Arquivo da categoria: Comportamento

Coragem para lutar e vencer ~ Paul Tournier

Existem pessoas que constantemente se preocupam se terão coragem de enfrentar isto ou aquilo quando envelhecerem: uma doença devastadora, incertezas ou a morte do cônjuge. Procuro sempre reafirmar a elas que enquanto a provação não está lá, a coragem também não estará. E elas serão, provavelmente, aquelas pessoas a enfrentar as provações que vierem com mais coragem.

Diversas vezes fiquei maravilhado com os recursos de coragem que as pessoas ansiosas e preocupadas revelam quando têm que enfrentar a provação real e não o fantasma da provação que povoa seu imaginário. Há mais a ser dito. Existe uma alegria extraordinária que irradia de muitos que sofrem sérias enfermidades, o que contrasta de forma surpreendente com a morosidade de tantas pessoas saudáveis que encontramos no ônibus. Qual é a explicação? Penso que isso ocorre devido ao fato de que suas vidas demandam coragem permanente, um constante expandir da coragem, e como a coragem pertence à economia espiritual, quanto mais a gastamos, mais a temos.

É como uma corrente que os atravessa e produz alegria, a alegria da vitória sobre seu destino. Esta alegria da vitória é algo que encontramos em todos aqueles que completam grandes tarefas, como quem escala até o topo de uma montanha, como os campeões de esportes, mesmo que entrem em colapso, com lágrimas de exaustão no pódio. Além disso, para uma pessoa seriamente comprometida e privada de algo, não é a vitória de um dia e sim a vitória de todo dia. De onde vem o prazer em viver? O prazer se origina mais dos desafios do que das conquistas em si. Continue lendo

Crianças já ficam de fora dos planos de 14% das mulheres

[Folha SP, 10 mai 11] Cada vez mais mulheres decidem não ter filhos. E não há Dia das Mães nem pressão familiar que as façam mudar de ideia.

Nos últimos 50 anos, a média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9. Muitas só diminuíram o número de herdeiros, mas uma grande parte decidiu voluntariamente ficar para tia.

Segundo o demógrafo José Eustáquio Alves, pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, sempre houve uma porcentagem de mulheres sem filhos.

Eram as chamadas solteironas ou aquelas que tinham problemas para engravidar, em torno de 10% da população. “Hoje, estima-se que 14% não são mães.”

Esse crescimento aconteceu na última década, motivado por razões que vão muito além da popularização da pílula anticoncepcional. Continue lendo

Cérebro fica mais ativo em interações com pessoas do mesmo status social

[BBC Brasil, 3 mai 11] Nosso cérebro tende a ficar mais ativo quando nos relacionamos com pessoas que julgamos pertencer a um nível socioeconômico semelhante ao nosso, dizem especialistas do Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos.

Os especialistas dizem que este comportamento é determinado pela percepção que as pessoas têm das outras à sua volta. Seu trabalho foi publicado na revista científica Current Biology.

Estudos anteriores já haviam constatado que macacos se comportam desta forma, mudando seu comportamento em interações com outros macacos de acordo com sua percepção da posição do outro animal no grupo.

Estudo

Como parte do experimento, 23 pessoas com diferentes níveis sociais receberam informações sobre outros indivíduos também com status sociais variados.

A equipe usou exames de ressonância magnética para medir a atividade na região do cérebro conhecida como striatum ventral, associada à sensação de prazer.

Os cérebros dos participantes que achavam ser de status social e econômico mais alto apresentaram maior atividade em relação a outros indivíduos tidos como do mesmo nível. Cérebros de voluntários com status mais baixo ficaram mais ativos em resposta a indivíduos percebidos como de status semelhante. Continue lendo

Países mais ‘felizes’ têm maiores taxas de suicídio, diz estudo

[BBC Brasil, 27 abr 11] Países em que as pessoas se sentem mais felizes tendem a apresentar índices mais altos de suicídio, segundo pesquisadores britânicos e americanos.

Os especialistas sugerem que a explicação para o fenômeno estaria na tendência dos seres humanos de se comparar uns aos outros.

Sentir-se infeliz em um ambiente onde a maioria das pessoas se sente feliz aumenta a sensação de infelicidade e a probabilidade de que a pessoa infeliz recorra ao suicídio, a equipe concluiu.

O estudo foi feito por especialistas da University of Warwick, na Grã-Bretanha, Hamilton College, em Nova York e do Federal Reserve Bank em San Francisco, Califórnia, e será publicado na revista científica Journal of Economic Behavior & Organization.

Ele se baseia em dados internacionais e em informações coletadas nos Estados Unidos.

Nos EUA, os pesquisadores compararam dados obtidos a partir de depoimentos de 1,3 milhão de americanos selecionados de forma aleatória com depoimentos sobre suicídio obtidos a partir de uma outra amostra, também aleatória, com um milhão de americanos. Continue lendo

Prostituição, escravidão e morte marcam brasileiras vítimas do tráfico de pessoas

[Alana Rizzo, Correio Braziliense, 19 abr 11] Cerca de 30% dos assassinatos de brasileiros fora do país estão relacionados ao tráfico de pessoas, orquestrado basicamente por organizações vinculadas à prostituição. Em vários casos, há a simulação de suicídio.

O convite chegou por uma amiga. Viver no exterior, ganhar em euros, mudar de vida… Quem sabe até se casar. Toparam Fátima, Socorro, Verônica, Iulsa e milhares de brasileiras recrutadas anualmente pelas máfias especializadas em tráfico de pessoas. Não há uma estimativa do número de mulheres levadas ao exterior para fins de exploração sexual. O que se sabe é que as organizações estão cada vez mais violentas. E fazendo cada vez mais vítimas.

Vinte brasileiras estão desaparecidas em países europeus. A principal suspeita é de que tenham sido assassinadas pelos grupos organizados. O paradeiro delas é totalmente desconhecido há pelo menos quatro anos. Diversas tentativas de localização, inclusive das polícias brasileiras e internacionais, foram feitas sem sucesso.

Em média, 30% das mortes de brasileiros no exterior estão relacionadas ao tráfico de pessoas. A maioria das vítimas são mulheres que, fora do país, trabalham como prostitutas. Têm entre 18 e 35 anos e não passaram do ensino fundamental. São de famílias de baixa renda e já desembarcam endividadas com os patrões. Precisam se submeter a uma rotina exaustiva de violência sexual e psicológica para pagar a viagem, a hospedagem e a alimentação.

“As investigações mostram que as quadrilhas estão se aprimorando. Algumas mulheres não aguentam a escravidão a que são submetidas. Tentam fugir e são mortas. Outras são assassinadas como uma espécie de queima de arquivo mesmo. Sabem como funcionam aquela rede e estão dispostas a denunciar”, explica o assessor de Relações Internacionais do estado de Goiás, Elie Chidiac, estado de origem das vítimas e da maioria das mulheres traficadas no país. Continue lendo

Alagoas tem a maior taxa de homicídio

[Jornal da Band, 19 abr 11] Um estudo divulgado pelo Ministério da Justiça mostra Alagoas como o Estado mais violento do país, com uma taxa de mais de 60 homicídios para cada cem mil habitantes. Na pesquisa, o Espírito Santo aparece em segundo lugar, seguido de Pernambuco. Representantes dos policiais alagoanos dizem que a violência no estado está ligada à falta de uma política de segurança e à desmotivação da categoria.

A impunidade favorece o aumento da violência em Alagoas. Mais de 85% dos assassinatos investigados pela polícia vão parar no arquivo dos crimes misteriosos, aqueles dos autores nunca identificados.

Dos 102 municípios alagoanos, dez estão na lista das cem cidades brasileiras mais violentas. O número de homicídios cresceu 343% nos últimos dez anos. Entre jovens negros a situação é ainda pior: são 155,6 mortes por cem mil habitantes. Para cada jovem branco assassinado, morrem 15 negros.

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

[Folha SP, 19 abr 11] Apesar de o número de homicídios no país permanecer estável nos últimos anos, o número de negros assassinados não para de subir, revela o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010 [link no final do artigo], divulgado nesta terça-feira, no Rio.

A probabilidade de um homem preto ou pardo morrer assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um indivíduo que se declara branco.

Enquanto os homicídios entre homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, o movimento entre negros e pardos é inverso.

Em 2001, homens pretos ou pardos representavam 53,5% do total. Ao mesmo tempo, os brancos significavam 38,5%.

Já em 2007, do total de homicídios registrados, 64,09% eram de negros. Já a proporção de brancos recuou para 29,24%.

Em 2007, para cada 100 mil habitantes, 59,8 homens pretos ou pardos morreram assassinados. Entre a população masculina branca, essa proporção 29,2 homens mortos a cada 100 mil habitantes.

No início da década, foram registrados 44.105 mil homens assassinados. Em 2007, esse dado ficou estatisticamente estável, recuando para 43.938.

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Alunos ‘afeminados’ da Malásia serão enviados a acampamento, diz jornal

[BBC Brasil, 19 abr 11] O jornal da Malásia New Straits Times afirmou que um grupo de 66 adolescentes malaios com “tendências afeminadas” será enviado a um acampamento com o objetivo de “passar por uma reeducação”.

O jornal credita a informação a autoridades da Malásia, país que não tolera a homossexualidade.

Segundo o Departamento de Educação do Estado de Terengganu, o acampamento começou a funcionar no último domingo. Os jovens enviados ao local foram indicados por suas escolas, que foram instruídas no ano passado a “denunciar alunos que pudessem ser gays”.

A Malásia considera ilegais as relações entre pessoas do mesmo sexo. Homossexuais malaios denunciam medidas do governo que consideram discriminatórias, como, por exemplo, a pena de 20 anos de prisão por sodomia.

De acordo com o New Straits Times, os estudantes terão aulas de educação física e religião, conduzidas por “palestrantes motivacionais”.

O diretor do departamento, Razali Daud, disse ao New Straits Times que, embora os “sintomas” variem, o comportamento dos 66 jovens – todos estudantes do ensino médio – “não são comuns para rapazes normais desta idade”.

“Nós não estamos interferindo com o processo da natureza, e sim meramente tentando guiar estes estudantes a seguir um caminho adequado em suas vidas”, afirmou Daud.

“Nós sabemos que algumas pessoas acabam se tornando mak nyah (travestis) ou homossexuais, mas nós faremos o melhor para limitar este número”, disse.

A entidade malaia Grupo Unido de Ação para a Igualdade de Gêneros (JAG, sigla em inglês) afirmou, em comunicado publicado pelo site de notícias The Malaysian Insider, que a medida vai contra os direitos humanos, além de promover a homofobia e o preconceito.

ONU alerta sobre violência sexual na Costa do Marfim, Líbia, no Congo e em regiões de Angola

[Renata Giraldi, Agência Brasil, 15 abr 11] Aumentou o número de denúncias de violência sexual nos conflitos armados na Costa do Marfim, Líbia, no Congo e em algumas regiões de Angola. O alerta foi feito ontem (14) pela  representante especial do secretário-geral sobre a Violência Sexual em Conflito nas Nações Unidas,  Margot Wallström. Para ela, é urgente que as autoridades tomem providências efetivas antes que a situação se agrave.

As informações são das Nações Unidas. “Mesmo na  tirania da urgência, as provas concretas aparecem”, afirmou Wallström durante apresentação no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Nossos esforços são para defender a segurança internacional e isso não será completo se não incluir o fim da violência sexual antes mesmo de ela começar.”

A representante lembrou que em dezembro de 2010, o Conselho de Segurança aprovou a resolução que define a necessidade de acabar com a impunidade para os crimes sexuais e recomenda a adoção de medidas para lidar com a “violência sexual generalizada e sistemática” em situações de conflito armado. Continue lendo

Violência é principal limitação para alcance de objetivos do milênio, diz Banco Mundial

[BBC Brasil, 11 abr 11] Um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Mundial afirma que a violência é a principal limitação para que países alcancem os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Os objetivos são metas estabelecidas pela ONU para reduzir pobreza, fome, morte de mães e crianças, moradia inadequada, desigualdade entre os sexos e degradação ambiental até 2015.

Segundo o “Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2011: Conflito, Segurança e Desenvolvimento“, lançado em Washington, uma em cada quatro pessoas no mundo (ou 1,5 bilhão de habitantes) vive em países afetados por “repetidos ciclos de violência política e criminosa”.

“Nenhum país frágil e de baixa renda afetado por conflitos alcançou até hoje um único Objetivo do Milênio”, diz o Banco Mundial. Segundo o estudo, em países onde há violência prolongada, as taxas de pobreza são, em média, 20 pontos percentuais mais altas que em outras nações.

O relatório diz que países que passaram por conflitos violentos costumam enfrentar “repetidas ondas de instabilidade e violência política e criminal” e afirma que mais de 90% das guerras civis na década de 2000 ocorreram em países que já haviam enfrentado uma guerra civil nos 30 anos anteriores. Continue lendo

Sobrevivência ou colapso? B. F. Skinner, J. M. Diamond e o destino das culturas ~ por Alexandre Dittrich

[Alexandre Dittrich*, Ecodebate, 8 abr 2011] RESUMO – Um dos aspectos mais interessantes e polêmicos da obra de B. F. Skinner é sua interpretação sobre a evolução das culturas. De acordo com o autor, as conseqüências de práticas culturais retroagem sobre as culturas, no sentido de aumentar ou diminuir suas chances de sobrevivência. O livro “Colapso”, do biólogo e geógrafo norte-americano Jared Diamond, apresenta semelhanças marcantes com a teoria de Skinner, evidenciando que as conseqüências de práticas culturais têm influência decisiva sobre o destino das culturas. Este artigo busca detalhar tais semelhanças, argumentando que o livro de Diamond serve como complemento à teoria skinneriana, pois ilustra com exemplos concretos as afirmações gerais de Skinner sobre a evolução das culturas e, com isso, confere-lhes maior clareza e credibilidade. Palavras-chave: Skinner, Burrhus Frederic; Diamond, Jared Mason; cultura; behaviorismo radical.

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A marca dos grandes psicólogos é a capacidade de pensar o mundo a partir da psicologia – de analisar, a partir de suas teorias, uma ampla variedade de problemas, alguns dos quais podem até mesmo parecer, num primeiro momento, distantes do universo psicológico. B. F. Skinner (1904-1990) certamente se encaixa nesta categoria. Sua obra é um legado fascinante, um rico documento de sua trajetória na tentativa de compreender a complexidade do fenômeno humano. O behaviorismo radical e a análise do comportamento, obviamente, avançaram para além de Skinner, mas sua obra permanece como referência perene para todos os pesquisadores nesta área. Continue lendo

What Comes First: Depression In Teens Or Emo Music?

 

By Derek K. Miller

 

[Nancy Shute, NPR, Apr 6, 11] Teenagers are more likely to be depressed if they spend a lot of time listening to music, while teens who read a lot are less depressed, according to new research.

So does that mean that My Chemical Romance is bad for your health? Or that multiple replays of “The Catalyst” by Linkin Park will push an adolescent from moodiness to mental illness?

Not necessarily. The researchers didn’t try to nail down cause and effect. But the fact that depression is a major health problem for teenagers, affecting 1 in 12 of them, makes it’s easy to see why the researchers thought it was worth looking into.

Pediatrician Brian Primack, at the University of Pittsburgh who was the lead author on the study, says it’s more likely that depressed teenagers are turning to music for solace, rather than music being the cause of the mental illness. “They don’t feel like doing anything,” Primack says. “They don’t have a lot of energy, and this is a place where they can go and they don’t have to perform.” Continue lendo