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Brasil tem 16,2 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza

[Carolina Pimentel; Agência Brasil, 3 mai 11] Cerca de 16,2 milhões de brasileiros são extremamente pobres, o equivalente a 8,5% da população. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da linha de extrema pobreza definida pelo governo federal.

Anunciada hoje (3), a linha estipula como extremamente pobre as famílias cuja renda per capita seja de até R$ 70. Esse parâmetro será usado para a elaboração das políticas sociais, como o Plano Brasil sem Miséria, que deve ser lançado em breve pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

De acordo com a ministra do MDS, Tereza Campello, o valor definido é semelhante ao estipulado pelas Nações Unidas.

Para levantar o número de brasileiros em extrema pobreza, o IBGE levou em consideração, além do rendimento, outras condições como a existência de banheiros nas casas, acesso à rede de esgoto e água e também energia elétrica. O IBGE também avaliou se os integrantes da família são analfabetos ou idosos.

Dos 16,2 milhões em extrema pobreza, 4,8 milhões não tem nenhuma renda e 11,4 milhões tem rendimento per capita de R$ 1 a R$ 70.

Edição: Lílian Beraldo

Desaparecer em silêncio: Etnocídio de Repsol aos povos isolados na Amazônia Peruana

[Adital, 25 abr 11] Os blocos petroleiros 67 (da francesa Perenco) e 39 (da espanhola Repsol) são duas concessões na Amazônia peruana, ao norte da região Loreto, na inacessível fronteira com o Equador, que se superpõem a uma das áreas de povos indígenas em isolamento voluntário. São povos que, há um século, escaparam do genocídio da febre da borracha, isolando-se nas zonas mais remotas da Amazônia. Um recente relatório de Survival Internacional publica 39 razões “que Repsol queria que não soubesses” (1), onde são recopiladas evidências da presença desses povos, bem como o reconhecimento explícito de sua existência por parte do governo e da própria petroleira.

Há anos, a confederação indígena amazônica Aidesep (Associação Interétnica para o Desenvolvimento da Selva Peruana, a organização indígena nacional) reclama que a região compreendida entre os rios Napo e Tigre seja declarada intangível, iniciativa já vigente em algumas zonas do peru, bem como na vizinha selva equatoriana. Apesar da dificuldade para conhecer e nomear a esses povos estes poderiam ser os Toromenae, clã da etnia Huaorani, Pananajuri (etnia Arabela) e Taushiros. Seriam povos indígenas binacionais, que flutuam entre o Equador e os blocos 67 e 39, como o próprio governo do Equador reconheceu, destinando, inclusive, um montante no orçamento para tratar do tema dos povos isolados que transitam na região fronteiriça.

Quem são os povos isolados

Os povos isolados são grupos indígenas sobre os quais se tem pouca ou nenhuma informação e que evitam manter contatos regulares e pacíficos com a sociedade nacional, internando-se em regiões de difícil acesso dentro dos bosques tropicais(2). Sua sobrevivência depende exclusivamente dos recursos do bosque, sem buscar acesso aos bens materiais da civilização ocidental. Na América Latina existem ao redor de 100 grupos em isolamento voluntário em 45 diferentes áreas da Amazônia. Pelo menos 40 desses grupos estão no Brasil, 15 no Peru, 6 na Bolívia, 2 no Equador e um no Paraguai(3). Continue lendo

Alagoas tem a maior taxa de homicídio

[Jornal da Band, 19 abr 11] Um estudo divulgado pelo Ministério da Justiça mostra Alagoas como o Estado mais violento do país, com uma taxa de mais de 60 homicídios para cada cem mil habitantes. Na pesquisa, o Espírito Santo aparece em segundo lugar, seguido de Pernambuco. Representantes dos policiais alagoanos dizem que a violência no estado está ligada à falta de uma política de segurança e à desmotivação da categoria.

A impunidade favorece o aumento da violência em Alagoas. Mais de 85% dos assassinatos investigados pela polícia vão parar no arquivo dos crimes misteriosos, aqueles dos autores nunca identificados.

Dos 102 municípios alagoanos, dez estão na lista das cem cidades brasileiras mais violentas. O número de homicídios cresceu 343% nos últimos dez anos. Entre jovens negros a situação é ainda pior: são 155,6 mortes por cem mil habitantes. Para cada jovem branco assassinado, morrem 15 negros.

Negros são mais atingidos por abandono e repetência escolar

[Folha SP, 19 abr 11] Abandono e repetência escolar afetam mais os estudantes negros, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010, divulgado nesta terça-feira no Rio.

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

A avaliação de jovens de 15 a 17 anos mostra que 8 em cada 10 estudantes pretos e pardos estavam cursando séries abaixo de sua idade, ou tinham abandonado o colégio.

Entre os brancos, 66% dos estudantes estavam na mesma situação.

Na população de 11 a 14 anos, 55,3% dos jovens brasileiros não estavam na série correta em 2008. Entre os jovens pretos e pardos, essa proporção chega a 62,3%, bem acima dos estudantes brancos (45,7%).

“Mais uma vez, os dados também refletem que o problema de repetência e abandono, ao longo das coortes etárias, incide de forma desproporcional sobre os pretos e pardos”, diz o relatório.

O estudo acentua que é justamente dos 11 aos 14 anos a fase em que crianças e jovens começam a abandonar a escola, daí a gravidade dessa questão.

Desenvolvido pelo Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o relatório evidencia que a população branca com idade superior a 15 anos tinha, em 2008, 1,5 ano de estudo a mais do que a negra.

Se comparado ao quadro de 1988, essa diferença entre brancos e negros pouco mudou. Naquela época, os brancos tinham 1,6 ano de estudo a mais, em média.

Atualmente, a população preta ou parda com mais de 15 anos tinha 6,5 anos de estudos em 2008, ante 3,6 anos em 1988. Entre os brancos, houve um salto de 5,2 anos para 8,3 anos de estudos.

Expectativa de vida de negros é 6 anos menor que de brancos

[Folha SP, 19 abr 11] A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais, lançado nesta terça-feira no Rio.

Negros são mais atingidos por abandono e repetência escolar
Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

Entre a população preta e parda, a expectativa de vida, em 2008, era de 67,03 anos. Entre a parcela de cor branca, a perspectiva era de 73,13 anos.

Na média de toda a população brasileira, a esperança de vida era de 70,94 anos.

Entre os homens pretos e pardos, o indicador não passou de 66,74 anos. No contingente masculino da população branca, a expectativa alcançou 72,39 anos.

No estudo com as mulheres as mulheres, a esperança de vida entre pretas e pardas foi de 70,94 anos, abaixo dos 74,57 anos estimados para a parcela feminina da população branca.

O levantamento inédito foi feito pelo Nepo (Núcleo de Estudos de População) da Unicamp, e está incluído no relatório desenvolvido pela UFRJ.

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

[Folha SP, 19 abr 11] Apesar de o número de homicídios no país permanecer estável nos últimos anos, o número de negros assassinados não para de subir, revela o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010 [link no final do artigo], divulgado nesta terça-feira, no Rio.

A probabilidade de um homem preto ou pardo morrer assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um indivíduo que se declara branco.

Enquanto os homicídios entre homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, o movimento entre negros e pardos é inverso.

Em 2001, homens pretos ou pardos representavam 53,5% do total. Ao mesmo tempo, os brancos significavam 38,5%.

Já em 2007, do total de homicídios registrados, 64,09% eram de negros. Já a proporção de brancos recuou para 29,24%.

Em 2007, para cada 100 mil habitantes, 59,8 homens pretos ou pardos morreram assassinados. Entre a população masculina branca, essa proporção 29,2 homens mortos a cada 100 mil habitantes.

No início da década, foram registrados 44.105 mil homens assassinados. Em 2007, esse dado ficou estatisticamente estável, recuando para 43.938.

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Brasileiro fuma menos, mas bebe mais, diz Ministério da Saúde

[Folha SP, 18 abr 11] O tabagismo no Brasil continua em declínio, mas, por outro lado, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem crescido, principalmente entre mulheres.

De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde, o percentual da população adulta que bebe álcool em excesso passou de 16,2% em 2006 para 18% em 2010.

Os homens são a maioria entre os que bebem em excesso –26,8% em 2010, contra 25,5% em 2006. Foi entre as mulheres, no entanto, que se deu o aumento mais expressivo: a taxa passou de 8,2 para 10,6% nos quatro anos.

O ministério considerou consumo excessivo de álcool cinco ou mais doses em uma mesma ocasião em um mês para os homens ou quatro ou mais doses para as mulheres.

A pesquisa foi feita em todas as capitais por meio de 54 mil entrevistas telefônicas. [Veja o link no final do artigo] Continue lendo

Mortes no trânsito crescem 24% em uma década, puxadas por acidentes com motos

[BBC Brasil, 13 abr 11] O aumento nos acidentes com motociclistas fez com que as mortes no trânsito brasileiro crescessem 23,9% entre 1998 e 2008, segundo o Mapa da Violência 2011: Acidentes de Trânsito, compilação divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari.

Na década estudada, as mortes ocorridas em acidentes de motos cresceram 754%. As mortes de ciclistas também assustam: registraram um aumento de 308%.

Ao mesmo tempo, o número de óbitos envolvendo automóveis foi proporcionalmente menor que o aumento da frota.

“Se nada mudar, até 2015 teremos um massacre de motociclistas”, disse à BBC Brasil Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e autor do estudo.

Ele cita uma “reconfiguração” dos padrões de acidente desde a adoção do Código de Trânsito, em 2007.

Desde então, caíram em 15,6% as mortes de pedestres, e morrem menos pessoas por automóveis em circulação. Mas, no caso das motos, ocorreu o oposto: o risco de morte cresceu mais do que a própria frota, afetando principalmente a população entre 18 e 24 anos do sexo masculino.

“Se nada for feito, a tendência é que essas mortes continuem aumentando, em ritmo de 4% ao ano”, trazendo elevados custos sociais, financeiros e emocionais, diz Jacobo Waiselfisz. Continue lendo

Brasil enfrenta o desafio de se desenvolver ao envelhecer

[Banco Mundial, 6 abr 11] O Brasil se encontra no meio de uma profunda transformação sócio-econômica, passando de um país relativamente jovem para um onde predomina a população idosa. Segundo relatório lançado hoje pelo Banco Mundial, o país pode tirar proveito dessa transição para impulsionar o desenvolvimento econômico e social e evitar dificuldades sociais, fiscais e institucionais no futuro.

O relatório, intitulado “Envelhecendo em um Brasil Mais Velho”, foi lançado hoje durante seminário promovido pelo BNDES em parceria com o Banco Mundial no Rio de Janeiro, com a participação do Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o Diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop.

“Mais do que se adaptar a uma mudança demográfica, o Brasil tem toda condição de usá-la para Grafico do estudo Envelhecendo em um Brasil mais velhoimpulsionar o seu desenvolvimento. Com as políticas e o planejamento adequados, é possível envelhecer e se tornar desenvolvido ao mesmo tempo,” disse Makhtar Diop, Diretor do Banco Mundial para o Brasil. “Populações mais velhas normalmente estão associadas a países com maior grau de desenvolvimento, e o Brasil certamente está se inserindo nesse grupo.” Continue lendo

23,9 mil crianças vivem nas ruas em todo país

[Agora MT, 28 mar 11] O relatório traça um perfil deste público infanto-juvenil e mostra que a violência dentro de casa, as drogas e o alcoolismo são as principais causas do abandono do lar.

Primeira pesquisa censitária mostra que a violência dentro de casa, as drogas e o alcoolismo são principais causas do abandono do lar. Falta de liberdade, proibição do uso de drogas e álcool e obrigatoriedade em respeitar horários são motivos principais para não frequentar abrigo.

Cerca de 70% das crianças e adolescentes, que abandonaram a casa dos pais, vivem e dormem nas ruas há mais de 6 meses em todo o país. Destas, somente 23,3% preferem buscar abrigo em instituições de amparo para dormir, 64% passam as noites em companhia de amigos, 14,6% perambulam sozinhas e 13,8% não se alimentam diariamente. Estes são alguns dados da primeira Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua (PDF), encomendada pela Secretaria de Direitos Humanos (SeDH).

O relatório traça um perfil deste público infanto-juvenil e mostra que a violência dentro de casa, as drogas e o alcoolismo são as principais causas do abandono do lar. As brigas entre pais e/ou irmãos, a violência doméstica e o abuso sexual são responsáveis por 71,6% das razões que levam essas pessoas a deixarem a família. O alcoolismo e as drogas representam 30,6% dos fatores.
O levantamento foi realizado entre 10 de maio e 30 de junho de 2010 pelo Instituto de Pesquisa Meta para auxiliar na elaboração de estratégias para desenvolvimento de políticas públicas dirigidas às crianças e adolescentes. O estudo foi realizado em 75 cidades brasileiras, abrangendo todas as capitais e alguns municípios com mais de 300 mil habitantes. Continue lendo

Fim da pobreza no Brasil é inatingível, diz economista

[Estadão, 28 mar 11] Para o economista Marcelo Neri, especialista em políticas públicas de combate à pobreza, a meta de erradicação da miséria é inatingível, mas buscá-la é algo positivo. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff teria sido mais realista se apresentasse como objetivo a redução da miséria pela metade até o fim de seu governo.

A declaração da presidente Dilma de que a erradicação da miséria talvez não se concretiza até 2014 é um sinal de que a meta é ambiciosa demais?
A meta é ambiciosa, sim. Teoricamente, basta existir ainda uma pessoa miserável para perder essa guerra. Seria mais realista se comprometer a reduzir a miséria à metade. Mas também é difícil ser contra a meta da erradicação. Não é possível erradicar a pobreza, mas é viável reduzir muito o peso desse problema. O fim da pobreza é uma espécie de Santo Graal: é inatingível, mas a busca por ele enobrece o espírito da sociedade brasileira. Continue lendo

Brasil precisa investir R$ 22 bilhões até 2015 para garantir abastecimento de água

[Ascom/ANA] Dos 5.565 municípios brasileiros, 55% poderão ter déficit no abastecimento de água. Desses, 84% necessitam de investimentos para adequação de seus sistemas produtores e 16% precisam de novos mananciais.

Levantamento inédito em todo o País coordenado pela Agência Nacional de Águas, o Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água reúne informações detalhadas sobre a situação dos 5.565 municípios brasileiros com relação às demandas urbanas, à disponibilidade hídrica dos mananciais, à capacidade dos sistemas de produção de água e dos serviços de coleta e tratamento de esgotos.

O Atlas revela que 3.059, ou 55% dos municípios, que respondem por 73% da demanda por água do País, precisam de investimentos prioritários que totalizam R$ 22,2 bilhões. As obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades indicadas, que em 2025 vão concentrar 139 milhões de habitantes, ou seja, 72% da população. Concluídas até 2015, as obras podem garantir o abastecimento até 2025.

O Atlas Brasil consolida o planejamento da oferta de água em todo o País a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente (sistemas de captação de água, elevatórias, adutoras e estações de tratamento) e da identificação das melhores alternativas técnicas. É o resultado do trabalho feito em articulação com órgãos do governo federal, estaduais e municipais. Continue lendo