Arquivo da categoria: Comportamento

A infância como alvo das guerras

Há 1,5 bilhão de crianças e adolescentes com menos de 18 anos vivendo em 42 países afetados por violência e conflitos intensos. O número corresponde a dois terços da população infantil do mundo.

[Ana L Valinho, O Globo, 15 mar 12]  Desde o início do conflito na Síria, em março de 2011, os relatos de atrocidades cometidas pelo governo do presidente Bashar al-Assad contra os insurgentes só aumentam. A ONU estima que mais de oito mil pessoas já foram mortas. Nas últimas semanas, o cerco aumentou, com a tomada de áreas rebeldes e centenas de assassinatos. Porém, a chacina, na última segunda-feira, de 26 crianças (com vídeos amplamente divulgados que mostravam alguns corpos com sinais de tortura e gargantas cortadas) no bairro de Karm el-Zeitun, na castigada cidade de Homs, aprofundou preocupações com a escalada da violência no país. E com o uso de crianças como alvo deliberado para determinados fins.

O massacre, que vitimou também 21 mulheres, de acordo com os Comitês Locais de Coordenação da Síria, causou uma forte reação mundial. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e os chanceleres da França, Alain Juppé, e do Reino Unido, William Hague, entre outras autoridades internacionais, condenaram o episódio, em que o governo e os opositores acusam-se mutuamente. Continue lendo

Suicídio de jovem forçada a casar com seu estuprador causa protestos

Foto © fotolia.de / Claus Mikosch

Ativistas marroquinos intensificaram a pressão para derrubar a lei que permite que estupradores casem com suas vitimas depois que uma menina de 16 anos de idade cometeu suicídio.

[BBC Brasil, 15 mar 12] Amina Al Filali usou veneno de rato para tirar a própria vida após ficar casada por cinco meses com o homem que a violentou e que, desde a união permanente, a agredia fisicamente.

Uma petição online e uma manifestação prevista para este sábado tratam da lei como “constrangedora” para o país.

Os ativistas querem a suspensão do Artigo 475 da lei local que permite que estupradores escapem da prisão se eles aceitarem “restaurar as virtudes” da vítima – ou seja, se se casarem com ela. Continue lendo

Cresce 48% o número de divórcios registrados em cartório em SP

O número de divórcios registrados em cartório no Estado de São Paulo cresceu 48,5% no ano passado segundo dados divulgados pelo CNB-SP (Colégio Notarial do Brasil). Ao todo, foram realizados 13.909 divórcios em cartório em 2011.

[Folha SP, 14 mar 12] O CNB-SP credita esse aumento a emenda constitucional publicada em julho de 2010, que extinguiu os prazos necessários para a realização do divórcio. Antes, era preciso estar separado judicialmente há um ano ou separado de fato por dois anos para o casal poder se divorciar. Continue lendo

Linguagem corporal ganha peso no ambiente corporativo

Diferentes tipos de apertos de mãos, gestos que denunciam mentira ou nervosismo, objetos usados como barreiras: o corpo fala no dia a dia de trabalho.

[Maíra Amorim, O Globo, 10 mar 12] Ficar balançando as pernas, cruzar os braços, coçar o nariz e segurar o queixo com as mãos — quantas vezes por dia um profissional não realiza ao menos um desses movimentos? Em muitos casos, sem se dar conta da mensagem que pode estar transmitindo: frieza, nervosismo, mentira ou falso interesse. Pois na seleção para um emprego ou no dia a dia de trabalho, os significados da linguagem corporal ganham cada vez mais peso para recrutadores e gestores, que veem, nesses sinais, indicativos que podem dizer muito sobre a personalidade e desempenho de candidatos ou funcionários.

— Observar a linguagem corporal sempre fez parte da rotina de quem trabalha com recrutamento, mas, hoje em dia, existem mais pesquisas que comprovam essas ideias. Isso nos deixa até mais seguros na hora de aplicar esse conhecimento na prática — diz Natalia Caroline Varga, coordenadora de Recrutamento e Seleção do Nube, empresa que coloca jovens no mercado de trabalho. Continue lendo

Justiça no Egito inocenta médico acusado de forçar ‘testes de virgindade’ em mulheres

Um tribunal militar no Egito inocentou neste domingo um médico acusado de obrigar mulheres que protestavam na praça Tahrir a se submeterem a testes para determinar se elas eram virgens.

[BBC Brasil, 11 mar 12} A agência de notícias Mena disse que o médico Ahmed Adel foi inocentado porque o juiz do caso determinou que havia contradições nos depoimentos das testemunhas.

O caso foi levado à Justiça por Samira Ibrahim, uma das mulheres que teria sido submetida a um dos exames. Continue lendo

Homofobia & Cristãfobia: protesto contra toda intolerância

Sou cristão. Sou contra a homofobia e toda e qualquer forma de intransigência. Defendo a vida, a liberdade de escolha e de expressão, inclusive dos que pensam diferente de mim.

Sou cristão. Chamado a servir aos necessitados, entre eles, os enfermos nos hospitais, independentemente de sua raça, religião, condição econômica e opção sexual. Seja individual e informalmente, ou organizada e institucionalmente através da ‘ACEH – Associação de Capelania Evangélica Hospitalar’, buscamos estar junto aos que sofrem. Continue lendo

Pobreza leva mulheres a casamentos precoces, no Tajiquistão

A pobreza no Tajiquistão é uma das principais causas dos casamentos precoces. Nas famílias rurais, os filhos homens se convertem no sustento da família, e as meninas são, em geral, consideradas uma carga financeira.

[Envolverde/IPS, 7 mar 12] Dusambé, Tajiquistão  – Quando Kibriyo Khaitova tinha 16 anos seus pais lhe disseram que se não casasse se converteria em uma solteirona. Assim, como muitas jovens do Tajiquistão, casou-se com o homem sugerido pela sua família. Agora tem 20 anos, dois filhos e foi abandonada pelo marido. “Meus pais me disseram que já tinha idade e que precisava casar”, contou a jovem, que vive no Vale de Ferghana, zona da Ásia central onde seguem fortemente arraigados costumes sociais conservadores.

“Eu disse a eles que queria continuar estudando, mas responderam que os homens não gostam de jovens educadas e que não é preciso estudar para ser uma boa esposa. A primeira vez que vi meu marido foi no casamento. Tinha muito medo, mas minha avó me falou que tudo sairia bem”, recordou. A propagada pobreza no Tajiquistão é uma das principais causas dos casamentos precoces, segundo um informe da Fundação Eurásia. Nas famílias rurais, os filhos homens se convertem no sustento da família, e as meninas são, em geral, consideradas uma carga financeira. Continue lendo

Congo: uma guerra contra as mulheres

Cerca de 500 mil mulheres foram estupradas na República Democrática do Congo desde o início da guerra civil em 1996.

Um estudo recente da ONU estima que os soldados são responsáveis ​​por cerca de um terço de todos os estupros e crimes de violência sexual cometidos nas províncias orientais do país. A disciplina no exército nacional é fraca, os soldados raramente são pagos, e muitos recebem ordens de seus superiores para “viver da terra”: um convite para os abusos. Tanto soldados como militantes agem impunemente. O problema é agravado pela falta de infra-estrutura legal e uma indiferença em relação à situação das mulheres.

Uma média de 1.100 novos incidentes de estupro são relatados a cada mês, mas um estudo descobriu que o número de mulheres congolesas estupradas todos os dias é maior que este.

As enfermarias do Hospital Panzi em Bukavu, que trata as vítimas de estupro, estão frequentemente lotadas.

Dr. Denis Mukwege, um ginecologista-obstetra fundador do hospital e finalista do Prêmio Nobel da Paz 2010, frequentemente realiza 10 cirurgias por dia. Ele diz que chegou a reconhecer os autores pelas cicatrizes que deixam nas mulheres. “Posso dizer que grupo fez isso, mesmo antes dela me diz”, diz ele. “Alguns grupos usam facas, outros só violentam jovens, e ainda outros usam armas de fogo. Desta forma, é como se eles deixassem uma assinatura no corpo.”

Clique para ver a reportagem do Washington Times (em Inglês) sobre o estupro na República Democrática do Congo.

Esta matéria foi publicada originalmente em Inglês aqui.

‘After-birth abortion’: Can they be serious?

My first thought was, can they be serious? In the cold language of a medical abstract, two Australian academics write an article in the Journal of Medical Ethics titled “After-birth abortion: Why should the baby live?” — and expect it will merely trigger some high-tonedback-and-forth among medical ethicists.

[Mary C. Curtis, Washington Post, Mar 5, 2012] “We claim that killing a newborn could be ethically permissible in all the circumstances where abortion would be. Such circumstances include cases where the newborn has the potential to have an (at least) acceptable life, but the well-being of the family is at risk,” the article reads. “We propose to call this practice ‘after-birth abortion,’ rather than ‘infanticide,’ to emphasise that the moral status of the individual killed is comparable with that of a fetus (on which ‘abortions’ in the traditional sense are performed) rather than to that of a child.” Continue lendo

“Martelo das Bruxas” orientou séculos de perseguição às mulheres

Monge alemão Heinrich Kramer possuía o que se define hoje como uma estrutura psicológica neurótica. Ele concentrou a misoginia de sua época num tratado para caça às bruxas. DW conversa com a historiadora Irene Franken.

[Laura Döing, DW, 28 fev 12] Katharina Henot foi a primeira. Depois que, em 1627, a influente comerciante foi condenada e executada por “magia maléfica”, iniciou-se uma avalancha de processos por bruxaria na cidade alemã de Colônia: nos três anos seguintes, pelos menos 24 mulheres foram acusadas e mortas.

Cento e quarenta anos antes, um monge dominicano estabelecera os fundamentos para identificação e perseguição às feiticeiras, naquilo que hoje se chamaria um best-seller: o Martelo das Bruxas –Malleus maleficarum ou Der Hexenhammer. O tratado compilava o saber e os medos da época, fornecendo os argumentos necessários àqueles que acreditavam na caça às bruxas.

Hoje, o Conselho Municipal de Colônia se ocupa da reabilitação oficial de Katharina Henot. A Deutsche Welle conversou com a historiadora Irene Franken, natural da cidade renana, sobre um dos livros mais infames jamais publicados. Continue lendo

Lançamentos em SP põem em xeque função dos shoppings na cidade

Especialistas defendem projetos que facilitem a circulação das pessoas e não seu isolamento.

[Mariana Della Barba e Maurício Moraes, BBC Brasil, 28 fev 12] A abertura de grandes lojas deu nova cara à Avenida Paulista nos últimos anos. Agora, o lançamento de um novo shopping na via mais conhecida de São Paulo e outras inaugurações na vizinhança reforçam a vocação comercial da região, mas também dividem os especialistas sobre a viabilidade e a sustentabilidade de tais empreendimentos na cidade.

Até 2014, a região da Paulista e do bairro dos Jardins, que já concentra um grande número de lojas, ganhará dois novos shoppings. O mais vistoso deles será o Cidade de São Paulo, que está sendo levantando no terreno da antiga residência dos Matarazzo, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona. Continue lendo