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Nova classe média tem maioria feminina, branca e com mais de 25 anos

[Gilberto Costa, Agência Brasil, 8 ago 11] Perfil elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República revela que a nova classe média brasileira, formada por 95 milhões de pessoas, tem a maioria feminina (51%) e branca (52%) e é predominantemente adulta, com mais de 25 anos (63%).

Os dados são da Pesquisa de Amostra Domiciliar (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antes do Censo 2010, e agora recompilados pela SAE para estabelecer o perfil da classe C – que, na última década, teve o ingresso de 31 milhões de pessoas e tornou o estrato social mais volumoso. A renda familiar da classe média varia de R$ 1 mil a R$ 4 mil mensais.

O perfil da nova classe média é tema do seminário que o governo promove hoje (8), em Brasília, para estabelecer novas políticas sociais para o segmento. Continue lendo

28% das mulheres assassinadas no país morrem em casa

[Folha SP, 8 ago 11] O ambiente doméstico é cerca de três vezes mais perigoso para as mulheres do que para os homens. Dentre as mulheres assassinadas no país, 28,4% morreram em casa. O número é quase três vezes maior do que a taxa entre os homens, de 9,7%.

As informações são do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, compilação de dados sobre a situação da mulher no país divulgado em julho pela Secretaria de Políticas para Mulheres do governo federal e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Os dados sobre o local de morte em assassinatos são de 2009.

A residência é o segundo local mais “perigoso” para as mulheres. De acordo com o anuário, as mortes por assassinato de mulheres ocorrem em primeiro lugar na via pública (30,7% dos casos), em segundo lugar em casa (28,4%) e em terceiro lugar no hospital (23,9%). Continue lendo

Rio pode virar capital mundial do turismo gay, diz “The Guardian”

Uma série de iniciativas da prefeitura do Rio de Janeiro para promover a diversidade sexual ajuda a preparar a cidade para se transformar na capital mundial do turismo gay, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico “The Guardian”.

[BBC Brasil, 12 jul 11] O jornal relata a festa de lançamento da semana da diversidade, “uma celebração das diferenças culturais e étnicas da cidade e uma tentativa de posicioná-la como a capital global do turismo gay”.

O jornal relata ainda que nos últimos meses houve “uma avalanche de iniciativas amigáveis à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) no Rio: cursos vocacionais para travestis, projetos contra intimidação de estudantes gays e lésbicas e uma nova lei proibindo a discriminação nos clubes noturnos da cidade”. Continue lendo

Mortalidade infantil indígena cresce 513%

[Leonardo Sakamoto, 1 jul 11] De tempos em tempos, vem à tona a notícia de que mais uma criança indígena morreu por desnutrição em algum lugar do Brasil. O avanço da agropecuária e das cidades têm expulsado muitos povos tradicionais de suas terras ou transformando-as em favelas, o que tira deles sua autonomia alimentar. Não é coincidência, portanto, que o Estado que é a principal ponta-de-lança do agronegócio nacional, o Mato Grosso, seja também o que apresenta os números mais preocupantes de morte de crianças. É claro, sem contar o sempre presente Mato Grosso do Sul, que é hour concours no quesito “roubo de terras de populações indígenas e apropriação ilegal de sua força de trabalho” .

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou, nessa quinta, o Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil -2010 destacando que a mortalidade infantil indígena cresceu 513% se comparada a 2009. Ao todos, foram 92 crianças mortas por desnutrição ou por doenças facilmente tratáveis. O Cimi destacou a situação do povo Xavante da Terra Indígena Parabubure, no Mato Grosso, onde 60 crianças morreram vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas – o que equivale a 40% do total de nascimentos no período.

De acordo com o Conselho, o fato é conseqüência do descaso e do abandono em que vivem os indígenas do país, sendo as crianças a população mais vulnerável. No Mato Grosso, a assistência médica é precária, faltam equipamentos, médicos, enfermeiros, medicamentos e transporte para levar os doentes até a cidade. Continue lendo

Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica, diz estudo

[Vinicius Konchinski, Agência Brasil, 4 jul 11] Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. O número consta do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, divulgado hoje (4) pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).

O anuário reúne dados referentes à situação das mulheres no país. Os números sobre a violência doméstica, por exemplo, são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Pnad, 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%. Continue lendo

‘Miseráveis entre miseráveis’, mais de 10 milhões vivem com R$ 39

[Luciana N Leal, Estadão 18 jun 11] Dados do Censo de 2010 que balizaram ações do Brasil sem Miséria, principal programa social da gestão Dilma, detalham onde vivem 8,5% dos brasileiros com renda familiar de até R$ 70

Uma população estimada em 10,5 milhões de brasileiros – equivalente ao Estado do Paraná – vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa. São os mais miseráveis entre 16,267 milhões de miseráveis – quase a população do Chile – contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa Brasil sem Miséria.

Lançado no dia 3 de maio como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o programa visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos.

Dados do Censo 2010 recém-divulgados pelo IBGE que municiaram a formatação do programa federal oferecem uma radiografia detalhada da população que vive abaixo da linha de pobreza extrema, ou seja, com renda familiar de até R$ 70 mensais por pessoa – que representam 8,5% dos 190 milhões de brasileiros. Continue lendo

Ainda uma Belíndia: Economia em alta não foi suficiente para país superar desigualdade regional

[Sílvio Ribas, Larissa Garcia, Correio Braziliense, 12 jun 11] A estabilidade econômica, o forte crescimento dos últimos anos e a transferência de renda conjugada com a valorização do salário mínimo não foram suficientes para que o país superasse a sua profunda e histórica desigualdade regional. Ao longo da última década, as diferenças apenas ganharam novos formatos. Em estados riquíssimos como São Paulo, focos de miséria saltam aos olhos. Enquanto o Distrito Federal registra a maior renda per capita do Brasil, no seu entorno, o indicador representa apenas um quarto da média nacional. No Pará, há uma série de municípios em que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu no mesmo período em que o Brasil ganhava musculatura para se transformar na quinta maior economia do mundo. Não à toa, a nação que hoje desperta apetite do capital estrangeiro ainda mantém a feição de Belíndia, conceito criado em 1974 pelo economista Edmar Bacha para ilustrar o modelo econômico que unia a riqueza da pequena Bélgica com a pobreza da continental Índia.

As discrepâncias foram desnudadas pelo Mapa da Distribuição Espacial da Renda no Brasil, estudo elaborado pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), ao qual o Correio teve acesso com exclusividade. Feito em 220 áreas de todo o país, com base em dados de 2008, o levantamento mostra que a divisão entre Sudeste e Sul ricos e Norte e Nordeste pobres é imprecisa. Muito além desses extremos, existem ilhas de prosperidade em estados menos desenvolvidos, como pequenas cidades embaladas pelo agronegócio e mineração, e recantos de extrema pobreza no interior de regiões industrializadas. Continue lendo

Pesquisa mostra quais os sonhos dos jovens brasileiros

[Felipe Mortara, Estadão, 13 jun 11] O maior desejo de 55% dos jovens brasileiros quando se fala de trabalho é ter a “profissão dos sonhos”. Nove em cada dez gostariam de ter uma profissão que ajudasse a sociedade. É o que aponta o estudo ‘O Sonho Brasileiro’, feito com cerca de 3 mil jovens de 18 a 24 anos de todo o País, que procura dar um panorama das expectativas destes jovens para o futuro.

Segundo a pesquisa, a possibilidade de construir uma carreira é o aspecto mais importante, seguido de ter carteira assinada. Os dois itens são mais importantes do que salário e encontrar uma profissão com perfil de futuro. Entre as pessoas ouvidas, 47% pertencem à classe C, seguida de 33% da B e 17% das classes D e E.

O estudo, realizado nos últimos 18 meses em 23 estados brasileiros procurou investigar as relações que esta parcela da população tem com questões como trabalho, política, economia, religião e família. Além disso, números como 89% têm orgulho em serem brasileiros e 75% acreditarem que o País está mudando para melhor, dão tom otimista ao trabalho. Continue lendo

Até 2014, Brasil quer retirar do trabalho infantil 1,2 milhão de crianças

[Roberta Lopes, Agência Brasil, 13 jun 11] O Brasil quer retirar do trabalho infantil 1,2 milhão de crianças até 2014, por meio da ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), informou a secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Denise Colin, em entrevista à Agência Brasil. Essa ampliação está dentro do Programa Brasil sem Miséria, lançado este mês pela presidenta Dilma Rousseff.

Denise Colin disse que hoje o programa atende mais de 800 mil crianças em todo o país. Elas foram encontradas em situação de trabalho no campo, de trabalho doméstico, exploração sexual, entre outros. Segundo a secretária, quando é feita a identificação de trabalho infantil, as crianças são inseridas no Programa Bolsa Família e é anotada na inscrição do programa a situação de trabalho infantil.

“As famílias recebem o benefício do Programa Bolsa Família. Essa criança tem a oportunidade de ser atendida em serviços que possam retirá-la da situação de exploração no trabalho”, disse. Continue lendo

36% das mulheres presas em São Paulo nunca recebem visita

[Estado SP, 13 jun 11] A detenta F.N., de 25 anos, ficou três anos e meio no regime fechado por tráfico de drogas. Foram 912 “longos e duros dias” sem receber nenhuma visita. “Fiquei sem ver minha mãe e minha filha, que hoje tem 7 anos. O pai dela é Minas Gerais e nunca apareceu”, diz ela, que é de Aparecida, no Vale do Paraíba, e pediu para não ser identificada. A história dela não é exceção. O abandono é como uma pena automática para as mulheres que vão para atrás das grades. Das 5.198 mulheres entrevistadas por Mutirão da Defensoria Pública de São Paulo, 36% declararam nunca terem recebido uma visita.

Outras 18% recebem apenas raramente – menos de uma vez por mês. A situação é ainda pior entre as casadas ou com união estável: cerca de 80% nunca receberam alguém. Como ressalta o 1º Subdefensor Público Geral, Davi Eduardo Depiné, as mulheres sofrem com o abandono dos parceiros e da familiares, que em geral não aceitam o fato delas terem sido presas. “A maioria dos homens recebe visitas semanalmente.” Apenas 14% das mulheres têm esse privilégio, mostrou o levantamento. Continue lendo

Os evangélicos e a ditadura militar

[Rodrigo Cardoso, Isto É, 11 jun 11] Documentos inéditos do projeto Brasil: Nunca Mais – até agora guardados no Exterior – chegam ao País e podem jogar luz sobre o comportamento dos evangélicos nos anos de chumbo.

No primeiro dia foram oito horas de torturas patrocinadas por sete militares. Pau de arara, choque elétrico, cadeira do dragão e insultos, na tentativa de lhe quebrar a resistência física e moral. “Eu tinha muito medo do que ia sentir na pele, mas principalmente de não suportar e falar. Queriam que eu desse o nome de todos os meus amigos, endereços… Eu dizia: ‘Não posso fazer isso.’ Como eu poderia trazê-los para passar pelo que eu estava passando?” Foram mais de 20 dias de torturas a partir de 28 de fevereiro de 1970, nos porões do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo. O estudante de ciências sociais da Universidade de São Paulo (USP) Anivaldo Pereira Padilha, da Igreja Metodista do bairro da Luz, tinha 29 anos quando foi preso pelo temido órgão do Exército. Lá chegou a pensar em suicídio, com medo de trair os companheiros de igreja que comungavam de sua sede por justiça social. Mas o mineiro acredita piamente que conseguiu manter o silêncio, apesar das atrocidades que sofreu no corpo franzino, por causa da fé. A mesma crença que o manteve calado e o conduziu, depois de dez meses preso, para um exílio de 13 anos em países como Uruguai, Suíça e Estados Unidos levou vários evangélicos a colaborar com a máquina repressora da ditadura. Delatando irmãos de igreja, promovendo eventos em favor dos militares e até torturando. Os primeiros eram ecumênicos e promoviam ações sociais e os segundos eram herméticos e lutavam contra a ameaça comunista. Padilha foi um entre muitos que tombaram pelas mãos de religiosos protestantes. Continue lendo

Eles não foram ouvidos

Cenas gravadas na Aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto/Jarina, entre os dias 28 de outubro e 4 de novembro de 2009. Nesse período, os ministros do Meio Ambiente e Minas e Energia foram convidados a ir ao Xingu para discutir os impactos da obra de construção da usina de Belo Monte na região. Se concretizado, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo e vai causar impacto mais de 9 milhões de hectares de floresta, uma área equivalente a duas vezes a cidade do Rio.

httpvh://youtu.be/ZmOozYXozb8?hd=1