Arquivo da categoria: Comportamento

A cor dos homicídios no Brasil 2012 – Morrem 2,5 vezes mais negros do que brancos

As mortes por assassinato entre os jovens negros no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos. Em 2010, o índice de mortes violentas de jovens negros foi de 72, para cada 100 mil habitantes; enquanto entre os jovens brancos foi de 28,3 por 100 mil habitantes.

[Thais Leitão, Agência Brasil, 30 nov 12] A evolução do índice em oito anos também foi desfavorável para o jovem negro. Na comparação com os números de 2002, a taxa de homicídio de jovens brancos caiu (era 40,6 por 100 mil habitantes). Já entre os jovens negros o índice subiu (era 69,6 por 100 mil habitantes).

Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil, divulgado em Brasília, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir). Continue lendo

O urbanismo contra-ataca ~ Enrique Peñalosa

‘Uma cidade se expressa, vibra, vive. E só é feita com gente na rua’, diz ex-prefeito de Bogotá.

Notícias de uma guerra “não declarada”: mais de 200 mortos, entre civis (com ou sem ficha criminal) e policiais militares desde o início de outubro. Mas nem adianta passar a régua, pois a conta não fecha aí. Na madrugada seguinte, mais um punhado de gente cai na vala comum das páginas da metrópole e vira estatística. De um lado, o “salve geral” disparado pelo Primeiro Comando da Capital em agosto. De outro, a tropa do governo. No fogo cruzado, a cidade.

[Juliana Sayuri, Estado SP, 18 nov 12] Difícil dizer que se trata de um confronto “velado” entre PM e PCC. Nessa semana, observadores da imprensa internacional miraram São Paulo como uma “cidade sangrenta”. Foram reportagens no Clarín, El País, Le Monde, The Economist, The Guardian, The Wall Street Journal. Até a Al Jazeera reportou a onda de violência paulistana, ao passo que The New York Times questionou a garantia de segurança no Brasil durante o mundial de 2014, um provocativo “imagine na Copa…” para gringo ler. Continue lendo

Não sou contra negociar com o crime organizado, diz sociólogo

Em situações emergenciais, quando as mortes se acumulam numa guerra sem fim, é preciso negociar com o crime. Loucura? O sociólogo Claudio Beato, 56, um dos maiores especialistas em segurança no país, diz que não.

[Mario Cezar Carvalho, Folha SP, 19 nov 12] Ele cita o levante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006, no qual houve aparentemente um acordo com o governo, como contraexemplo. “Se houve acordo, por que não fazer isso de forma transparente?”

Os exemplos bem-sucedidos de negociações com criminosos, segundo ele, vão dos EUA a El Salvador, onde a igreja intermediou acordos. No Brasil, a polícia faz acordos informais com o crime, de acordo com ele, que deveriam ser institucionais.

Para Beato, ligado ao PSDB de Minas, a falta de transparência só aumenta a sensação de insegurança, como diz nesta entrevista. Continue lendo

A fome: desafio ético e político ~ Leonardo Boff

Por causa da retração econômica provocada pela atual crise financeira, o número de famintos, segundo a FAO, saltou de 860 milhões para um bilhão e duzentos milhões. Tal fato perverso impõe um desafio ético e político. Como atender as necessidades vitais destes milhões e milhões?

[Adital, 29 out 12] Historicamente este desafio sempre foi grande, pois a necessidade de satisfazer demandas por alimento nunca pôde ser plenamente atendida, seja por razões de clima, de fertilidade dos solos ou de desorganização social. À exceção da primeira fase do paleolítico quando havia pouca população e superabundância de meios de vida, sempre houve fome na história. A distribuição dos alimentos foi quase sempre desigual. Continue lendo

Carta sobre ‘morte coletiva’ de índios gera comoção e incerteza

A carta dos indígenas Guarani-Kaiowá, anunciando o que foi interpretado por muitos como uma ameaça de suicídio em massa, vem gerando comoção, mas também incerteza sobre o real significado do documento assinado por líderes da tribo.

[Júlia Dias Carneiro, BBC Brasil, 24 out 2012] A carta, que teve ampla repercussão nas redes sociais e em portais de notícia do Brasil e do exterior, foi interpretada como um anúncio de suicídio coletivo por parte dos Pyelito Kue, comunidade de 170 indígenas que expôs seu desespero após receber uma ordem de despejo da terra onde vive acampada. Na carta, os indígenas afirmavam que dali não sairiam vivos. Continue lendo

Maior parte dos casais gays é de mulheres

Segundo o Censo, mulheres compõem 53,8% dos 60 mil casais homossexuais que dividem a mesma casa no Brasil.

[Luciana Nunes Leal, Estadão, 17 out 12] O Censo 2010 encontrou 60 mil casais homossexuais que dividem a mesma casa, como já tinha sido divulgado pelo IBGE. Desse total de uniões, 53,8% eram de mulheres.

No total de pessoas que declararam ter cônjuges do mesmo sexo, 47,4% se disseram católicas e 20,4% sem religião. Pouco mais de um quarto (25,8%) tinha curso superior completo. A grande maioria dos casais (52,6%) vive no Sudeste.

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Cresce proporção de pessoas em união consensual

Censo também aponta queda da taxa dos casados formalmente

[Luciana Nunes Leal, Estadão, 17 out 12] Uma série de mudanças no perfil da família brasileira tem sido registrada nas últimas décadas e se confirma no Censo 2010.

A proporção de casais que vivem em união consensual teve grande aumento na década, enquanto o porcentual dos que são casados formalmente teve queda significativa.

Os casamentos informais são crescentes inclusive na população que se diz católica, embora a Igreja reprove esse tipo de união conjugal. Continue lendo

O que há por trás da alta taxa de estupro na Suécia?

A Suécia tem a segunda maior taxa de estupros do mundo, atrás de Botsuana.

[Ruth Alexander, BBC Brasil, 18 set 12] A possível extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, do Reino Unido à Suécia, chamou atenção recentemente para a alta taxa de estupros do país escandinavo, considerado um dos mais seguros do mundo. Mas até que ponto as estatísticas suecas podem ser comparadas com as de outras nações?

O comparativo internacional de dados sobre criminalidade é, muitas vezes, questionável, algo já sabido por criminalistas e estatísticos, mas ainda desconhecida em grande parte por jornalistas e pelo público em geral. Continue lendo

Internet pode diminuir a inteligência e a empatia, diz pesquisadora

Velocidade mental, capacidade de processar informações com rapidez, não é a mesma coisa que entendimento ou sabedoria.

[Reinaldo J Lopes, Folha SP, 18 set 12] A neurocientista e baronesa britânica Susan Greenfield, 61, faz questão de ser uma voz dissonante em meio à empolgação de muita gente com o potencial das redes sociais e da internet.

Para ela, há razões para acreditar que a vida virtual está criando uma geração de pessoas menos inteligentes e menos capazes de empatia -um ponto de vista que já lhe rendeu desafetos dentro e fora da comunidade científica. Continue lendo

Pannemberg e as uniões homossexuais

“Os resultados exegéticos estabelecem estritos limites no tocante ao homossexualismo, para qualquer Igreja que esteja sob a autoridade das Escrituras”.

Ele é considerado um dos mais importantes teólogos alemães da segunda metade do século XX, por 27 anos lecionou Teologia Sistemática na Universidade de Munique e foi diretor do Instituto de Teologia Ecumênica. O jornal inglês Church Times publicou o artigo “Deveríamos Apoiar o Casamento Gay?” no qual Wolfhart Pannemberg elaborou, dentre outros, as seguintes reflexões:

“As referências bíblicas à prática homossexual são, sem sombra de dúvida, pela sua rejeição, e todas as suas declarações sobre o tema são concordes nessa direção.  Continue lendo

Brasil é o maior mercado consumidor de crack do mundo, aponta estudo

De acordo com o relatório, cerca de 4% da população adulta brasileira, 6 milhões de pessoas, já experimentaram cocaína alguma vez na vida.

[Fernanda Cruz, Agência Brasil, 5 set 12] O Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína, conforme resultado de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os dados do estudo – que ouviu 4,6 mil pessoas com mais de 14 anos em 149 municípios do país – foram apresentados hoje (5) na capital paulista. Continue lendo

Propagandas podem transformar crianças infelizes em materialistas

Segundo um novo estudo da Universidade de Amsterdã (Holanda), assistir muitas propagandas na TV pode fazer com que crianças que não estejam se sentindo muito felizes se tornem mais materialistas, porque elas acham que comprar coisas vai as deixar mais alegre.

[HypeScience, 3 set 12] Crianças infelizes que veem um monte de anúncios de TV em programas populares entre os pré-adolescentes acabam acreditando que os bens materiais são a chave para se sentir melhor.

Essa conclusão é baseada em um estudo com 466 crianças holandesas, com idades entre oito e onze anos, que responderam uma pesquisa online duas vezes, com um ano de diferença entre ambas, nas quais classificaram sua satisfação com a vida (na escola, em casa, com eles mesmos), avaliaram a importância dos bens materiais em sua vida, e o grau em que achavam que coisas materiais podiam trazer felicidade ou amigos. Continue lendo