homens mortos a cada 100 mil habitantes.

No início da década, foram registrados 44.105 mil homens assassinados. Em 2007, esse dado ficou estatisticamente estável, recuando para 43.938.

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ONU alerta sobre violência sexual na Costa do Marfim, Líbia, no Congo e em regiões de Angola

[Renata Giraldi, Agência Brasil, 15 abr 11] Aumentou o número de denúncias de violência sexual nos conflitos armados na Costa do Marfim, Líbia, no Congo e em algumas regiões de Angola. O alerta foi feito ontem (14) pela  representante especial do secretário-geral sobre a Violência Sexual em Conflito nas Nações Unidas,  Margot Wallström. Para ela, é urgente que as autoridades tomem providências efetivas antes que a situação se agrave.

As informações são das Nações Unidas. “Mesmo na  tirania da urgência, as provas concretas aparecem”, afirmou Wallström durante apresentação no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Nossos esforços são para defender a segurança internacional e isso não será completo se não incluir o fim da violência sexual antes mesmo de ela começar.”

A representante lembrou que em dezembro de 2010, o Conselho de Segurança aprovou a resolução que define a necessidade de acabar com a impunidade para os crimes sexuais e recomenda a adoção de medidas para lidar com a “violência sexual generalizada e sistemática” em situações de conflito armado. Continue lendo

Mortes no trânsito crescem 24% em uma década, puxadas por acidentes com motos

[BBC Brasil, 13 abr 11] O aumento nos acidentes com motociclistas fez com que as mortes no trânsito brasileiro crescessem 23,9% entre 1998 e 2008, segundo o Mapa da Violência 2011: Acidentes de Trânsito, compilação divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari.

Na década estudada, as mortes ocorridas em acidentes de motos cresceram 754%. As mortes de ciclistas também assustam: registraram um aumento de 308%.

Ao mesmo tempo, o número de óbitos envolvendo automóveis foi proporcionalmente menor que o aumento da frota.

“Se nada mudar, até 2015 teremos um massacre de motociclistas”, disse à BBC Brasil Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e autor do estudo.

Ele cita uma “reconfiguração” dos padrões de acidente desde a adoção do Código de Trânsito, em 2007.

Desde então, caíram em 15,6% as mortes de pedestres, e morrem menos pessoas por automóveis em circulação. Mas, no caso das motos, ocorreu o oposto: o risco de morte cresceu mais do que a própria frota, afetando principalmente a população entre 18 e 24 anos do sexo masculino.

“Se nada for feito, a tendência é que essas mortes continuem aumentando, em ritmo de 4% ao ano”, trazendo elevados custos sociais, financeiros e emocionais, diz Jacobo Waiselfisz. Continue lendo

Violência é principal limitação para alcance de objetivos do milênio, diz Banco Mundial

[BBC Brasil, 11 abr 11] Um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Mundial afirma que a violência é a principal limitação para que países alcancem os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Os objetivos são metas estabelecidas pela ONU para reduzir pobreza, fome, morte de mães e crianças, moradia inadequada, desigualdade entre os sexos e degradação ambiental até 2015.

Segundo o “Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2011: Conflito, Segurança e Desenvolvimento“, lançado em Washington, uma em cada quatro pessoas no mundo (ou 1,5 bilhão de habitantes) vive em países afetados por “repetidos ciclos de violência política e criminosa”.

“Nenhum país frágil e de baixa renda afetado por conflitos alcançou até hoje um único Objetivo do Milênio”, diz o Banco Mundial. Segundo o estudo, em países onde há violência prolongada, as taxas de pobreza são, em média, 20 pontos percentuais mais altas que em outras nações.

O relatório diz que países que passaram por conflitos violentos costumam enfrentar “repetidas ondas de instabilidade e violência política e criminal” e afirma que mais de 90% das guerras civis na década de 2000 ocorreram em países que já haviam enfrentado uma guerra civil nos 30 anos anteriores. Continue lendo

Mulher processa hotel por ser presa após denunciar estupro

[BBC Brasil, 30 mar 11] Uma mulher australiana que passou oito meses na prisão nos Emirados Árabes após ter ido a polícia sob queixas de sido estuprada e drogada está processando o hotel em que a suposta violação teria ocorrido.

Alciia Gali foi condenada a 12 meses de prisão após ter alegado ter sido violentada por três colegas de trabalho, quando bebia com colegas no bar do Le Meridien Al Aqah Beach Resort, nos Emirados Árabes, em junho de 2008.

Após ter relatado o crime à polícia, Alicia Gali acabou sendo presa por adultério e cumpriu uma pena de oito meses, depois de ter sido perdoada em março de 2009 e de ter regressado à Austrália.

A australiana acabou presa por ser ilegal manter relações sexuais fora do casamento nos Emirados Árabes e ela foi acusada e condenada de ter feito ”sexo consensual”. Estupro só é considerado crime no país se quatro homens muçulmanos testemunharem o ocorrido.

Advogados

”O ex-empregador de Alicia abandonou-a da forma mais terrível. Ela foi drogada e em seguida violentada por três ou quatro colegas. Quando a segurança do hotel foi informada do que aconteceu, eles não fizeram nada para ajudá-la. O gerente de recursos humanos do hotel não avisou para a sra. Gali quais seriam as consequências que ela sofreria ao relatar o crime. Para piorar ainda mais, ela foi presa por ter relatado esse crime hediondo.”, afirmou a advogada Melissa Payne, que representa a australiana. Continue lendo

Polícia liberta mulheres grávidas de ‘fazenda de bebês’ na Tailândia

[BBC Brasil, 25 fev 2011] A polícia tailandesa desbaratou uma operação de tráfico de pessoas que vendia pela internet o serviço de barriga de aluguel e mantinha as grávidas confinadas num sítio em Bangcoc.

Oficiais do departamento de imigração prenderam 13 mulheres vietnamitas em uma casa na região de Ramkhamhaeng na quarta-feira.

Sete estavam grávidas e uma outra teria dado à luz na segunda-feira em um hospital no distrito de Min Buri.

Elas vinham sendo mantidas por chineses de Taiwan que administravam o negócio considerado ilegal.

Algumas mulheres disseram que aceitaram servir de barriga de aluguel devido à promessa de pagamento de US$5,5 mil (cerca de R$ 9,1 mil), mas foram enganadas e tiveram seus passaportes apreendidos pela organização, informou a imprensa local. Continue lendo

Alagoas é 1º Estado no ranking da violência no Brasil, diz estudo

[BBC Brasil, 24 fev 2011] Um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça aponta que Alagoas lidera o ranking dos Estados brasileiros mais violentos, com uma taxa de 60,3 homicídios para cada 100 mil habitantes.

A pesquisa Mapa da Violência aponta o Espírito Santo em segundo lugar na lista dos mais violentos, com 56,4 homicídios por 100 mil habitantes, seguido por Pernambuco, com uma taxa de 50,7 por 100 mil.

Ainda segundo o estudo, o Piauí é o Estado com menor número de homicídios, com 12,4 casos para cada 100 mil habitantes. A pesquisa foi elaborada com dados de 2008.

Os números representam um salto de Alagoas no ranking da violência: em 1998, o Estado nordestino era o 11º colocado.

A queda mais significativa ficou com São Paulo, que passou do quinto para o 25º lugar em dez anos, com uma taxa de 14,9 homicídios por 100 mil habitantes.

Já o Rio de Janeiro, que era terceiro na lista em 1998, caiu para sétimo em 2008, com 34 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Em dez anos, a maior alta na taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes ocorreu no Maranhão, com 297% de aumento. Na Bahia, a alta foi de 237,5%, enquanto no Pará foi de 193,8%.

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Número de armas que entram pelas fronteiras é irrisório, diz pesquisador

[Marcos Chagas, Agência Brasil, 20 dez 2010]

Oitenta por cento das armas apreendidas no país são de baixo calibre, como revólveres, pistolas e espingardas de caça. Fuzis, metralhadoras e outros armamentos pesados fazem parte, em sua maioria, da realidade de apreensões durante operações contra o narcotráfico nas comunidades do Rio de Janeiro feitas pela Polícia Federal e pela polícia do estado.

Os dados fazem parte do Mapa do Tráfico Ilícito de Armas no Brasil e do Ranking dos Estados no Controle de Armas apresentados hoje (20) pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Os estudos foram realizados em parceria com a organização não governamental Viva Rio.

Segundo o coordenador do projeto, Antônio Rangel Bandeira, foram identificados 140 pontos de entrada de armas no Brasil, por fronteiras secas.

“Mas o número de armas que entra pelas fronteiras secas é irrisório se comparado com o número de armas fabricadas no país, compradas legalmente, que vão para a ilegalidade. As armas curtas respondem por mais de 80% das armas apreendidas. O número de armas militares como fuzis, submetralhadoras e metralhadoras é muito reduzido”, afirmou. Continue lendo

Violência, pobreza e desigualdade

[Texto de Xavier Caño Tamayo, publicado originalmente no CCS – Centro de Colaborações Solidárias, traduzido por Adital, 17 dez 2010]

O último Latinobarômetro indica que cresce o apoio à democracia na América Latina (61% dos entrevistados). Porém, também mostra que 27% de mortes violentas no mundo acontecem na América Latina, apesar de que sua população não atinge 9% do total do planeta. Nos últimos 10 anos, 1.200.000 pessoas foram mortas violentamente na região.

Favelas ocupadas pela polícia militar, gangues assassinas na América Central; matanças no México; 25.000 desaparecidos forçosos, assassinatos e massacres na Colômbia… Somente a Costa Rica, Cuba, o Peru, a Argentina, o Chile e o Uruguai apresentam índices abaixo do que se considera violência epidêmica: 8 homicídios por ano por cada 100.000 habitantes. A maior taxa de assassinatos do mundo se dá na América Latina.

Como explicar tão terrível realidade? Os latinoamericanos são violentos por natureza? Alguma maldição foi lançada sobre a América Latina? Continue lendo