Arquivo da categoria: Comportamento

Pais contratam advogado para despejar filho de 41 anos

[BBC Brasil, 21 set 11] Um casal italiano procurou um advogado para forçar seu filho de 41 anos a sair de casa, segundo a mídia italiana.

Os pais, que vivem em Veneza e não foram identificados, dizem que seu filho tem um bom emprego, mas se recusa a se mudar e exige que suas roupas sejam lavadas e passadas, e suas refeições, preparadas para ele.

O casal decidiu procurar a ajuda de uma associação de defesa do consumidor, a Adico, após descobrir que a organização lidava com dezenas de casos parecidos.

O advogado Andrea Campi disse ter enviado uma carta ao filho avisando que se ele não deixasse a casa em seis dias, teria de enfrentar uma ação na Justiça.

Caso não responda ao pedido, os advogados pedirão que um tribunal de Veneza conceda uma medida de proteção para os idosos, impedindo que o filho chegue perto deles.

“Não aguentamos mais”, o pai teria dito.

“Minha esposa está sofrendo de estresse e teve de ser hospitalizada.”

Tendência nacional

Os pais alegam que o filho não tem intenção de se mudar e, segundo alguns relatos, ele também teria se tornado agressivo.

Na Europa, os italianos estão entre aqueles que demoram mais tempo para sair da casa dos pais.

Uma pesquisa divulgada em 2009 pelo Instituto Nacional de Estatísticas da Itália indica que sete entre dez italianos com idades entre 18 e 39 anos ainda vivem com a família.

No ano passado, um ministro italiano, Renato Brunetta, propôs que fosse criada uma nova lei para forçar filhos adultos a sair da casa dos pais.

Segundo Brunetta, os filhos deveriam ser obrigados a deixar a casa dos pais aos 18 anos de idade, mesmo que por força da lei.

Internação por cirrose alcoólica cresce 50% no estado de São Paulo

Levantamento indica que as pessoas passaram a ingerir mais bebidas alcoólicas.

[Bruno Bocchini, Agência Brasil, 18 set 11] As internações por cirrose hepática causada pela ingestão de bebidas alcoólicas aumentaram quase 50% nos últimos cinco anos nos hospitais do estado de São Paulo. Em 2007, foram internadas cerca de 2,1 mil pessoas com o problema e a estimativa para este ano é de mais de 3 mil pacientes. Os dados são do Serviço de Hepatologia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo.

De acordo com o coordenador do serviço, o médico Carlos Baía, o levantamento indica que as pessoas passaram a ingerir mais bebidas alcoólicas. “A quantidade de álcool para provocar uma cirrose varia caso a caso. Geralmente são quantidades que as pessoas podem achar pequenas, como quatro ou cinco doses de bebidas destiladas por dia, se for consumido diariamente por dez anos”.

O álcool inflama e destrói gradualmente as células do fígado que, ao longo do tempo, passa a ficar tomado por pequenas cicatrizes, e tem seu funcionamento prejudicado. Estima-se que em torno de 15% dos alcoólatras cheguem a esta etapa em um período entre dez e 15 anos de dependência.

“Uma das características do álcool é induzir tolerância e a pessoa precisa de uma quantidade cada vez maior para sentir o mesmo efeito de relaxamento inicial”, destaca o médico. Continue lendo

Mortalidade do alcoolismo no Brasil é quase tão grande quanto a do crack

Estudo da Unifesp revela que 17% dos dependentes atendidos morreram após cinco anos; na Inglaterra, o índice é de 0,5%; violência e doenças relacionadas ao vício em álcool foram as principais causas de morte; religião é apontada como fator de proteção.

[Lígia Formenti, Estadão, 19 set 11] O índice de mortalidade entre dependentes de álcool no Brasil está próximo do registrado entre usuários de crack. Pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que, em cinco anos, 17% dos pacientes atendidos em uma unidade de tratamento da zona sul de São Paulo morreram.

“É um número altíssimo. Na Inglaterra, o índice não ultrapassa 0,5% ao ano”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do estudo.

O trabalho, que será publicado na próxima edição da Revista Brasileira de Psiquiatria, segue uma linha de pesquisa de Laranjeira sobre morte entre dependentes de drogas. O estudo feito entre usuários de crack demonstrou que 30% morreram num período de 12 anos. “Naquela mostra, a maior parte dos pacientes morreu nos primeiros cinco anos. Podemos dizer que os índices estão bastante próximos.” Continue lendo

Pregadores mirins travam guerra contra os pecadores do mundo

[Folha SP, 15 set 11] Que brincar que nada! O que Tipton, Matheus e Terry gostam mesmo é de pregar.

Os três meninos, que têm entre 4 e 12 anos, são os protagonistas de um documentário sobre mini-profetas.

Em “Bastidores: Pregadores Mirins”, é contado como cada um deles usa sua fé para converter os pecadores do mundo.

Tipton, que ainda não sabe ler nem escrever, já é considerado “o pregador mais jovem do mundo”, enquanto Terry é considerado o “pastor mais jovem do mundo”.

Algumas pessoas acham que esse último tem o dom de curar doentes.

Já Matheus, que mora no Rio de Janeiro, viaja pelo Brasil convertendo ladrões, narcotraficantes e criminosos em novos adeptos.

O documentário explora até que ponto essas crianças são resultado de pais de fanáticos e congregações que esperam ver milagres a qualquer custo.

Cerca de 2.500 idiomas correm o risco de desaparecer, dizem analistas

A globalização e a pressão sobre comunidades indígenas de integrarem-se à cultura dominante estão acelerando o desaparecimento de centenas de idiomas no mundo todo.

[Agência EFE, 15 set 11] Essa mudança representa mais que uma perda de palavras e a destruição de uma forma de levar a vida, avaliam analistas reunidos recentemente em Quito, no Equador.

Dos 6.000 idiomas recenseados no planeta, mais de 2.500 correm o risco de extinção, contabiliza a Unesco (Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Entre eles estão, por exemplo, o andoa equatoriano, que tem apenas uma pessoa falante do idioma, e o zapara, com seis idosos fluentes.

Com eles desaparecem seus conhecimentos naturais, além de uma maneira de conceber o espaço, o Universo e a relação com outros seres humanos, ressaltou Marleen Haboud, coordenadora de um congresso internacional sobre o tema que ocorreu recentemente na Pontifícia Universidade Católica de Quito. Continue lendo

Divórcios da sociedade contemporânea ~ Alfredo J. Gonçalves

[Pe. Alfredo J. Gonçalves, Assessor das Pastorais Sociais, Adital, 14 set 11] No universo literário do filósofo polonês Zygmunt Bauman, o adjetivo líquido serve de complemento para uma série de títulos de suas obras: modernidade, amor, medo, vida, entre outras. As relações sólidas, duráveis e tradicionais se liquefazem em conexões virtuais: efêmeras e superficiais, provisórias e descartáveis. Em outros termos, rompe-se o contrato social que cimentou os fundamentos do mundo moderno e do regime democrático. “Tudo que é sólido se desmancha no ar”, escreviam Marx e Engels, já em 1848, no Manifesto Comunista.

Poderíamos falar desse derretimento do pacto social utilizando a metáfora do divórcio. De fato, além dos crescentes rompimentos matrimoniais, constata-se hoje uma série de divórcios em todas as áreas da “modernidade tardia” ou da “pós-modernidade” (deixamos de lado essa divergência de caráter mais acadêmico). Não custa examinar mais de perto algumas dessas dicotomias que batem às nossas portas. Divórcios ou dicotomias que dilaceram e fragmentam pessoas, comunidades, instituições e a própria sociedade como um todo.

1. Divórcio entre trabalho e emprego

O fim da centralidade do trabalho é o título de um artigo publicado na revista Pesquisa & Debate, SP, volume 9, número 2(14), páginas 87-104, 1998. Nele, o professor da UFF e doutorando do Instituto de Economia da UFRJ, André Guimarães Augusto, se contrapõe às posições e argumentos de Claus Offe, especialmente seus estudos sobre Estado e trabalho na sociologia crítica. Atualmente, numerosas publicações colocam no centro dos debates a tese do “fim do trabalho”. Continue lendo

Uniões com meninas ainda são 30 vezes mais comuns

Registro Civil aponta que entre 2003 e 2009 foram 4.508 casamentos de garotas com menos de 15, contra 150 de garotos.

[Rodrigo Burgarelli, O Estado de SP, 11 set 11] Outro levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detalha ainda mais o universo dos casamentos de crianças e adolescentes. Segundo as Estatísticas do Registro Civil de 2009, o número de meninas com menos de 15 anos que casam formalmente no Brasil é cerca de 30 vezes maior do que o dos meninos. Entre 2003 e 2009, foram 4.508 contra 150.

Os números mostram também que as meninas costumam se casar com noivos mais velhos. Quando a adolescente é do sexo feminino, a idade média do noivo é de 20 a 24 anos. Já os meninos com menos de 15 anos costumam se casar com mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos. Apesar de raros, casamentos de crianças com pessoas de mais de 60 anos de idade ainda acontecem no Brasil. Em seis anos, apenas um caso do gênero foi registrado: no Maranhão, em 2006, uma menina de menos de 15 anos se casou no papel com um homem de mais de 65.

Segundo especialistas, uniões precoces como essas podem causar problemas sociais e psicológicos. “É comum que o adolescente deixe de estudar e, dessa maneira, pule uma parte importante do seu desenvolvimento social”, afirma Albertina Takiuti, coordenadora da Casa do Adolescente do Estado de São Paulo.

Segundo ela, é necessário haver uma abordagem dos jovens para evitar situações de gravidez indesejada, fato que costuma ser determinante nos casamentos com menores de idade. “Muitas vezes, até por questão econômica ou religiosa, é comum que a adolescente grávida se case com o parceiro ou simplesmente vá morar sob o mesmo teto. Isso pode acontecer tanto por desejo próprio quanto por ausência de pais ou parentes próximos que possam dar suporte”, explica Albertina.

No País, 42,7 mil crianças e adolescentes com menos de 14 anos estão casados

Uniões são informais, já que prática é proibida pelo Código Penal; a maior parte dos casos está em locais com baixa renda per capita.

[Rodrigo Burgarelli, O Estado de SP, 11 set 11] Uma prática ilegal, mais relacionada a áreas rurais ou países distantes, persiste hoje até nos principais centros urbanos brasileiros. Um recorte inédito feito pelo Estado nos dados do Censo Demográfico de 2010 mostra que existem ao menos 42.785 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos casados no Brasil. O número refere-se a uniões informais, já que os recenseadores não checam documentos.

Essas situações se concentram em grupos de baixa renda e alta vulnerabilidade, principalmente nos rincões do País ou na periferia de grandes centros urbanos. O caso de P., uma jovem de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, é um exemplo do último. Ela se mudou para a casa do parceiro quanto tinha 11 anos. Seu namorado, na época, tinha 27. “Eu disse para ele que já tinha 14 e começamos a namorar. Meu pai foi contra porque me achava muito nova, e brigamos feio. Depois da discussão, fugi de casa e fui morar com ele”, conta. Continue lendo

‘Marketing positivo’ reduz consumo de álcool entre jovens nos EUA

Uma coisa é saber quais são os hábitos saudáveis, outra coisa é adotá-los. A nova busca da ponte entre teoria e prática vem do “marketing positivo”, que faz uso de técnicas de propaganda para mudar comportamentos.

[Marco Varella, Folha SP, 5 set 11] É isso que está por trás de uma nova abordagem de controle do alcoolismo, proposta por James Turner e Jennifer Bauerle, da Universidade da Virgínia.

Eles vieram à USP apresentar seu método no 1º Seminário de Normas Sociais, denominado “O Poder das Percepções Positivas”. “Tendemos a superestimar as consequências negativas e subestimar o lado positivo”, disse Bauerle à Folha. Continue lendo

Taxa de suicídios dobra em uma década na Coreia do Sul

Suicídio tem crescido entre jovens, como o cantor Park Yong-ha, que se matou em 2010

O número de suicídios mais do que dobrou em dez anos na Coreia do Sul, segundo estatísticas divulgadas recentemente pelo governo.

[Lucy Williamson, BBC Brasil, 5 set 11] O país tem uma das maiores taxas de suicídios do planeta, e cresce a pressão para que o governo aja e evite que o problema evolua.

Segundo os dados do governo, a cada dia de 2009, em média, cerca de 40 sul-coreanos tiraram suas próprias vidas. É mais do dobro dos índices de 1999 e cinco vezes mais do que em 1989.

A pergunta é: por que mais sul-coreanos estão cometendo suicídios? Continue lendo

Traição deixa de ser causa mais comum de divórcios na Grã-Bretanha

[BBC Brasil, 31 ago 11] Casos extraconjugais não são mais a principal causa por trás dos divórcios na Grã-Bretanha, apontou uma pesquisa recém-publicada pela consultoria Grant Thornton a partir de entrevistas com 101 advogados de direito de família.

O motivo mais citado (27%) para divórcios de casais britânicos é que estes simplesmente se distanciaram ou deixaram de se amar. Casos extraconjugais caíram para a segunda colocação (com 25% das menções) pela primeira vez desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2003.

A terceira maior razão para separações é o “comportamento irracional” de um dos cônjuges.

“O movimento nas razões para o divórcio é interessante e certamente difícil de explicar”, escreveu no estudo Louisa Plumb, uma das diretoras da apuração da Grant Thornton.

“Vemos um número crescente de celebridades (britânicas) aceitando supostos casos (extraconjugais) em suas relações, o que pode estar começando a ter um efeito no comportamento de casais, com mais casamentos sobrevivendo a uma crise de infidelidade.” Continue lendo

Going Godless: Does Secularism Make People More Ethical?

Non-believers are often more educated, more tolerant and know more about God than the pious. A new wave of research is trying to figure out what goes on in the minds of an ever-growing group of people known as the “Nones”.

[By Hilmar Schmundt, Spiegel Online, aug 11, 2011] Barry Kosmin is a different kind of market researcher. His data focuses on consumers targeted by companies like Lifechurch.tv or World Overcomers Christian Church TM. The sociologist analyzes church-affiliated commercial entities, from souvenir shops to television channels and worship services.

But the most significant target of Kosmin’s research is the consumer group most likely to shy away from such commercial products: secularists. “The non-religious, or Nones, hold the fastest-growing world view in the market,” says Kosmin. “In the past 20 years, their numbers in the United States have doubled to 15 percent.” Continue lendo