Arquivo da categoria: Comportamento

Divulgado o Índice de Homicídios na Adolescência 2010

Desenvolvido pelo Programa de Redução da Violência Letal (PRVL), o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) apresenta uma proposta de índice de mortalidade na adolescência, descrevendo sua metodologia e apresentando os resultados para os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.

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Estima-se que a violência letal será responsável pela morte de mais de 32 mil adolescentes nos municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes no período de 2007 a 2013, se as condições que prevaleciam em 2007 não mudarem. Trata-se de uma questão gravíssima a ser enfrentada pelo Estado, no sentido de reduzir os índices de mortalidade por homicídio e de modificar a trajetória que conduz crianças e adolescentes brasileiros a um ciclo de violência com desfechos trágicos.

Fica evidente a partir dos números apontados que, se nada for feito, os avanços obtidos no alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, especialmente na redução da mortalidade infantil, serão perdidos na adolescência, pois muitas das crianças salvas nos primeiros anos de vida
acabam morrendo mais tarde, antes de completar 18 anos. Continue lendo

Suicídio. Tragédia silenciosa

[Texto de Neury José Botega, Folha SP, IHU, 6 dez 2010] Diariamente, 25 pessoas põem fim a suas vidas no Brasil. Foram 9.090 suicídios oficialmente registrados em 2008. Para cada óbito, no mínimo cinco ou seis pessoas próximas ao falecido foram profundamente afetadas. O impacto do suicídio na vida das pessoas e da nação é silenciado pela sociedade.

Nos meios de comunicação há orientação, discutível quando adotada em termos absolutos, de não se noticiar suicídio. Silencioso, ele resta à margem das tragédias nacionais. Mas é possível evitar uma parcela dessas mortes.

Numa escala mundial, nosso coeficiente de mortalidade por suicídio é relativamente baixo: 5,4 mortes em cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. Esse índice cresceu 30% nos últimos 25 anos.

O coeficiente é uma média nacional e esconde importantes contrastes. Em algumas cidades, os índices equiparam-se aos de países do Leste Europeu. Ademais, como somos um país populoso, atingimos o décimo lugar mundial em número total de suicídios, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas supere o de mortes em pelo menos dez vezes. Um inquérito populacional elaborado pela OMS e levado a cabo por pesquisadores da Unicamp apurou que, em cada cem habitantes da cidade de Campinas, 17 já haviam pensado seriamente em pôr fim à vida e três efetivamente tentaram o suicídio.

A causa de um suicídio é invariavelmente mais complexa do que um acontecimento recente que salta à vista e que é tomado como explicação rápida para o ocorrido. Continue lendo

Campanha espanhola cria polêmica ao relacionar camisinha à hóstia

[Anelise Infante, BBC Brasil, 6 dez 2010]

Uma campanha do governo espanhol para incentivar o uso de preservativos vem causando polêmica no país ao relacionar as imagens de camisinha com as de uma hóstia.

Divulgada em cartazes, vídeos e outdoors, a campanha repete uma mesma foto de um sacerdote segurando primeiro uma hóstia e depois uma camisinha.

A iniciativa do setor jovem do partido socialista que governa o país foi lançada durante a semana internacional de luta contra a aids.

“Bendita camisinha que tira a Aids do mundo” é o título oficial da campanha. Continue lendo

Brasil se une a Portugal e a Espanha no combate a exploração sexual infantojuvenil

[Publicado na Rede de Mobilização Social, 29 nov 2010]

O combate à violência Sexual infantojuvenil no Brasil já extrapola fronteiras. No rastro de redes organizadas que atuam no aliciamento de nossos jovens e adolescentes está a rede de enfrentamento, formada por instituições governamentais, não governamentais, empresas públicas e privadas, que apoiam o ViraVida. O projeto do Conselho Nacional do Sesi assegura o atendimento de 944 jovens e adolescentes, de vários estados brasileiros, por meio de processo socioeducativo, proporcionando alternativas de vida a partir da inserção no mercado de trabalho.

Como apoio, as Centrais Sindicais, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Comisiones Obreras (CCOO), Unión General de Trabajadores (UGT) e Confederação Geral dos Trabalhadores Protugueses – Intersindical nacional (CGTP-IN) realizam o Seminário “Estratégia de luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes”, em Madri, dias 29 e 30 de novembro e em Lisboa, dias 2 e 3 de dezembro. Continue lendo

UE e ONGs na Europa debatem problema da mutilação genital feminina

Campanha pelo fim da mutilação genital feminina
A Comissão Europeia e várias ONGs estão conclamando os países-membros da UE a apoiar vítimas de mutilação genital que vivem no bloco e proteger adolescentes do risco desta prática que viola inúmeros direitos humanos.

Praticada na África, bem como em alguns países do Oriente Médio e em comunidades da Ásia e América Latina, a mutilação genital feminina (MGF) é um termo internacionalmente reconhecido para designar o costume de cortar a genitália das mulheres.

Adolescentes são submetidas a esse procedimento por diversas razões, explica Christine Loudes, diretora de uma campanha contra a prática coordenada pela Anistia Internacional.

“A MGF não é cometida por motivos terapêuticos, mas feita em nome da tradição, da estética e, às vezes, da religião”, diz ela. O procedimento envolve uma remoção parcial ou completa da genitália externa da mulher e é geralmente executado sob condições precárias de higiene e sem anestesia, em crianças e adolescentes de até 15 anos de idade. A MGF representa uma  violação severa dos direitos humanos.

“A prática constitui tortura e degrada a vítima. Trata-se de uma violação dos direitos da mulher à integridade física e também dos direitos da criança, para citar apenas alguns”, acrescenta Loudes.

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A cura pela palavra: o que fazem, pensam e pregam os pastores psicanalistas

[Texto de Clara Becker, publicado na Revista Piauí, nov 2010]

Toda vez que assumia a direção de seu carro, o gerente de vendas Roberto manifestava sintomas descritos pela literatura médica como os da síndrome do pânico. Suava frio, faltava-lhe ar, sentia dormência nas mãos, dores no peito e, por fim, na certeza de que teria uma síncope, entrava em desespero. Funcionário de uma grande empresa, seu trabalho exigia que ele dirigisse por longas distâncias.

Roberto procurou um psicanalista para tentar entender a origem da sua angústia automobilística. Em uma das sessões, lembrou-se de um trauma de infância: o dia em que pulou o muro para roubar goiabas no quintal da vizinha, se apoiou em dois canos de um circuito elétrico e levou um choque de 220 volts. Tremeu como um apoplético até que alguém desligou a eletricidade. O episódio, ao que parece, estivera longamente reprimido no inconsciente.

Enquanto contava a história, demonstrou com gestos como se agarrara aos canos. O psicanalista percebeu que a posição das mãos era a mesma usada para segurar o volante do carro. O diagnóstico era óbvio: o pânico de dirigir era uma reminiscência reprimida do episódio traumático. Com a cena vindo à consciência, os ataques cessaram. Continue lendo

Êxodo de brasileiros volta a ganhar força em 2009 e é recorde na década

[Texto de Júlia Dias Carneiro, BBC Brasil, 22 nov 2010]

Apesar da crise nos países ricos, o êxodo de brasileiros para o exterior voltou a ganhar força em 2009 após cair em 2008 e atingiu o maior patamar da década, sugere um levantamento realizado a partir do saldo de entradas e saídas nos aeroportos brasileiros.

Em 2009, o número de passageiros que entraram e saíram do Brasil por via aérea apontou para uma saída líquida de aproximadamente 90 mil pessoas.

No ano anterior, os números revelavam um fenômeno inverso. O saldo foi negativo, indicando que, em 2008, cerca de 28 mil pessoas a mais entraram no país em relação aos que saíram.

“(O ano de) 2008 foi claramente um ano especial. A crise veio muito forte e atingiu o mercado de trabalho, principalmente nos países para onde a migração estava se dirigindo. Em 2009, a saída líquida voltou a aumentar. Foi uma velocidade surpreendente”, considera Victor Hugo Klagsbrunn, autor do levantamento que aponta para o que o autor chama de “saldo migratório”, calculado com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O pesquisador ressalta que os números não devem ser tomados como um indicador absoluto, mas servem como termômetro para identificar tendências na migração de brasileiros – movimento que carece de indicadores oficiais. Continue lendo

Dossiê – Perversão

Os perversos não são extra-humanos, mas demasiadamente humanos; definir a perversão é um paradoxo ético.

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A perversão é uma das três grandes estruturas da psicopatologia psicanalítica. Ao lado da psicose e da neurose, ela representa um tipo específico de subjetividade, desejo e fantasia. Comparativamente, seu diagnóstico é mais difícil e controverso: consideram-se a extensão e variedade de seus sintomas, bem como sua alta suscetibilidade à dimensão política. Nas perversões podemos incluir aproximativamente três subgrupos: as perversões sexuais, as personalidades antissociais e os tipos impulsivos. Essa subdivisão é problemática e apenas descritiva, pois cruza categorias originadas em diferentes tradições clínicas.

Devemos distinguir uma perversão ordinária de uma perversão extraordinária, representada pelos “tipos concentrados” com os quais a perversão foi historicamente associada, para, em seguida, ser excluída, silenciada e expulsa da condição humana. Aquela que seria a forma mais forte de perversão, como confronto e desafio à lei, é, na verdade, expressão de um tipo coletivo de exagero da lei, baseado na atração pela forma, desligada e deslocada de seu conteúdo. Continue lendo

Automutilação: é hora de encararmos este tema

As angústias de Demi Lovato – O que o drama da estrela teen revela sobre sua geração

[Texto de Cristiane Segatto, publicado na Época, 19 nov 2010]

Para as crianças e os adolescentes, Demi Lovato dispensa apresentações. Todos sabem quem ela é. Para os que têm pouco contato com o universo dos ídolos teen, informações básicas podem ser necessárias. Vamos a elas: Demi Lovato é uma estrela americana de 18 anos. É um desses talentos descobertos e formados pelos estúdios Disney. Canta, dança, interpreta, atua em filmes, séries de TV e viaja o mundo fazendo shows.

O traço mais marcante de seu rosto é o sorriso. Um sorriso rasgado, gigante, realçado por dentes alinhadíssimos. Um sorriso que contradiz, sabe-se agora, as angústias que ela enfrenta há tempos. No início do mês, Demi cancelou sua participação nos shows que o grupo Jonas Brothers faria no Brasil. Crianças e adolescentes ansiosos para ver a moça ao vivo (ou pelo menos pelo insosso telão, como sempre acontece nesses eventos), não entenderam direito por que, afinal, a estrela não apareceu. Continue lendo

Violência doméstica também cresce em Portugal

A secretária de Estado para a Igualdade de Portugal, Elza Pais, anunciou esta segunda-feira que, em média, o número de queixas de violência doméstica cresce cerca de 11,3 % por ano desde 2000. O Observatório de Mulheres Assassinadas registou, em 2009, 29 mortes e 28 tentativas de homicídio.

A cada dia que passa, pelo menos 18 mulheres são vítimas de violência doméstica, segundo a APAV. “Desde 2000 que o número de queixas aumenta, em média, 11,3 %”, afirmou Elza Pais, no Porto, no âmbito de uma cerimónia de apresentação dos dados relativos a 2009 do Observatório das Mulheres Assassinadas e do primeiro aniversário do Centro de Atendimento e Acolhimento a Mulheres Vítimas de Violência.

Segundo Elza Pais, este aumento do número de queixas revela que “as vítimas estão a perder a vergonha”. “Hoje, sem sombra de dúvida, as vítimas estão ganhando a capacidade de denúncia e a fazer cair o silêncio que durante muitos e muitos anos as impediu de denunciar os agressores”, frisou.

A secretária de Estado informou que existem atualmente “544 projetos” de combate a este fenômeno, de norte a sul do país. Continue lendo

Aborto: Aumenta o mal cheiro vindo dos porões

Foto: AFP

Conforme avança a investigação policial em Bangcoc, capital da Tailândia, sudeste asiático, aumenta o número de fetos encontrados nos porões de um templo Budista.

Nesta sexta feira, num segundo lugar apontado por funcionários do templo, foram encontrados mais 950 fetos além dos 348 anteriores. Oficiais já declararam a existência de um terceiro local, o que aumentaria ainda mais o número de corpos.

Resultado do trabalho clandestino das clínicas de aborto, embrulhados em sacos de lixo e jornais, estes fetos eram encaminhados para o templo onde seriam incinerados. Uma reforma no forno iniciada há dois meses teria sido a causa do acúmulo. Continue lendo

Is marriage becoming obsolete in America?

Nearly one in three American children is living with a parent who is divorced, separated or never-married. More people are accepting the view that wedding bells aren’t needed to have a family.

A study by the Pew Research Centre highlights rapidly changing notions of the American family. And the Census Bureau, too, is planning to incorporate broader definitions of family when measuring poverty, a shift caused partly by recent jumps in unmarried couples living together.

About 29% of children under 18 now live with a parent or parents who are unwed or no longer married, a fivefold increase from 1960, according to the Pew report being released Thursday. Broken down further, about 15% have parents who are divorced or separated and 14% who were never married. Within those two groups, a sizable chunk — 6% — have parents who are live-in couples who opted to raise kids together without getting married.

Indeed, about 39% of Americans said marriage was becoming obsolete. And that sentiment follows United States census data released in September that showed marriages hit an all-time low of 52% for adults 18 and over.

In 1978, just 28% believed marriage was becoming obsolete.

When asked what constitutes a family, the vast majority of Americans agree that a married couple, with or without children, fits that description. But four of five surveyed pointed also to an unmarried, opposite-sex couple with children or a single parent. Three of five people said a same-sex couple with children was a family.
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