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Atlas Saneamento 2011: saneamento básico melhora em todas as regiões do país, mas diferenças ainda existem

[IBGE, 19 out 11] O Atlas de Saneamento 2011, que o IBGE lança hoje, 19 de outubro de 2011, revela que, apesar de persistirem diferenças regionais marcantes na abrangência municipal dos serviços de esgotamento sanitário, de abastecimento de água, de manejo de águas pluviais e de resíduos sólidos, entre 2000 e 2008 houve um avanço no número de municípios cobertos pelo saneamento básico em todas as regiões do Brasil.

O Atlas faz uma leitura territorial dos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, estabelecendo uma visão articulada das diferenças regionais existentes naquele ano no que se refere à distribuição, abrangência e qualidade dos serviços de saneamento presentes nos municípios brasileiros.

Na comparação entre 2000 e 2008, percebe-se que houve um aumento no número de municípios que realizavam coleta seletiva de lixo. O percentual de municípios brasileiros que ofereciam este serviço registrou um aumento, passando de 8,2%, em 2000, para 17,9%, em 2008, valor ainda considerado baixo. Entre as cidades que realizavam coleta seletiva, apenas 38% o faziam em todo o município. Observou-se, ainda, grandes disparidades regionais, pois este serviço estava concentrado nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, que alcançavam um percentual acima dos 40%, enquanto nas demais regiões não chegavam a 10%.

A publicação mostra, ainda, que as melhorias no serviço de esgotamento sanitário ocorreram principalmente em áreas onde houve aumento da população entre os Censos Demográficos de 2000 e de 2010. Continue lendo

IBGE aponta falta de rede de esgoto em quase metade dos municípios

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que quase metade (44,8%) dos municípios brasileiros não tinha rede coletora de esgoto em 2008.

[Denise Menchen, Folha, 19 nov 11] As diferenças regionais, porém, são grandes: enquanto no Estado de São Paulo apenas Itapura estava nessa situação, na região Norte as cidades sem o serviço chegavam a 96,5% do total.

Os dados consideram apenas a existência ou não da rede coletora, e não a abrangência de cobertura dentro de cada município –ou seja, mesmo que vários bairros de uma cidade não sejam atendidos pelo serviço, ela pode figurar na lista se a coleta for feita em parte de seu território. Continue lendo

Al-Qaeda tenta nova tática na Somália: filantropia

Distribuição de comida em área afetada pela crise de fome levanta uma questão: que tipo de grupo é a Al-Qaeda atualmente?

[Jeffrey Gettleman,The New York Times, Último Segundo,  19 out 11] A Al-Qaeda não é conhecida por suas atividades filantrópicas, mas neste fim de semana o grupo terrorista parece ter se ramificado em um novo negócio na Somália: a distribuição de ajuda humanitária.

Em uma cena surreal, um homem com um lenço colocado sobre o rosto se posicionou no meio de um acampamento cheio de pessoas morrendo de fome e anunciou que ele tinha vindo para a Somália, em nome de Ayman al-Zawahri, líder da Al-Qaeda, e que o grupo estava ansioso para ajudar as vítimas da fome.

“Nossos queridos irmãos e irmãs na Somália, estamos acompanhando sua situação diariamente”, disse o homem, identificado como Abu Abdulla Almuhajir. Continue lendo

Religião e diversidade étnica

[Valor & IHU, 14 out 11] Influências da crise atual sobre os modos de pensar e agir de quem vive na Europa devem permear os trabalhos de uma conferência internacional que se realizará na Universidade de Tilburg, na Holanda, no fim de novembro. No encontro, em que se discutirão “Os Valores da Europa”, objeto de acompanhamento sistemático do European Values Study (EVS), personalidades acadêmicas de vários países tratarão de dois temas, entre outros, que se associam de forma muito particular e atual como campo de análise antropológica: a religião e a diversidade étnica (também serão apresentados “papers” sobre família e casamento, trabalho e lazer, política e sociedade). Cristãos e muçulmanos – estes, uma população encorpada por correntes migratórias incessantes – são os personagens de um ambiente sociocultural ao qual a crise agora acrescenta novos ângulos de observação.

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Mudanças nos padrões de vida das populações europeias, por exemplo, têm exercido influência direta no declínio do número de cristãos no continente. A diminuição da população rural no século passado é um dos fatores que contribuíram para a ruptura da transmissão dos valores religiosos, já que no campo o sentimento de pertencer a um grupo relativamente homogêneo, com os mesmos valores, é mais forte.

“Nas cidades, as pessoas não conhecem o vizinho, os filhos vão estudar longe de casa e se distanciam dos moldes tradicionais. Esse tipo de comportamento fragiliza a transmissão da fé”, analisa o sociólogo de religiões Frédéric Lenoir, autor dos livros “Sócrates, Jesus, Buda” e “O Oráculo de Luna”, publicados no Brasil, e diretor da revista “Le Monde des Religions”, do jornal “Le Monde”. “O discernimento pessoal e um olhar mais crítico nos levam a questionar fundamentos da fé e as explicações religiosas do mundo.” Continue lendo

Biocombustíveis e especulação contribuem para fome, diz estudo

Fatores causados pelo homem, como o uso da agricultura para biocombustíveis e a especulação no preço de alimentos, são determinantes para a fome nas partes mais pobres do mundo, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pelo centro de pesquisas sediado nos EUA International Food Policy Research Institute.

[BBC Brasil, 11 out 11] O estudo diz que a volatilidade nos preços dos alimentos afetou bastante os mais pobres, que não conseguiram se adaptar às mudanças.

A volatilidade seria causada por três fatores principais: o uso de alimentos para a produção de biocombustíveis, eventos meteorológicos extremos e mudanças climáticas, além do o aumento das transações envolvendo produtos agrícolas nos mercados financeiros.

A situação seria agravada por uma diminuição nas reservas mundiais de grãos e por uma dependência dos poucos exportadores de alimentos.

Outro complicador seria a falta de informações disponíveis que evitem reações intempestivas nos mercados quando ocorram variações menores na oferta de alimentos. Continue lendo

Nordeste na rota do tráfico

[Carta Capital, 12 out 11] Após a apreensão de 530 quilos de cocaína na sexta-feira 7 e sábado 8 no Porto de Suape, em Pernambuco, a Polícia Federal acionou a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) para colaborar com as investigações. A remessa, encontrada dentro de 3,5 mil sacos de gesso em cinco contêineres, é a maior interceptada na história do Nordeste do Brasil e a contagem ainda pode aumentar, pois outros 3,4 mil pacotes de gesso serão analisados.

A droga seguia em direção à África, de onde partiria para a Europa. Uma rota que tem ganhado importância junto aos traficantes, antes focados em escoar as drogas por aeroportos e portos do Sudeste, principalmente. De acordo com um relatório divulgado no início do ano pela Junta Internacional de Entorpecentes, órgão ligado às Nações Unidas, a proximidade da região com a África Ocidental despertou a atenção de organizações de tráfico internacional.

A apreensão da PF em Pernambuco, segundo os próprios investigadores, aparenta ter características de um cartel internacional de drogas, uma vez que o produto teria valor estimado de 24 milhões de dólares. A ação corrobora um estudo da instituição apresentado no Senado em abril, indicando a região como uma das principais rotas de tráfico de maconha do Brasil.

Além da proximidade com a África, o diário americano The New York Times aponta em reportagem de agosto que o crescimento econômico e de renda no Nordeste brasileiro na última década atraíram traficantes para um novo mercado em potencial, gerando aumento da violência. Segundo o Mapa da Violência 2011, a taxa de homicídios na região subiu 74% entre 1998 e 2008, passando de 18,5 para 32,1 casos a cada 100 mil habitantes. Continue lendo

Relatório aponta 26 países com nível de fome alarmante

[France Presse, Folha SP, 11 out 11] Um relatório publicado nesta terça-feira pelo IFPRI (Instituto Internacional de Investigação sobre a Alimentação), em parceria com mais três ONGs, indicou que 26 países, em sua maioria da África-subsaariana e Ásia, apresentam níveis de fome “alarmantes” ou “muito alarmantes”.

O relatório sobre o Índice de fome no mundo em 2011, assinado também pela Acted (Agência de Ajuda de Cooperação Técnica e Desenvolvimento), a Concern Worldwide e Welthungerhilfe, mostra que “o número de famintos caiu desde 1990, mas não significativamente, pois segue alto o nível o que correspondente a uma situação grave”.

Baseado em dados coletados entre 2004 e 2009, o IFPRI calculou o número da fome a partir de três critérios: a taxa de desnutrição, a taxa de desnutrição infantil e a taxa de mortalidade infantil. Com isso, o índice dos países eram classificados em 5 categorias: baixo, moderado, grave, alarmante e muito alarmante.

Mundialmente o índice de 2011 diminuiu 26% em relação a 1990, e passou de 19,7 para 14,6 –medição considerada grave.

De um total de 122 países pesquisados, os quatro que apresentam um índice muito alarmante são os africanos Burundi, Chade, Eritreia e República Democrática do Congo. Continue lendo

Na Etiópia, autistas sofrem por desconhecimento da condição e superstição

[Hewete Haileselassie, BBC Brasil, 11 out 11] Em 1995, a etíope Zemi Yunus não sabia o que era autismo, mas tinha consciência de que seu filho Jojo, então com quatro anos, era “diferente das outras crianças da idade dele”.

Foi então que seu marido assistiu a um programa de televisão sobre a condição. Na época, a família vivia nos Estados Unidos.

De repente, o casal se deu conta de que era possível que Jojo fosse autista. Certamente, os sintomas descritos pareciam indicar isso.

Pouco tempo antes de retornar à Etiópia, Zemi começou a pesquisar o assunto com mais profundidade.

Zemi disse que, assim como muitos pais de crianças autistas, ela se preocupava com a demora do filho em começar a falar.

‘Mimado’

Vários médicos haviam dito a ela que não se preocupasse porque, frequentemente, meninos começam a falar um pouco mais tarde.

No entanto, quanto mais pesquisava, mais Zemi reconhecia que o atraso na fala do filho, assim como suas ações repetitivas e dificuldades de comportamento eram claramente manifestações de autismo.

Infelizmente, o diagnóstico da condição, particularmente em países em desenvolvimento, é raro.

Ao retornar à capital da Etiópia, Addis Abeba, Zemi consultou psicólogos, médicos e outros profissionais durante vários anos. Nunca obteve uma confirmação de suas suspeitas.

Dona de seu próprio negócio, a mãe de Jojo teve dificuldade em encontrar uma escola para o filho. Muitos professores diziam que Jojo era “mimado”. Ele foi expulso de cinco escolas consecutivamente.

Uma instituição pediu pagamento triplo para aceitar Jojo. Continue lendo

Epidemia de cólera volta a atingir o Haiti e mata 17 pesssoas nos últimos dias

[Renata Giraldi*, Agência Brasil, 11 out 11] Brasília – As autoridades do Haiti confirmaram que uma nova epidemia de cólera atinge o Sul do país.  O responsável regional da Proteção Civil haitiana, Guillaume Silvera, disse que foram registrados 20 casos, dos quais 17 acabaram em morte, apenas nos últimos dias. Segundo ele, os casos foram localizados nas cidades de Anse d’Hainault, de Fond Cochon e Irois.

De acordo com  o coordenador dos Médicos do Mundo no Haiti, Jean-Kith Dely, na região Sul há problemas graves de infraestrutura nas cidades e falta de condições nos hospitais e centros de saúde. Segundo ele, alguns postos de atendimento à população foram fechados por falta de condições financeiras de mantê-los.

Para os especialistas, a epidemia de cólera voltou devido às inundações e aos deslizamentos de terra causados pela chuva constante que afeta o país. O Departamento de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas alertou que a situação se agravaria por causa da chuva.

Em pouco mais de um ano, a epidemia de cólera causou mais de 6.500 vítimas no Haiti. A situação causa alerta na comunidade internacional e gera um esforço conjunto dos países. Depois do terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010, o governo tenta buscar meios para a reconstrução não só da infraestrutura, mas também das instituições.

*Com informações da agência pública de Portugal, Lusa.//Edição: Graça Adjuto

 

Movimento israelense pede que religião seja apagada de registros civis

Centenas de judeus israelenses assinaram uma petição solicitando que as autoridades do país os registrem como “sem religião” e apaguem a qualificação deles como judeus nos registros civis.

[Guila Flint, BBC Brasil, 10 out 11] Os documentos, assinados na noite de domingo perante advogados em Tel Aviv, serão encaminhados ao Ministério do Interior.

Os signatários exigem a separação clara entre o Estado e a religião em Israel e consideram a religião irrelevante para os registros civis.

Um dos que assinaram, o jornalista Uri Avnery, de 88 anos, disse à BBC Brasil que a assinatura em massa do documento “é um passo importante para que finalmente a religião seja separada do Estado”.

“Israel está se transformando em um Estado teocrático no qual os ultraortodoxos controlam todos os aspectos da vida do cidadão”, afirmou Avnery.

“Sou um total ateu e não vejo razão alguma para que eu esteja registrado como pertencente à religião judaica e subordinado ao rabinato”, disse. Continue lendo

Paulistas vivem mais tempo na casa dos pais, diz Ipea

[Folha SP, 6 out 11] Para estudar as diferentes inserções de migrantes na sociedade paulistana, os pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que realizaram o estudo Perfil dos Migrantes em São Paulo dividiram os moradores da região metropolitana de São Paulo em grupos de nativos de diferentes Estados brasileiros e de estrangeiros. O estudo leva em conta os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Uma primeira diferença que chama a atenção é o apoio familiar entre os grupos analisados. Se for utilizado como indicador a proporção de pessoas de 30 a 60 anos que ainda estão na casa dos pais, verifica-se que os paulistas contam com o apoio familiar por mais tempo, o que pode proporcionar a essas pessoas possibilidades melhores de formação profissional e inserção no mercado de trabalho. Continue lendo

46% da população de São Paulo veio de fora, diz Ipea

[Folha SP, 6 out 11] A região metropolitana de São Paulo tem 46% de sua população adulta originária de outros Estados ou países, proporção só superada pelo Distrito Federal, onde 75% dos habitantes não nasceram na capital federal.

Essa constatação é do estudo Perfil dos Migrantes em São Paulo, divulgado nesta quinta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ao analisar a inserção social dos migrantes nacionais e estrangeiros residentes na região.

A partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os pesquisadores avaliaram questões como a origem, a ocupação, a renda e a escolaridade dessa população.

O estudo traz ainda dados sobre os núcleos familiares e o acesso dos migrantes às tecnologias da informação e comunicação (TIC). A Pnad 2009 considera dez regiões metropolitanas que concentram mais de 30% da população brasileira. Na maior delas, São Paulo, residem 10% dos brasileiros. Continue lendo