Esta semana (quarta-feira, 01 junho 2011), infelizmente, o Ibama concedeu a controversa licença para o inÃcio das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.
Mais uma vez os que governam nossa nação optaram por favorecer um modelo de desenvolvimento caduco, que privilegia interesses econômico-financeiros a um altÃssimo custo humano, cultural e ambiental.
A vida perde. O Brasil perde. Os povos indÃgenas do Xingu perdem.
Todos nós perdemos.
Sim, estou consciente de que uns poucos ganham… e ganham muito. Mas não é sobre isto que escrevo.
Escrevo por perceber que um pouco de nós morreu nestes últimos dias.
Estou de luto.
Meu luto tem um agravante.
Como cristão evangélico (uso o termo mesmo que não esteja mais à vontade com ele…), nesta mesma semana também observei milhares de irmãos em BrasÃlia protestando ao Projeto de Lei contra a homofobia, o PL122. Houve mobilização. Recebi dezenas de emails, vi outras dezenas de sites convocando, argumentando, lutando… Muitos pastores, bispos, apóstolos e Deputados Evangélicos se engajaram na “luta”. Um milhão de assinaturas foram colhidas… Caravanas organizadas, marchas…
Meu luto se agrava porque a pouco mais de dez dias, enquanto a Câmara de Deputados aprovava as nocivas alterações do Novo Código Florestal, estávamos dispersos, calados, imóveis, olhando de longe…
Amanhã, 5 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Nós, brasileiros, não temos o que comemorar.
Se o fizermos, seremos hipócritas!
Nós, cristãos brasileiros, devemos sim declarar um “Dia de Pranto” e chorar.
Chorar pelos nossos ecossistemas, nossos rios, árvores, florestas, peixes, aves e animais.
Chorar pelos nossos povos indÃgenas, pelos nossos polÃticos e administradores.
Chorar por nós mesmos, por nossos filhos e netos.
Quiçá o choro nos lave os olhos e passemos a enxergar um pouco…
E vendo, nossa consciência seja levada ao arrependimento, do qual tanto falamos.
Oxalá o arrependimento genuÃno nos leve à ação.
Uma ação em favor da vida, da criação, do Evangelho, do Reino…
Perdoa-nos, Pai.