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Crianças já ficam de fora dos planos de 14% das mulheres

[Folha SP, 10 mai 11] Cada vez mais mulheres decidem não ter filhos. E não há Dia das Mães nem pressão familiar que as façam mudar de ideia.

Nos últimos 50 anos, a média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9. Muitas só diminuíram o número de herdeiros, mas uma grande parte decidiu voluntariamente ficar para tia.

Segundo o demógrafo José Eustáquio Alves, pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, sempre houve uma porcentagem de mulheres sem filhos.

Eram as chamadas solteironas ou aquelas que tinham problemas para engravidar, em torno de 10% da população. “Hoje, estima-se que 14% não são mães.”

Esse crescimento aconteceu na última década, motivado por razões que vão muito além da popularização da pílula anticoncepcional. Continue lendo

Doenças psiquiátricas roubam mais anos de vida do brasileiro

[Angela Pinho, Folha SP, 10 mai 11] Com mudanças no estilo de vida dos brasileiros, os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país.

De acordo com dados citados em uma série de estudos sobre o Brasil, publicada ontem no periódico médico “Lancet”, as doenças mentais são as responsáveis pela maior parte de anos de vida perdidos no país devido a doenças crônicas.

Essa metodologia calcula tanto a mortalidade causada pelas doenças como a incapacidade provocada por elas para trabalhar e realizar tarefas do dia a dia.

Segundo esse cálculo, problemas psiquiátricos foram responsáveis por 19% dos anos perdidos. Entre eles, em ordem, os maiores vilões foram depressão, psicoses e dependência de álcool.

Em segundo lugar, vieram as doenças cardiovasculares, responsáveis por 13% dos anos perdidos.

Outros dados do estudo mostram que de 18% a 30% dos brasileiros já apresentaram sintomas de depressão. Continue lendo

Censo conta 817 mil indígenas no Brasil

[Funai, 2 mai 11] Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Censo Demográfico realizado em 2010 no Brasil encontrou 817 mil pessoas que se declaram indígenas no Brasil, o que representa 0,42% do total da população brasileira. O número representa um crescimento de 11% em relação ao registrado no Censo de 2000, quando 734 mil pessoas se declararam indígenas.

De acordo com o Censo, em termos absolutos, o estado brasileiro com maior número de indígenas é o Amazonas, com uma população de 168 mil. Já em termos percentuais, o estado com maior população indígena é Roraima, onde os indígenas representam 11% da população total do estado.

Os dados divulgados por enquanto pelo IBGE ainda são preliminares. O Censo de 2010 trará ainda informações mais detalhadas sobre a população indígena, como etnia a que pertence e as línguas faladas, porém esses dados só devem ser divulgados a partir de Abril de 2012. Será a primeira vez que um censo demográfico no Brasil levanta essas informações.

Maioria dos miseráveis brasileiros é jovem, negra e nordestina

[Carolina Pimentel; Agência Brasil, 3 mai 11] A maioria dos brasileiros que vivem em situação de extrema pobreza é negra ou parda, jovem e vive na Região Nordeste. É o que mostra um levantamento feito pelo governo federal, com base em dados preliminares do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Com base nesses dados, o governo estipulou que famílias com renda igual ou inferior a R$ 70 por pessoa são consideradas extremamente pobres. O parâmetro será usado na elaboração do plano Brasil sem Miséria, a ser lançado em breve pelo governo federal.

Nessa situação de miséria encontram-se 16,2 milhões brasileiros, o equivalente a 8,5 % da população do país. Desse total, 70,8% são pardos ou pretos e 50,9% têm, no máximo, 19 anos de idade.

O mapa revela que 46,7% dos extremamente pobres vivem no campo, que responde por apenas 15,6% da população brasileira. De cada quatro moradores da zona rural, um encontra-se na miséria. As cidades, onde moram 84,4% da população total, concentram 53,3% dos miseráveis.

Na Região Nordeste estão quase 60% dos extremamente pobres (9,61 milhões de pessoas). Em seguida, vem o Sudeste, com 2,7 milhões. O Norte tem 2,65 milhões de miseráveis, enquanto o Sul  registra 715 mil. O Centro-Oeste contabiliza 557 mil pessoas em situação de extrema pobreza.

Quanto ao sexo, a miséria atinge mulheres e homens da mesma forma: 50,5% contra 49,5% respectivamente. No entanto, na área urbana, a presença de mulheres que vivem em condições extremas de pobreza é maior, enquanto os homens são maioria no campo. Continue lendo

Brasil tem 16,2 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza

[Carolina Pimentel; Agência Brasil, 3 mai 11] Cerca de 16,2 milhões de brasileiros são extremamente pobres, o equivalente a 8,5% da população. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da linha de extrema pobreza definida pelo governo federal.

Anunciada hoje (3), a linha estipula como extremamente pobre as famílias cuja renda per capita seja de até R$ 70. Esse parâmetro será usado para a elaboração das políticas sociais, como o Plano Brasil sem Miséria, que deve ser lançado em breve pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

De acordo com a ministra do MDS, Tereza Campello, o valor definido é semelhante ao estipulado pelas Nações Unidas.

Para levantar o número de brasileiros em extrema pobreza, o IBGE levou em consideração, além do rendimento, outras condições como a existência de banheiros nas casas, acesso à rede de esgoto e água e também energia elétrica. O IBGE também avaliou se os integrantes da família são analfabetos ou idosos.

Dos 16,2 milhões em extrema pobreza, 4,8 milhões não tem nenhuma renda e 11,4 milhões tem rendimento per capita de R$ 1 a R$ 70.

Edição: Lílian Beraldo

Desaparecer em silêncio: Etnocídio de Repsol aos povos isolados na Amazônia Peruana

[Adital, 25 abr 11] Os blocos petroleiros 67 (da francesa Perenco) e 39 (da espanhola Repsol) são duas concessões na Amazônia peruana, ao norte da região Loreto, na inacessível fronteira com o Equador, que se superpõem a uma das áreas de povos indígenas em isolamento voluntário. São povos que, há um século, escaparam do genocídio da febre da borracha, isolando-se nas zonas mais remotas da Amazônia. Um recente relatório de Survival Internacional publica 39 razões “que Repsol queria que não soubesses” (1), onde são recopiladas evidências da presença desses povos, bem como o reconhecimento explícito de sua existência por parte do governo e da própria petroleira.

Há anos, a confederação indígena amazônica Aidesep (Associação Interétnica para o Desenvolvimento da Selva Peruana, a organização indígena nacional) reclama que a região compreendida entre os rios Napo e Tigre seja declarada intangível, iniciativa já vigente em algumas zonas do peru, bem como na vizinha selva equatoriana. Apesar da dificuldade para conhecer e nomear a esses povos estes poderiam ser os Toromenae, clã da etnia Huaorani, Pananajuri (etnia Arabela) e Taushiros. Seriam povos indígenas binacionais, que flutuam entre o Equador e os blocos 67 e 39, como o próprio governo do Equador reconheceu, destinando, inclusive, um montante no orçamento para tratar do tema dos povos isolados que transitam na região fronteiriça.

Quem são os povos isolados

Os povos isolados são grupos indígenas sobre os quais se tem pouca ou nenhuma informação e que evitam manter contatos regulares e pacíficos com a sociedade nacional, internando-se em regiões de difícil acesso dentro dos bosques tropicais(2). Sua sobrevivência depende exclusivamente dos recursos do bosque, sem buscar acesso aos bens materiais da civilização ocidental. Na América Latina existem ao redor de 100 grupos em isolamento voluntário em 45 diferentes áreas da Amazônia. Pelo menos 40 desses grupos estão no Brasil, 15 no Peru, 6 na Bolívia, 2 no Equador e um no Paraguai(3). Continue lendo

Alagoas tem a maior taxa de homicídio

[Jornal da Band, 19 abr 11] Um estudo divulgado pelo Ministério da Justiça mostra Alagoas como o Estado mais violento do país, com uma taxa de mais de 60 homicídios para cada cem mil habitantes. Na pesquisa, o Espírito Santo aparece em segundo lugar, seguido de Pernambuco. Representantes dos policiais alagoanos dizem que a violência no estado está ligada à falta de uma política de segurança e à desmotivação da categoria.

A impunidade favorece o aumento da violência em Alagoas. Mais de 85% dos assassinatos investigados pela polícia vão parar no arquivo dos crimes misteriosos, aqueles dos autores nunca identificados.

Dos 102 municípios alagoanos, dez estão na lista das cem cidades brasileiras mais violentas. O número de homicídios cresceu 343% nos últimos dez anos. Entre jovens negros a situação é ainda pior: são 155,6 mortes por cem mil habitantes. Para cada jovem branco assassinado, morrem 15 negros.

El 25% de los niños abre su perfil en las redes sociales

[El País, 18 abr 11] En España, el 28% de los menores entre nueve y doce años tiene cuenta en alguno de estos servicios en Internet, según un estudio de la Comisión Europea

Un 25 % de los menores tiene abierto el acceso a su perfil en las redes sociales a cualquier persona que desee consultarlo, según indica hoy una encuesta elaborada por la Comisión Europea. Además, uno de cada cinco de estos menores con el perfil accesible ha introducido datos como su dirección o su número de teléfono, que, de este modo, son visibles para todo el mundo. Las empresas propietarias de estas redes “deberían hacer inmediatamente que los perfiles de menores fueran accesibles solo para su lista de contactos aprobados”, ha señalado en un comunicado la comisaria europea de Agenda Digital, Neelie Kroes.

Kroes considera que las cuentas de menores de edad no deberían poder encontrarse mediante buscadores en línea y urgió a todas las compañías que aún no lo hayan hecho a firmar el código de buenas prácticas para las redes sociales impulsado por la Comisión. “Un creciente número de niños están en las redes sociales pero muchos de ellos no toman las medidas necesarias para protegerse en línea. Estos niños se están exponiendo a que les hagan daño y son vulnerables a acosadores”

Según el estudio, un 38% de los menores europeos entre nueve y doce años está presente en alguna red social, una cifra que aumenta hasta el 77 % para los menores entre trece y dieciséis años. En España, un 28 % de los niños entre nueve y doce años tiene una cuenta en una red social, diez puntos menos que la media europea, aunque para el caso de los adolescentes entre trece y dieciséis el total sube por encima de la media hasta el 81 %. Francia, con un 25 %, y Holanda, con un 70 %, son, respectivamente, los países con un menor y mayor porcentaje de niños entre los nueve y los doce años presentes en las redes sociales.

Negros são mais atingidos por abandono e repetência escolar

[Folha SP, 19 abr 11] Abandono e repetência escolar afetam mais os estudantes negros, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010, divulgado nesta terça-feira no Rio.

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

A avaliação de jovens de 15 a 17 anos mostra que 8 em cada 10 estudantes pretos e pardos estavam cursando séries abaixo de sua idade, ou tinham abandonado o colégio.

Entre os brancos, 66% dos estudantes estavam na mesma situação.

Na população de 11 a 14 anos, 55,3% dos jovens brasileiros não estavam na série correta em 2008. Entre os jovens pretos e pardos, essa proporção chega a 62,3%, bem acima dos estudantes brancos (45,7%).

“Mais uma vez, os dados também refletem que o problema de repetência e abandono, ao longo das coortes etárias, incide de forma desproporcional sobre os pretos e pardos”, diz o relatório.

O estudo acentua que é justamente dos 11 aos 14 anos a fase em que crianças e jovens começam a abandonar a escola, daí a gravidade dessa questão.

Desenvolvido pelo Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o relatório evidencia que a população branca com idade superior a 15 anos tinha, em 2008, 1,5 ano de estudo a mais do que a negra.

Se comparado ao quadro de 1988, essa diferença entre brancos e negros pouco mudou. Naquela época, os brancos tinham 1,6 ano de estudo a mais, em média.

Atualmente, a população preta ou parda com mais de 15 anos tinha 6,5 anos de estudos em 2008, ante 3,6 anos em 1988. Entre os brancos, houve um salto de 5,2 anos para 8,3 anos de estudos.

Expectativa de vida de negros é 6 anos menor que de brancos

[Folha SP, 19 abr 11] A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais, lançado nesta terça-feira no Rio.

Negros são mais atingidos por abandono e repetência escolar
Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

Entre a população preta e parda, a expectativa de vida, em 2008, era de 67,03 anos. Entre a parcela de cor branca, a perspectiva era de 73,13 anos.

Na média de toda a população brasileira, a esperança de vida era de 70,94 anos.

Entre os homens pretos e pardos, o indicador não passou de 66,74 anos. No contingente masculino da população branca, a expectativa alcançou 72,39 anos.

No estudo com as mulheres as mulheres, a esperança de vida entre pretas e pardas foi de 70,94 anos, abaixo dos 74,57 anos estimados para a parcela feminina da população branca.

O levantamento inédito foi feito pelo Nepo (Núcleo de Estudos de População) da Unicamp, e está incluído no relatório desenvolvido pela UFRJ.

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

[Folha SP, 19 abr 11] Apesar de o número de homicídios no país permanecer estável nos últimos anos, o número de negros assassinados não para de subir, revela o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010 [link no final do artigo], divulgado nesta terça-feira, no Rio.

A probabilidade de um homem preto ou pardo morrer assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um indivíduo que se declara branco.

Enquanto os homicídios entre homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, o movimento entre negros e pardos é inverso.

Em 2001, homens pretos ou pardos representavam 53,5% do total. Ao mesmo tempo, os brancos significavam 38,5%.

Já em 2007, do total de homicídios registrados, 64,09% eram de negros. Já a proporção de brancos recuou para 29,24%.

Em 2007, para cada 100 mil habitantes, 59,8 homens pretos ou pardos morreram assassinados. Entre a população masculina branca, essa proporção 29,2 homens mortos a cada 100 mil habitantes.

No início da década, foram registrados 44.105 mil homens assassinados. Em 2007, esse dado ficou estatisticamente estável, recuando para 43.938.

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Alunos ‘afeminados’ da Malásia serão enviados a acampamento, diz jornal

[BBC Brasil, 19 abr 11] O jornal da Malásia New Straits Times afirmou que um grupo de 66 adolescentes malaios com “tendências afeminadas” será enviado a um acampamento com o objetivo de “passar por uma reeducação”.

O jornal credita a informação a autoridades da Malásia, país que não tolera a homossexualidade.

Segundo o Departamento de Educação do Estado de Terengganu, o acampamento começou a funcionar no último domingo. Os jovens enviados ao local foram indicados por suas escolas, que foram instruídas no ano passado a “denunciar alunos que pudessem ser gays”.

A Malásia considera ilegais as relações entre pessoas do mesmo sexo. Homossexuais malaios denunciam medidas do governo que consideram discriminatórias, como, por exemplo, a pena de 20 anos de prisão por sodomia.

De acordo com o New Straits Times, os estudantes terão aulas de educação física e religião, conduzidas por “palestrantes motivacionais”.

O diretor do departamento, Razali Daud, disse ao New Straits Times que, embora os “sintomas” variem, o comportamento dos 66 jovens – todos estudantes do ensino médio – “não são comuns para rapazes normais desta idade”.

“Nós não estamos interferindo com o processo da natureza, e sim meramente tentando guiar estes estudantes a seguir um caminho adequado em suas vidas”, afirmou Daud.

“Nós sabemos que algumas pessoas acabam se tornando mak nyah (travestis) ou homossexuais, mas nós faremos o melhor para limitar este número”, disse.

A entidade malaia Grupo Unido de Ação para a Igualdade de Gêneros (JAG, sigla em inglês) afirmou, em comunicado publicado pelo site de notícias The Malaysian Insider, que a medida vai contra os direitos humanos, além de promover a homofobia e o preconceito.