Arquivo da categoria: Comportamento

Venezuela é o país com mais adolescentes grávidas na América do Sul

[EFE/FolhaSP, 28 dez 11] A Venezuela é o país com mais adolescentes grávidas da América do Sul. Quase um de cada quatro partos é de uma menor de 19 anos, uma problemática que o governo de Hugo Chávez espera atacar com um plano assistencial sob críticas opositoras e de organismos especializados de falta de prevenção.

Dos 591.303 partos que houve em 2010, 130.888 foram de menores de 19 anos e 7.778 de mães menores de 15 anos, revelou o próprio Chávez, que qualificou de “alarmantes” os números.

Segundo o relatório Estado de População Mundial 2011 do Fundo de População das Nações Unidas, a Venezuela lidera a taxa de gravidezes precoces da América do Sul com uma taxa de 101 nascimentos por cada mil mulheres de 15 a 19 anos, à frente de Equador (100) e Colômbia (96), e só superada na América Central por Honduras (108) e Nicarágua (109). Continue lendo

Para Hobsbawm, protagonismo da classe média marca revoltas de 2011

Para historiador, classe operária perdeu seu papel histórico

A classe média foi a grande protagonista e força motriz das revoltas populares e ocupações que marcaram o ano de 2011. Esta é a opinião de Eric Hobsbawm, um dos mais importantes historiadores em atividade.

[Andrew Whitehead, BBC Brasil, 24 dez 11] Em entrevista à BBC, o historiador marxista nascido no Egito, mas radicado na Grã-Bretanha, afirma ainda que a classe operária e a esquerda tradicional – da qual ele ainda é um dos principais expoentes – estiveram à margem das grandes mobilizações populares que ocorreram ao longo deste ano.

”As mais eficazes mobilizações populares são aquelas que começam a partir da nova classe média modernizada e, particularmente, a partir de um enorme corpo estudantil. Elas são mais eficazes em países em que, demograficamente, jovens homens e mulheres constituem uma parcela da população maior do que a que constituem na Europa”, diz, em referência especial à Primavera Árabe, um movimento que despertou seu fascínio. Continue lendo

Era da globalização trouxe de volta os dialetos, afirma linguista

Placa de trânsito em dialeto alemannisch na Floresta Negra, sul da Alemanha

Os dialetos, para muitas pessoas um sinal de falta de formação, estão de volta na era da globalização. Segundo o germanista Karl-Heinz Göttert, eles reforçam a identidade local numa época que estimula a uniformidade.

[DW, 19 dez 11] Após o divertido Deutsch, Biografie einer Sprache (Alemão: biografia de uma língua), de 2009, o linguista Karl-Heinz Göttert agora promove uma expedição pelos dialetos alemães com sua nova obra, intitulada Alles außer Hochdeutsch (Tudo menos Hochdeutsch, nome dado à variante oficial do alemão).

No livro ele aborda, entre outros temas, como os dialetos mudaram, por que o saxão tem pior fama do que outros dialetos do alemão e por que em tempos de globalização os dialetos ganham ainda mais apelo emocional em todo o mundo. Continue lendo

Vitórias na luta contra o crack

O pastor João Carlos Batista: paciente trabalho de corpo a corpo no coração da Cracolândia

As frentes de batalha na capital que estão colecionando avanços contra uma das drogas mais devastadoras do país

[Pedro Henrique Araújo, Veja, 18 dez 11] Cerca de 500 pessoas invadem a pista na Rua Helvétia, entre as alamedas Cleveland e Dino Bueno, nos Campos Elíseos. Todas viciadas em crack. Portando pequenos cachimbos, a maioria age em ritmo acelerado e tem as pupilas dilatadas. Entre os que fumam a droga ao ar livre, há uma mulher aparentando estágio avançado de gravidez. São 8 horas da noite e a Cracolândia funciona literalmente a pleno vapor. Muitos ficam dentro dos “mocós”, como são chamadas as casas abandonadas da região que eles invadem. Alguns buracos nas paredes abrem caminhos escuros, estreitos e malcheirosos — e neles se escondem mais usuários em meio a ratos, baratas e a todo o lixo acumulado.

João Carlos Batista, de 45 anos, mais conhecido como João Boca, líder da Missão Cena (Comunidade Evangélica Nova Aurora), anda por ali como se estivesse no quintal de casa. Ele visita o local diariamente há quinze anos. Aproxima-se dos “noias”, faz brincadeiras, dá conselhos e os convida a frequentar um abrigo da igreja localizado na Luz. Segundo seus cálculos, 15% das abordagens têm final feliz, o que teria resultado na recuperação de 130 dependentes até hoje. “Parece pouco, né?”, diz o pastor. “Mas é muito por se tratar desse tipo de tóxico. Quando um cara termina os nove meses do nosso tratamento, tenho quase certeza de que não voltará para cá.” Continue lendo

Jovens evitam se casar por medo do divórcio

Estudo mostra preferência por dividir o mesmo teto.

[Estado SP, 19 dez 11] Por que muitos casais preferem morar juntos em vez de casar? Eles temem o divórcio, sugere uma nova pesquisa feita na Universidade Cornell, nos Estados Unidos e publicado no periódico Family Relations.

Entre aqueles que dividem o mesmo teto, mais de dois terços – 67% – admite temer as consequências legais, sociais, emocionais e econômicas de uma separação.

Apesar das preocupações, os jovens de classe média entrevistados durante a pesquisa tinham visões positivas sobre o fato de morar junto, considerando um passo em direção ao casamento. Já as mulheres de renda mais baixa, em particular, expressaram mais dúvidas em relação ao casamento. Para elas, um divórcio pode ser algo muito difícil se a relação não vai bem.

O estudo também aponta que, para aqueles que moram juntos, o casamento é visto apenas como um “pedaço de papel” e consideram que dividir o mesmo teto torna a relação praticamente idêntica ao casamento.

Mulher israelense ignora ultraortodoxos e se nega a sentar atrás em ônibus

História da engenheira levou discussão sobre segregação de mulheres ao gabinete israelense

Uma mulher israelense negou-se a ceder às imposições de ultraortodoxos que queriam obrigá-la a ficar na parte traseira de um ônibus e tornou-se símbolo da luta contra a segregação das mulheres em áreas religiosas do país.

[Guila Flint, BBC Brasil, 19 dez 11] Na última sexta-feira, a engenheira Tanya Rosenblit, 28 anos, tomou um ônibus em sua cidade, Ashdod (sul de Israel), com destino a Jerusalém.

Como sabia que o ônibus passava por bairros religiosos, ela diz ter tomado a precaução de vestir-se de “maneira modesta”, para não irritar os demais passageiros.

Tanya diz que, logo depois de sentar-se atrás do motorista, vários homens ultraortodoxos começaram a xingá-la, mandando-a se deslocar para a parte traseira.

“Disse a eles que não estava fazendo nenhuma provocação, e que, se tratando de um ônibus público, todos os cidadãos têm o direito de viajar nele”, afirmou Rosenblit. Continue lendo

Pedofilia: a ”distração” do New York Times

Alguns dias atrás, publicamos a notícia, dada pelo New York Post, de um escândalo de abusos sexuais de menores que abalou a comunidade judaica ortodoxa de Nova York. Hoje, publicamos o que o sítio norte-americano TheMediaReport.com escreve sobre o assunto, observando o comportamento da mídia norte-americana.

[Marco Tosatti, Vatican Insider, 15 dez 11; IHU 16 dez 11, tradução Moisés Sbardelotto] “O procurador distrital Charles J. Hynes, de Kings County, Nova York, anunciou recentemente que, nos últimos três anos, 85 predadores de crianças acusados foram presos na comunidade ortodoxa judaica do Brooklyn. Os casos envolvem pelo menos 117 supostas vítimas.

“Um homem, Andrew Goodman, foi acusado por 144 abusos sexuais revoltantes de dois meninos ortodoxos – um de 11 a 15 anos de idade, e o outro de 13 a 16.

“Andrew Goodman é conhecido em nossa comunidade como um antigo molestador que ataca meninos e arruína as suas vidas’, disse um estudioso local ao New York Post. Uma câmera escondida mostra Goodman levando os meninos para a sua casa tarde da noite. O New York Post acompanhou toda essa narrativa com uma série de artigos reveladores”.

Até aqui, as habituais histórias de horror. Mas é o que se segue que nos parece interessante: Continue lendo

Escândalo de pederastia entre os judeus ortodoxos nos Estados Unidos

As vítimas dos achaques, crianças e jovens que sofreram atos de violência sexual, são 117. As pessoas investigadas presas durante estes últimos três anos são 85, todas pertencentes à grande comunidade judaica ortodoxa do bairro nova-iorquino do Brooklin, que tratou – inutilmente – de resolver o problema a partir de dentro antes de denunciar tudo o que estava ocorrendo à polícia. O escritório do fiscal do distrito, Charles Hynes, continua investigando e não estão excluídos novos desdobramentos.

[Andrea Tornielli, Vatican Insider, IHU, 16 dez 11, tradução por Cepat] A operação, uma das mais importantes contra a pederastia, foi chamada de Kol Tzedek, isto é, “voz da justiça”: não foi fácil convencer as vítimas para que saíssem a público quebrando o silêncio cúmplice que acobertava esta triste sucessão de acontecimentos. Quem foi vítima de violência, de fato, segundo o prestigioso grupo de estudiosos da Torá, Agudath Israel of America, tem que falar com o rabino antes que com qualquer outra pessoa. A autoridade religiosa avalia se é oportuno ou não fazer uma denúncia à polícia. Continue lendo

Pesquisa diz que uma em cada cinco mulheres foi estuprada nos EUA

[BBC Brasil, 15 dez 11] Uma pesquisa realizada por um órgão do governo dos Estados Unidos afirmou que cerca de uma em cada cinco mulheres do país já foi estuprada.

O relatório, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, informa que pouco mais da metade das vítimas femininas de estupro foi atacada por parceiro ou marido atual ou então por ex-parceiro ou ex-marido.

Um em cada sete homens também relatou ter passado por violência física grave perpetrada por um parceiro.

O relatório foi compilado a partir de dados coletados com mais de 18 mil homens e mulheres nos Estados Unidos em 2010.

Média de homicídios no Brasil é superior à de guerras, diz estudo

[Paula Adamo Idoeta, BBC Brasil, 14 dez 11] Com 1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010, o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à de diversos conflitos armados internacionais, apontam cálculos do “Mapa da Violência 2012”, produzido pelo Instituto Sangari e divulgado nesta quarta-feira.

O estudo também conclui que, apesar da redução das mortes violentas em diversas capitais do país, o Brasil mantém um índice epidêmico de homicídios – 26,2 por 100 mil habitantes -, que têm crescido sobretudo no interior do país e em locais antes considerados “seguros”.

Calculando a média anual de homicídios do país em 30 anos, Julio Jacobo Waisefisz, pesquisador do Sangari, chegou ao número de 36,3 mil mortos no ano – o que, em números absolutos, é superior à média anual de conflitos como o da Chechênia (25 mil), entre 1994 e 1996, e da guerra civil de Angola (1975-2002), com 20,3 mil mortos ao ano. Continue lendo

Estudantes inglesas recorrem à prostituição para pagar universidade

[Kieran Turner e Owen Phillips, BBC Brasil, 14 dez 11] O número de estudantes da Inglaterra que recorrem à prostituição para financiar os seus estudos está aumentando, segundo dados divulgados pela União Nacional de Estudantes britânica (NUS, na sigla em inglês).

De acordo com a organização estudantil, cortes promovidos pelo governo na ajuda de custo oferecida para estudantes do ensino universitário e o aumento dos preços de anuidades e do custo de vida no país vem contribuindo para a atual situação.

A NUS afirmou ainda que também está em ascensão o número de estudantes que está investindo em jogatina e experimentos médicos para ajudar a pagar os estudos.

Mas o governo diz que ainda oferece aos alunos um ”generoso pacote” de auxílio financeiro. Continue lendo

Taxa de homicídios no Brasil mais do que dobra em 30 anos

[Daniella Jinkings, Agência Brasil, 14 dez 11] Em 30 anos, o Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de vítimas de homicídio. Dados do Mapa da Violência 2012, divulgado hoje (14) pelo Instituto Sangari, apontam que o número de homicídios passou de 13,9 mil em 1980 para 49,9 mil em 2010, o que representa um aumento de 259%. Com o crescimento da população nesses 30 anos, a taxa de homicídios passou de 11,7 em cada grupo de 100 mil habitantes em 1980 para 26,2 em 2010.

De acordo com o relatório, a média anual de mortes por homicídio no país supera o número de vítimas de enfrentamentos armados no mundo. Entre 2004 e 2007, 169,5 mil pessoas morreram nos 12 maiores conflitos mundiais. No Brasil, o número de mortes por homicídio nesse mesmo período foi 192,8 mil.

“Fica difícil compreender como, em um país sem conflitos religiosos ou étnicos, de cor ou de raça, sem disputas territoriais ou de fronteiras, sem guerra civil ou enfrentamentos políticos violentos, consegue-se exterminar mais cidadãos do que na maior parte dos conflitos armados existentes no mundo”, diz o documento.

No entanto, o relatório aponta que nesses 30 anos houve uma ruptura no crescimento da taxa de homicídios no país. Entre 2003 e 2010, houve variação foi negativa de 1,4% ao ano. Porém, a partir de 2005, foi verificada uma instabilidade, com oscilações em torno de 26 homicídios em 100 mil habitantes. Em 2010, ocorreram 50 mil assassinatos no país. Segundo o relatório, foram registrados 137 homicídios por dia.

“Vários fatores concomitantes e complexos parecem intervir nessa explicação dessas quebras e oscilações a partir de 2003: políticas de desarmamento, planos e recursos federais e estratégias de enfrentamento”, aponta o relatório.

Os dados do Mapa da Violência demonstram ainda que os estados que lideravam as estatísticas no início da década, como Pernambuco, o Rio de Janeiro, o Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Roraima e Distrito Federal apresentam quedas do índice de homicídios. São Paulo e o Rio de Janeiro apresentam reduções de 63,2% e 42,9%, respectivamente.

Por outro lado, os 17 estados com as menores taxas do país no ano 2000 apresentam taxas crescentes. Em vários locais, esse aumento teve tal magnitude que levou os estados a ocupar um lugar de destaque no contexto nacional no final da década. Assim, Alagoas passou a ocupar o primeiro lugar no Mapa da Violência. O Pará passou da 21ª posição para a terceira; a Paraíba, da 20ª para a sexta, e a Bahia, da 23ª para sétima posição.

O ranking do Mapa da Violência 2012 é liderado por Alagoas, seguido pelo Espírito Santo, Pará por Pernambuco e pelo Amapá.

Veja o documento completo aqui.