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El consumo de droga en Europa: un informe de 2010

Cultivo de cannabis en Holanda.

La crisis financiera, los programas de ahorro puestos en marcha por los gobiernos comunitarios, el envejecimiento de la población son cuestiones que afectan también, se recuerda en Lisboa, a la lucha antidrogas europea.

Cada año, el Observatorio Europeo de las Drogas y las Toxicomanías (OEDT)- con sede en Lisboa- presenta un estudio que incluye los datos recopilados por el organismo a lo largo de los últimos 12 meses. En él, se describen las nuevas tendencias en el consumo de drogas dentro de los 27 países miembros de la Unión Europea, en el origen de las mismas y en las políticas aplicadas para combatirlas.

En este 2010, los funcionarios han lanzado desde Portugal una señal de alerta dirigida a las restantes capitales del continente: el ahorro estricto impuesto por la mayoría de los gobiernos para frenar el déficit público tras el terremoto de la crisis financiera internacional será una cuenta de resultado negativo si acaba con los programas para el tratamiento de drogodependientes, una de las “columnas”, dice la institución, de la política antidrogas europea. Continue lendo

Kuntanawa: memórias de um povo amazônico

Eles foram quase exterminados no início do século 20 com o avanço dos seringais no estado do Acre, na região norte do Brasil. Sua língua se extinguiu e sua cultura praticamente desapareceu. Os Kuntanawa são um povo que hoje luta pelo resgate de sua identidade e tradição. Eles se misturaram com a população cabocla local no oeste do Acre e estiveram prestes a perder seus traços indígenas.

Em 1911, durante as perseguições armadas aos povos indígenas que acompanharam a abertura e a instalação dos seringais em todo o Acre, a etnia Kuntanawa, ou inicialmente grafada ‘Kontanawa’ – o povo do côco –, contabilizava apenas cinco sobreviventes. Atualmente, soma cerca de 400. Eles não falam mais a sua língua tradicional, pertencente ao tronco linguístico Pano, falam apenas o português. Continue lendo

Drogas e adolescência ~ Dartiu Xavier [Entrevista]

 

"As classes mais abastadas também estão consumindo crack. Nessas classes, a situação de abandono psicológico e descaso é algo muito presente". Foto: Masao Goto Filho

O psiquiatra e especialista em dependência química Dartiu Xavier alerta para o aumento de consumo de crack e defende uma prevenção na escola menos policialesca

Um estudo inédito sobre o perfil e a quantidade dos usuários de crack no Brasil está sendo preparado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), órgão do Ministério da Saúde. O mapeamento vai analisar os 26 estados brasileiros, o Distrito Federal e as nove regiões metropolitanas e é reflexo de um grave problema de saúde pública.

Embora sejam escassas as pesquisas sobre o crack, sabe-se que o consumo da droga derivada da cocaína (restrito a São Paulo na década de 90) vem se espalhando pelo País em diferentes classes sociais – não se restringe mais aos moradores de rua e grupos menos favorecidos. Além do aumento da apreensão de crack no Brasil (de 200 quilos, em 2002, para 580 quilos, em 2007, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), os serviços de atendimento a dependentes químicos relatam que a droga já é a segunda maior causa de procura por atendimento nos centros do SUS especializados em abuso de álcool e drogas, o Caps-AD. Nesses locais, o crack só perde para a bebida.

É uma realidade que o psiquiatra Dartiu Xavier, da Faculdade Paulista de Medicina, conhece bem. Coordenador do Programa de Orientação e Tratamento a Dependentes (Proad) há mais de duas décadas, ele vem realizando estudos na área. Um deles foi interrompido pela polêmica que gerou. A experiência consistiu em acompanhar um grupo de 50 usuários de crack que passaram a utilizar maconha na tentativa de conter o impulso de consumir crack. Conforme os dados, 68% deles haviam trocado de droga depois de seis meses. Passado um ano do início do tratamento, quem fez a substituição deixou também a maconha. Nessa entrevista, Xavier fala sobre os fatores de risco que podem levar adolescentes e jovens a se viciarem em drogas, explica as características do crack e defende a quebra de paradigma dos programas de prevenção às drogas. Continue lendo

O escasso capital humano

solitary moment at the beach

O Brasil, oitava maior economia do mundo, empata com o Zimbábue quando se compara a escolaridade média – 7,2 anos – das pessoas com 25 anos ou mais. Há 30 anos sob uma ditadura, devastado pela violência e com uma taxa astronômica de inflação, o país africano aparece no último lugar, numa lista de 169 países classificados com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). No 73.º posto, o Brasil avançou quatro posições desde o ano passado, ingressando no grupo das nações consideradas com IDH elevado. Mas essa mudança é insuficiente. O País continua a exibir péssimos indicadores de educação e saneamento, condições essenciais para o progresso individual e para a formação de um capital humano de alta qualidade. São condições essenciais para a consolidação de qualquer país como potência econômica, isto é, como economia moderna, competitiva e capaz de fazer diferença no quadro mundial. Continue lendo

Angola: uma escola construída sobre o infortúnio

Nem a temperatura amena do inverno angolano – muito parecida com a de algumas cidades do litoral nordestino brasileiro na mesma estação -, nem o ar condicionado do carro ajudam a minimizar o desconforto que sinto ao adentrar o Mussende, bairro no município de Viana, nos arredores de Luanda, capital do país. É um mal-estar embebido de curiosidade, misturado à poeira do chão de terra e às imagens de crianças que brincam em meio ao lixo e a alguns animais.

Estou em uma comunidade de refugiados de guerra, gente que em 1981 abandonou a província Kwanza Sul para preservar a vida do conflito civil que começou em 1975, logo depois da independência da nação, e só terminou no início do século 21. As famílias, depois de ficarem por cerca de 11 anos nas províncias de Malange e Kwanza Norte, foram instaladas em Viana em 1993 pelo Ministério de Reinserção Social. Em 2002, mesmo estimulados a voltar para a terra natal, esses angolanos resolveram ficar por lá, muitos mesmo sem ter emprego. Continue lendo

Brasil avança, mas ainda é 73º em desenvolvimento humano

O Brasil foi o país que mais avançou no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) preparado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). No documento deste ano, divulgado nesta quinta-feira (4), o Brasil passa a ocupar a 73ª colocação, desempenho suficiente para que integre o grupo de países de desenvolvimento humano elevado. Apesar do crescimento, o País ainda apresenta traços importantes de desigualdade social.

Na avaliação deste ano, o Brasil obteve quatro pontos a mais em comparação com 2009. O desempenho é significativo, sobretudo diante do cenário de estagnação revelado pelo estudo. Dos 169 países analisados, 116 mantiveram a posição apresentada em 2009 e 27 tiveram desempenho pior. Além do Brasil, somente outros 25 conseguiram melhorar a classificação, de acordo com o relatório.

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Trazido pelas correntes marinhas, lixo despejado no mar invade a costa brasileira

Lixo despejado no mar e nos rios de todo o mundo viaja pelas correntes oceânicas e invade a costa brasileira. De caixas de leite a feijões enlatados, pesquisador baiano encontrou produtos originados em 75 países

O imaginário coletivo está cheio de histórias de cartas que chegam à beira da praia dentro de garrafas atiradas ao mar. As mensagens trariam pedidos de ajuda, mapas do tesouro e recados de amor. Lenda ou não, se o costume nascesse hoje, esse “correio marítimo” poderia vir em caixas de leite, latas de extrato de tomate e feijão, embalagens de produtos de limpeza e de talco. São esses os itens que “desembarcam” com frequência na costa brasileira segundo monitoramento da ONG Global Garbage (Lixo Global). Tudo importado. Em quatro anos e cerca de 20 caminhadas pela costa, 6.576 embalagens de 75 países foram encontradas só no litoral da Bahia. Achados que revelam o lixo marinho como uma séria ameaça à vida nos oceanos. Reportagem de Júlia Kacowicz, no Correio Braziliense.

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IDH amadurece, se sofistica mas perde simplicidade ~ por JR Toledo

Ao fazer 20 anos, o Índice de Desenvolvimento Humano amadureceu, se sofisticou, mas perdeu em simplicidade e universalidade -duas marcas do seu sucesso. Nas últimas décadas o IDH mudou o paradigma do que seja desenvolvimento e deu início a uma onda de índices que medem de tudo um pouco.

Antes do IDH era o PIB per capita, e só. Até 1990, toda medição de desenvolvimento dos países era feita apenas pelo crescimento do seu Produto Interno, dividido pela população. Era uma medida exclusivamente econômica, que tinha no aumento da renda um fim em si mesmo.

O que o paquistanês Mahbub ulHaq e o indiano Amartya Sen conseguiram à época foi um feito, que hoje parece trivial: sintetizar em um só número uma medida de desenvolvimento que tinha o ser humano no centro, e abrangia as dimensões econômica, de longevidade e educação. Continue lendo

Computador como arma: cresce a ameaça mundial de ciberguerra

Após o ataque às redes nacionais da Estônia e o surgimento do sofisticado verme Stuxnet, a ciberguerra deixou de ser ficção. Até mesmo a Otan está debatendo a ameaça que vem do mundo virtual.

Até o momento, a vítima mais famosa da guerra cibernética na Europa é a Estônia. O país báltico tornou-se modelo no emprego da informática ao expandir durante anos suas redes de banda larga e convencer seus cidadãos das vantagens da administração eletrônica, tornando quase supérfluo o uso de papel.

Até que, em 2007, investidas direcionadas de hackers tiraram do ar os sites do governo, de partidos e da mídia. O sistema online do maior instituto financeiro estoniano entrou em colapso, hospitais e operadoras de energia só se mantiveram funcionando em regime de emergência.

Nem mesmo redes de alta segurança puderam impedir que dados contaminados com vírus, vermes e outros tipos de programas maliciosos derrubassem a infraestrutura de TI de quase todo um país. O mundo ficou chocado. Porém o que veio a seguir demonstrou que isso era só o início. Continue lendo

Limpadores de latrinas marcham contra discriminação na Índia

Centenas de limpadores de latrinas na Índia estão se concentrando na capital do país, Nova Déli, para exigir que o governo se desculpe por séculos de discriminação contra a comunidade.

Eles começaram a marchar há um mês, cruzando o país para divulgar suas reivindicações e conscientizar o público sobre sua situação.

Retirar manualmente excrementos humanos de latrinas ou privadas que não possuem descarga automática é uma prática feita há séculos na Índia.

‘Os intocáveis’

Esse tipo de trabalho é feito em grande parte pelos Dalits, conhecidos anteriormente como “os intocáveis”, a casta mais inferior da sociedade segundo o hinduísmo, principal religião do país.

Por um salário médio de menos de US$ 4 por mês, esses trabalhadores vão de casa em casa, todas as manhãs, para coletar os excrementos dos moradores. Continue lendo

Druidas comemoram ‘Halloween original’

httpv://www.youtube.com/watch?v=uZlWsXFvQ8I

Enquanto milhares de pessoas em vários países usam abóboras e esqueletos para comemorar o Halloween, druidas da Floresta Charmwood, inspirados por religiões ancestrais, celebram a festa pagã de Samhain.

Vestidos a caráter, eles bebem hidromel, dizem se comunicar com espíritos e celebram os mortos, além do fim de mais um ano.

Para druidas, são também um instinto pagão do mundo natural e a chegada da escuridão que inspiram as festas de Halloween no hemisfério norte.

“A maioria pode não saber, mas eles estão se conectando com algo natural no Halloween, que lhes traz satisfação e ajuda na transição ao período mais escuro do ano”, afirmou Michelle Axe à BBC.

A cerimônia druídica é conduzida por três bruxas, que jogam pedrinhas no caldeirão para se livrar de tristezas. Continue lendo

Tão jovens, tão cruéis [bullying]

‘Bully’, o videogame; ganha quem atazanar mais a vida dos colegas

[Carolina Rossetti – O Estado de S. Paulo, 30 out 10] Como explicar o comportamento esdrúxulo de três jovens que agrediram um casal de gays numa festa de faculdade desferindo contra os dois, além de chutes, xingamentos e latinhas de cerveja, toda a sua ira homofóbica? Como entender a atitude de um grupo de rapazes que achou que seria um tanto cômico tratar suas colegas como montaria subindo-lhe nas costas e gritando: “Pula, gorda!”? E ainda qual o problema da menina de 14 anos que usou a lâmina do próprio apontador para cortar – nove vezes – o rosto da companheira de classe? Afinal, jovens, por que tanta raiva?

Educador há mais de 37 anos e pai de Curtis – que morreu em consequência de um vida inteira de bullying -, Allan Beane é hoje um militante da causa “mais respeito, por favor!” O autor de Proteja Seu Filho do Bullying diz que o problema não se circunscreve à juventude. É um mal de toda a sociedade, que de modo geral está mais tolerante à violência – nas ruas, nas escolas, dentro de casa. Estamos apáticos em relação a dor dos outros, e lentos demais para ir em defesa de quem está sendo rechaçado, pisoteado, humilhado. E ainda por cima, comenta Beane, gostamos de responsabilizar as vítimas de agressão pelas próprias indiscrições (“Também, com aquele vestidinho rosa, o que ela esperava?”). Somos nós, portanto, enquanto sociedade, que estamos disfuncionais. Continue lendo