Arquivo da categoria: Comportamento

“Jovens não têm futuro a não ser que quebrem o sistema”, diz Francisco de Oliveira

No capitalismo, o ócio é o usufruto de um tempo conquistado na relação entre trabalhadores e empregadores. Sem trabalho, não existe ócio.

[Folha SP, 17 ago 11] Portanto, nos países capitalistas avançados que convivem com altas taxas de desemprego, os jovens “não têm futuro, a não ser que quebrem o sistema”.

Esse foi o raciocínio exposto na noite de terça-feira no Rio pelo sociólogo Francisco de Oliveira, professor emérito da USP, convidado a fazer uma abordagem marxista do “elogio à preguiça” no ciclo de conferências organizado pelo filósofo Adauto Novaes –e que ocorre também em São Paulo e Belo Horizonte.

“A reprodução do sistema vai levando a formas cada vez mais sofisticadas de uso do trabalho que desmontam as velhas estruturas”, disse Oliveira, 77.

Citou um exemplo europeu: “A Espanha, um sucesso formidável depois que entrou na União Europeia, agora tem 25% da força de trabalho desempregada, a maioria jovens. O tipo de emprego que o capitalismo industrial criou durante 50 anos, dos anos 1930 aos 80, desapareceu. O sistema tem mais capacidade de produzir esses jovens desempregáveis do que antes.” Continue lendo

Para especialistas, falta de perspectiva motiva violência em Londres

Insatisfação com as severas medidas de austeridade implementadas pelo governo britânico e o alto nível de desemprego gerariam frustração principalmente entre os jovens britânicos, acreditam observadores.

[DW, 10 ago 11] A dimensão e a intensidade da recente onda de violência em Londres, Manchester, Birmingham, e a velocidade com que os tumultos se espalharam pela capital e arredores, chocou as autoridades e a população.

Comportamentos antissociais e ações criminosas entre jovens britânicos, no entanto, não são novidade. No ano passado, 19 jovens foram mortos em Londres em crimes relacionados a gangues. Um relatório do governo concluiu que os ataques e o vandalismo praticados por essas gangues são uma “influência maligna na vida de milhões”. Continue lendo

28% das mulheres assassinadas no país morrem em casa

[Folha SP, 8 ago 11] O ambiente doméstico é cerca de três vezes mais perigoso para as mulheres do que para os homens. Dentre as mulheres assassinadas no país, 28,4% morreram em casa. O número é quase três vezes maior do que a taxa entre os homens, de 9,7%.

As informações são do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, compilação de dados sobre a situação da mulher no país divulgado em julho pela Secretaria de Políticas para Mulheres do governo federal e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Os dados sobre o local de morte em assassinatos são de 2009.

A residência é o segundo local mais “perigoso” para as mulheres. De acordo com o anuário, as mortes por assassinato de mulheres ocorrem em primeiro lugar na via pública (30,7% dos casos), em segundo lugar em casa (28,4%) e em terceiro lugar no hospital (23,9%). Continue lendo

Jovens engravidam menos e deixam de ter 200 mil bebês ao ano

[Folha SP, 8 ago 11] É como se uma cidade média, com mais de 200 mil habitantes, deixasse de sair das barrigas das adolescentes brasileiras por ano. Algo do porte de São Carlos ou Americana (ambas no interior de SP) só de bebês chorando.

Em dez anos, caiu quase 40% o número de partos em menores de 19 anos no país. Na semana retrasada, o governo paulista divulgou dados parecidos referentes ao Estado.

O governo atribui a queda às suas ações de conscientização e distribuição de preservativos e anticoncepcionais. Um médico e um estatístico especialistas no assunto consultados pelo Folhateen, porém, apontam um fator mais importante.

“Se a adolescente não tem projetos de vida, a gravidez vira o projeto de vida”, resume Marco Aurélio Galletta, médico responsável pelo setor de gravidez na adolescência do HC (Hospital das Clínicas). Continue lendo

Sofrimento criativo ~ por Paul Tournier

[Cristianismo Hoje, 27 jul 11] Algumas pessoas constantemente se preocupam se terão coragem de enfrentar determinadas situações quando envelhecerem: uma doença devastadora, incertezas ou a morte do cônjuge. Procuro sempre orientá-las que, enquanto a provação não está lá, a coragem também não estará.

Diversas vezes fiquei maravilhado com os recursos de coragem que pessoas ansiosas e preocupadas demonstram quando têm que enfrentar a provação real e não o fantasma da provação que habita seu imaginário. Ainda digo mais. Existe uma alegria extraordinária que irradia de muitos que sofrem sérias enfermidades, o que contrasta de forma surpreendente com a morosidade de tantas pessoas saudáveis que encontramos no ônibus. Qual é a explicação? Penso que isso ocorre devido ao fato de que suas vidas demandam coragem permanente, um constante expandir da coragem, e como a coragem pertence à economia espiritual, quanto mais a gastamos, mais a temos. Continue lendo

Economia e baixa natalidade diminuem migração interna no Brasil

Os brasileiros vêm se deslocando menos internamente nos últimos 15 anos e os grandes movimentos migratórios do Nordeste para o Sudeste chegaram ao fim, de acordo com o relatório Deslocamentos Populacionais do Brasil, divulgado nesta sexta feira pelo IBGE.

[BBC Brasil, 15 jul 11] Para uma das condutoras da pesquisa, a economia e a baixa natalidade explicam a tendência.

Em 15 das 27 unidades da federação (Estados e o DF) a entrada e a saída de migrantes praticamente se equilibrou entre 2004 e 2009. Nenhum Estado foi classificado como “de forte evasão” nem de “forte absorção migratória”.

Segundo a pesquisadora Leda Ervatti, uma das autoras do estudo, que reúne dados do Censo e do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) desde 1994, o fim dos grandes excedentes populacionais e a desconcentração dos polos econômicos ajudam a explicar a tendência. Continue lendo

Usar botox diminui empatia, diz estudo

Pessoas que recebem injeções de botox no rosto podem ter dificuldade de compreender pensamentos e emoções alheias, segundo cientistas americanos.

[BBC Brasil, 18 jul 11] O estudo, divulgado na publicação científica Social Psychological and Personality Science, afirma que rugas de expressão, como pés de galinha, linhas na testa e vincos entre as sobrancelhas, são essenciais na interpretação das emoções humanas.

Ao paralisar a musculatura do rosto e reduzir estas marcas, o botox dificultaria o processo de empatia na comunicação entre indivíduos.

Segundo o psicólogo da Universidade do Sul da Califórnia David Neal, um dos responsáveis pela pesquisa, isso acontece porque normalmente os seres humanos decifram as emoções alheias imitando involuntariamente as expressões uns dos outros. Continue lendo

Rio pode virar capital mundial do turismo gay, diz “The Guardian”

Uma série de iniciativas da prefeitura do Rio de Janeiro para promover a diversidade sexual ajuda a preparar a cidade para se transformar na capital mundial do turismo gay, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico “The Guardian”.

[BBC Brasil, 12 jul 11] O jornal relata a festa de lançamento da semana da diversidade, “uma celebração das diferenças culturais e étnicas da cidade e uma tentativa de posicioná-la como a capital global do turismo gay”.

O jornal relata ainda que nos últimos meses houve “uma avalanche de iniciativas amigáveis à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) no Rio: cursos vocacionais para travestis, projetos contra intimidação de estudantes gays e lésbicas e uma nova lei proibindo a discriminação nos clubes noturnos da cidade”. Continue lendo

Pesquisa revela aumento dos suicídios durante a recessão na Europa

O número de suicídios cresceu expressivamente na UE durante a recente crise econômica global, sobretudo nos países mais abalados. Pesquisadores britânicos investigam o que torna uma sociedade mais ou menos vulnerável.

[DW, 8 jul 11] Em artigo publicado na revista médica britânica The Lancet, pesquisadores destacam o custo humano da recente recessão econômica. Os índices de suicídio aumentaram consideravelmente nos países-membros da União Europeia (UE) entre 2007 e 2009 – revertendo a tendência de queda registrada desde o início do milênio.

No artigo publicado no site da revista nesta sexta-feira (08/07), os cientistas apresentam a análise realizada a partir de dados de dez países europeus, os quais disponibilizaram estatísticas completas referentes ao período de três anos. Continue lendo

Pornografia na web não é mais um império masculino

Consumo de conteúdos adultos cresce entre mulheres. Até as produções em vídeo ganham um novo gênero: o pornô feminino

[Paula Reverbel, Veja, 9 jul 11] Um dormitório da casa da família Balboa, em Recife, mantém sua porta fechada durante toda a noite. Lá dentro, sentada diante de um computador, uma pessoa conecta o fone de ouvido na máquina e atravessa a madrugada com os olhos grudados no monitor, assistindo a quantos vídeos aguentar, até ser vencida pelo sono. O restante da noite é gasto na troca de mensagens com contatos em redes sociais ou salas virtuais de bate-papo, à procura de mais filmes do gênero consagrado como “pornô”. É assim que a fotógrafa Tati, de 27 anos, gosta de gastar o tempo livre.

Ela faz parte de um número crescente de mulheres que apreciam pornografia na internet – e investem nisso tempo e dinheiro. Sim, a exemplo de games, computadores e futebol, esse também não é mais um território exclusivamente masculino. “O consumo de conteúdos pornográficos foi tradicionalmente comum entre homens. Porém, aos poucos, temos observado esse comportamento também entre mulheres”, diz Marco Scanavino, responsável pelo Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. “A pornografia passou a fazer parte dos recursos válidos para buscar a satisfação sexual – uma busca que hoje é vista como um direito.” Continue lendo

Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica, diz estudo

[Vinicius Konchinski, Agência Brasil, 4 jul 11] Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. O número consta do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, divulgado hoje (4) pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).

O anuário reúne dados referentes à situação das mulheres no país. Os números sobre a violência doméstica, por exemplo, são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Pnad, 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%. Continue lendo

What Cellphone Calls Say About Parent-Teenager Relations

[By Roni Caryn Rabin, NYT Well Blog, jul 1, 2011] Poor communication is a common complaint when it comes to parents and teenagers. What happens when you throw a cellphone into the mix?

At least 75 percent of American teenagers today have a cellphone, often purchased by their parents so they can stay in closer touch. And parents are more likely than other adults to have a cellphone, for the same reason.

“The phone is now a huge part of parenting. It’s how you reach your kids,” said Amanda Lenhart, a senior research specialist with the Pew Research Center Internet and American Life project. In a survey conducted in the summer of 2009, nearly 70 percent of teenagers said they talked on the phone with their parents at least once a day.

Now researchers are starting to zero in on how cellphone use affects the dynamic of the parent-child relationship. A paper published online on Monday in the journal Cyberpsychology, Behavior and Social Networking suggests that both the nature of the calls and who initiates the calls may affect relations.

Robert S. Weisskirch, a professor of human development at California State University in Monterey Bay, asked 196 parent-teenager pairs to tell him how frequently they made different types of calls. The teenagers were asked about 18 different types of situations or circumstances in which they might call parents and to rank them from “never” to “often.” Continue lendo