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‘Igrejas da prosperidade’ crescem na Nigéria

[BBC Brasil, 31 ago 11] Em um país tão religioso, o local onde se reza é considerado cada vez mais importante. E um número crescente dos 70 milhões de cristãos nigerianos está seguindo os chamados “ensinamentos da prosperidade”.

Um dos pregadores desses ensinamentos é Chris Okotie, ex-estrela do mundo pop que se tornou pastor da igreja Casa de Deus. Ele defende que o crescimento espiritual pode se traduzir em prosperidade financeira.

Dono de uma fortuna pessoal estimada em US$ 10 milhões, o pastor diz que não há porque se envergonhar da riqueza.

“A prosperidade é uma parte integral do evangelho, assim como a cura e a salvação”, diz Okotie. Para ele, a pobreza não se inclui nos planos de Deus para o homem.

Mas o fato de alguns pastores figurarem nas listas das pessoas mais ricas da Nigéria tem despertado críticas.

Leo Igwe, do Movimento Humanista da Nigéria, acusa as igrejas de terem se convertido em negócios, atraindo pessoas pobres em situação de desespero.

Tais acusações, porém, não parecem abalar a devoção dos fiéis. Sendo ou não empreendimentos de negócios, as igrejas da prosperidade se tornaram um dos principais produtos de exportação da Nigéria.

Veja o vídeo da matéria (BBC)

Nove ações humanas que ameaçam a terra

[Karina Ninni, Estado SP, 31 ago 11] Além do ciclo do carbono, outros sistemas estão sendo modificados pelo homem em patamares que desafiam a capacidade do planeta de prover os recursos que usamos.

Falta de oxigênio na água doce, branqueamento de corais nos mares, inclusão de poluentes químicos na cadeia alimentar, esgotamento dos recursos hídricos, diminuição da capacidade dos oceanos de fixar carbono, deslizamentos de terra, queda ou aumento na produtividade de cultivos…

Boa parte desses fenômenos tem sido atribuída ao ciclo do carbono e ao aquecimento global. Mas, há alguns anos, cientistas vêm defendendo que a estabilidade característica do período Holoceno (os últimos 10 mil anos), que permitiu o desenvolvimento da humanidade, depende de vários sistemas interconectados – além do ciclo do carbono – que o homem também modifica. São as “fronteiras planetárias”, segundo definição de Johan Rockström, do Stockholm Resilience Centre, na Suécia.

Fronteiras. Rockström e colegas de diversas especialidades estabeleceram nove “fronteiras” de atuação humana: perda de biodiversidade, lançamento de aerossol na atmosfera, poluição química, mudança climática, acidificação dos oceanos, redução da camada de ozônio, ciclos do nitrogênio e do fósforo, consumo global de água e mudança no uso do solo. Para seis delas, os cientistas sugerem limites de intervenção e concluem que, em três dessas fronteiras, nós já ultrapassamos os limites: perda de biodiversidade, ciclo do nitrogênio e mudança climática. Continue lendo

Traição deixa de ser causa mais comum de divórcios na Grã-Bretanha

[BBC Brasil, 31 ago 11] Casos extraconjugais não são mais a principal causa por trás dos divórcios na Grã-Bretanha, apontou uma pesquisa recém-publicada pela consultoria Grant Thornton a partir de entrevistas com 101 advogados de direito de família.

O motivo mais citado (27%) para divórcios de casais britânicos é que estes simplesmente se distanciaram ou deixaram de se amar. Casos extraconjugais caíram para a segunda colocação (com 25% das menções) pela primeira vez desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2003.

A terceira maior razão para separações é o “comportamento irracional” de um dos cônjuges.

“O movimento nas razões para o divórcio é interessante e certamente difícil de explicar”, escreveu no estudo Louisa Plumb, uma das diretoras da apuração da Grant Thornton.

“Vemos um número crescente de celebridades (britânicas) aceitando supostos casos (extraconjugais) em suas relações, o que pode estar começando a ter um efeito no comportamento de casais, com mais casamentos sobrevivendo a uma crise de infidelidade.” Continue lendo

País menos religioso do mundo, Estônia mantém o desinteresse pela religião dos tempos soviéticos

[BBC Brasil, 31 ago 11] Vinte anos após o colapso da União Soviética, a Estônia, uma das antigas repúblicas do regime comunista, mantém praticamente intacto um traço marcante dos anos em que era dirigida por Moscou – o desinteresse pela religião.

Uma pesquisa do Instituto Gallup, de 2009, indica que os estonianos são o povo menos religioso do mundo, pelo menos estatisticamente. Apenas 16% da população considera que a religião desempenha um papel importante em suas vidas (contra 99% dos habitantes de Bangladesh, os mais religiosos).

O repórter Tom Esslemont, da BBC, foi ao país báltico conhecer a espiritualidade dos seus habitantes:

A princípio, as ruas da cidade litorânea da capital estoniana Tallinn podem até dar ao visitante uma sensação distinta: cúpulas fazem parte da paisagem, sinos tocam aos domingos e hinos religiosos são ouvidos nas catedrais. Continue lendo

População do Brasil cresce 1,6 milhão em um ano

[Folha SP, 31 ago 11] A população brasileira cresceu 1,6 milhão de pessoas em um ano, de acordo com a estimativa divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Veja a população de todas as cidades (PDF)

No dia 1º de julho, segundo o instituto, a população somada dos 5.565 municípios atingiu 192.376.496 habitantes, contra 190.755.799 em 2010.

A tabela com os dados de todas as cidades foram publicados na edição de hoje do “Diário Oficial da União”, e obedece determinação de leis federais, que prevêem uma divulgação anual.

As estimativas populacionais também são fundamentais para o cálculo de indicadores socioeconômicos nos períodos entre Censos, e é um dos parâmetros usados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) na distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios.

Representantes de governos e prefeituras têm até 20 dias para apresentar reclamação sobre os dados ao IBGE, que decide os casos e encaminha os números finais para o TCU até o fim de outubro.

Entre as cidades, São Paulo continua sendo a mais populosa, com 11,3 milhões de habitantes, seguida pelo Rio (6,4 milhões), Salvador (2,7 milhões), Brasília (2,6 milhões) e Fortaleza (2,5 milhões). Os 15 municípios mais populosos somam 40,5 milhões de habitantes, representando 21% da população.

O conjunto das 27 capitais concentra 23,8% da população, participação semelhante à do ano 2000. Segundo o IBGE, “isso mostra que o dinamismo populacional do Brasil está seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior e se manifestando nos municípios de porte médio, especialmente aqueles com população entre 100 mil e 200 mil habitantes”.

Entre esses municípios, destacam-se aqueles cujas economias estão voltadas para o agronegócio, para as atividades petrolíferas e os que demandam mão de obra para a construção civil.

Fora das capitais, os municípios mais populosos são Guarulhos (1,2 milhão) e Campinas (1,1 milhão), em São Paulo, e São Gonçalo (1 milhão), Duque de Caxias (861,2 mil) e Nova Iguaçu (799,0 mil), no Rio.

Das seis cidades que em 2000 tinham menos de mil habitantes, somente Borá (806 habitantes), em São Paulo, e Serra da Saudade (811 habitantes), em Minas, continuam nessa situação neste ano.

Gurus indianos movimentam indústria milionária

[Rupa Jha, BBC Brasil, 30 ago 11] “Posso abraçá-lo?”, perguntou Shruti, uma menina pequena de Nova Déli. Ela estava praticamente engasgando no desespero para conseguir uma audiência com seu guru.

Mas a grande multidão de muitos milhares tornou impossível para ela alcançá-lo. A menina parecia desesperada para conseguir chegar perto do homem por quem viajou de tão longe para ver.

Shruti é uma das muitas devotas de Sri Sri Ravi Shankar, um dos mais populares líderes espirituais da Índia moderna. Popular não somente no país, mas com presença também em outros 150 em vários continentes, com milhões de seguidores.

Ele é famoso pelo que chama de “Programa da Arte de Viver”, destinado a “aliviar as angústias urbanas” por meio do uso da meditação.

Líderes espirituais não são novidade na Índia onde há mais deles per capita do que em qualquer outra nação do planeta. Continue lendo

Setor de livros religiosos é o que mais cresceu em 2010

[Olga de Mello, Valor Econômico, 23 ago 2011] Antes restritos aos espaços mais discretos das grandes livrarias, os livros religiosos conquistaram o paraíso das vitrines. Grandes editoras brasileiras se renderam não somente ao tema, mas também a autores que são padres. A religião é o segmento que mais cresceu entre 2009 e 2010, a ponto de figurarem em listas à parte dos demais gêneros. A partir do surpreendente desempenho de “Ágape” (Globo Livros, R$ 19), do padre Marcelo Rossi, que desde agosto de 2010 vendeu mais de 4 milhões de exemplares, os títulos assinados por padres migraram para a lista de vendas gerais.

Em 2010, foram vendidos no país 437,9 milhões de livros, sendo 202,6 milhões didáticos e 74 milhões religiosos. No entanto, quando se compara a variação entre 2009 e 2010 em total de exemplares vendidos, os religiosos ganham (aumento de 17,3% contra 15,42% dos didáticos). A pesquisa “O Comportamento do Setor Editorial Brasileiro”, divulgada pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros e pela Câmara Brasileira do Livro, é respondida diretamente pelas editoras, que definem o gênero do que produzem.

Segundo alguns editores, a autoajuda seria a melhor classificação para esses livros, que apontam os ensinamentos de Cristo como resposta para as angústias humanas. A presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), Sônia Jardim, afirma que as segmentações são ditadas pela comercialização. “Até hoje nada se compara ao sucesso de ‘Ágape’, que fica na fronteira entre o religioso e obras gerais, onde os livros inspiracionais se encaixam. Em um país de população majoritariamente católica, em um momento em que se busca alguma explicação para as coisas da vida, a religião preenche essa demanda”, diz Jardim. Continue lendo

Metade dos americanos está nas redes sociais

A popularidade das redes sociais continua em alta, segundo estudo do Centro de Pesquisas Pew, nos EUA, divulgado no fim da semana passada. Pelos resultados, metade de todos os americanos adultos faz uso de alguma rede social, como Facebook, MySpace ou LinkedIn. Dos entrevistados, 65% disseram que usam redes sociais – no ano passado, este número foi de 61%. Entre as atividades online, estes sites perdem apenas para o uso de e-mail e ferramentas de busca. “As redes sociais continuam a se consolidar como uma parte significativa da vida online”, afirmou a pesquisadora Kathryn Zickuhr, co-autora do estudo.

O crescimento do uso de mídias sociais ocorreu em todos os grupos etários e étnicos, mas foi mais intenso entre as mulheres. De cada dez mulheres, sete dizem usar as redes; e seis a cada dez homens o fazem. Entre as mulheres jovens, o número é ainda maior: nove em cada dez mulheres entre 18 e 29 anos participam de redes sociais.

Este comportamento já havia sido notado por agências de marketing, que passaram a focar em especial em mães que frequentam estes tipos de site. Estas mulheres costumam fazer pesquisas nas redes sociais e compartilham recomendações e críticas a produtos. Informações de Cecilia Kang [The Washington Post, 26/8/11].

Povo Kapinawá retoma território no sertão de Pernambuco

[Renato Santana, CIMI, 22 ago 11] Para assegurar o direito de posse de uma área localizada entre os municípios de Buique e Ibimirim, Pernambuco (PE), a 300 km de Recife, o povo Kapinawá retomou no início deste mês terras para pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) a demarcar o Território Indígena (TI) não contemplado na delimitação anterior. Há dez anos em poder dos índios, a área recuperada fica dentro de uma fazenda, de propriedade não-indígena, que dá acesso às aldeias.

A Funai identificou e delimitou as terras Kapinawá antes da Constituinte de 1988. Desta forma, os processos de demarcação eram tocados de forma equivocada – amiúdes incompletos – dada a então inexistência dos vigentes direitos constitucionais indígenas a terra.

Nas terras vivem 600 famílias Kapinawá – cerca de 2.500 indígenas – em doze aldeias: Quridalho, Lagoa, Puiu, Maria Preta, Colorau, São João, Cajueiro, Caranaúba, Caldeirão, Baixa da Palmeira, Coqueiro e Batinga. Todas reconhecidas pela Funai desde 1999, além de atendidas pela saúde e educação diferenciadas – mesmo sem a área ser reconhecida oficialmente. Continue lendo

Queda em números de católicos atinge todas as classes

[Antonio Gois, Folha SP, 24 ago 11] De 2003 a 2009, a queda na proporção de brasileiros que se dizem católicos, de 74% para 68%, ocorreu em todas as classes sociais. Ao mesmo tempo, aumentou o percentual dos sem religião em todos os grupos de renda. Esses são dados de um estudo divulgado ontem pelo economista Marcelo Neri, da FGV, feito a partir da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pelas contas de Neri, houve também uma diminuição no ritmo de crescimento dos evangélicos pentecostais de igrejas como Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus ou Congregação Cristã do Brasil. No período analisado, a proporção de pentecostais variou de 12,5% para 12,8% no total da população.

A tendência da década passada só será mais bem conhecida quando o IBGE divulgar os dados do Censo de 2010 sobre religião. Para Neri, porém, a POF indica que os pentecostais, que na década de 90 praticamente dobraram de proporção, podem estar perdendo fôlego.

Segundo o economista, uma possível explicação para esse crescimento menor é o fato de o período entre 2003 e 2009 ter sido marcado por forte crescimento na renda, sobretudo dos mais pobres.

“Em pesquisas anteriores, nós verificamos que os pentecostais cresciam principalmente em setores onde havia maior desemprego e menor renda. Como este período de 2003 a 2009 foi de crescimento a favor dos pobres, isto pode ter influenciado este crescimento menor”, afirma.

Ao fazer a divisão por classes, o estudo da FGV mostra que os pentecostais estão mais concentrados nas classes C, D e E, com proporções que variam de 13% a 15%.

Nas classes A e B, de renda domiciliar maior que R$ 6.745, a proporção deste grupo religioso cai para 6%. O inverso ocorre com os espíritas kardecistas. Nas classes D e E, com renda domiciliar inferior a R$ 1.200, eles são menos de 1%. No topo da distribuição de renda (classes A e B), representam 6% do total.

Número de católicos cai no Brasil; crescem evangélicos e ateus

A Igreja Católica voltou a perder adeptos no Brasil, enquanto cresceu a quantidade de evangélicos e de pessoas que se declaram sem religião, aponta estudo publicado nesta terça-feira pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas.

[BBC Brasil, 23 ago 11] Segundo o Novo Mapa das Religiões, coordenado pelo pesquisador Marcelo Néri, os católicos passaram de 73,8% da população em 2003 para 68,4% em 2009 –queda de 5,4 pontos percentuais.

Ao mesmo tempo, os evangélicos passaram a representar 20,2% da população, contra 17,9% em 2003. O grupo dos “sem religião” (ateus e agnósticos), que era de 5,1% em 2003, subiu para 6,7% em 2009.

O levantamento foi feito a partir de dados de mais de 200 mil entrevistas da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), do IBGE. Continue lendo