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Brasil tem 18 bilionários na lista anual da Forbes

BBC Brasil, 11 mar 2010

O Brasil tem 18 pessoas ou famílias com fortunas acima de US$ 1 bilhão, segundo a tradicional lista anual da revista americana Forbes, divulgada na quarta-feira.

O país tem o maior número de bilionários da América Latina. O brasileiro mais rico, segundo a Forbes, é o empresário Eike Batista, que ocupa a 8ª posição geral na lista, com uma fortuna estimada em US$ 27 bilhões.

Batista, proprietário de uma série de empresas no ramo de mineração e petróleo, é também o integrante da lista, com mais de mil nomes, cuja fortuna mais cresceu de um ano para o outro – US$ 19,5 bilhões a mais.

Na lista do ano passado, ele também aparecia como o brasileiro mais rico, mas apenas na 61ª colocação geral. A relação de pouco menos de 800 bilionários contava com 13 brasileiros.

O empresário mexicano Carlos Slim, do setor de telecomunicações, ultrapassou o americano Bill Gates, fundador da Microsoft, e aparece neste ano pela primeira vez como a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 53,5 bilhões.

Esta é a primeira vez desde 1994 que a lista de bilionários da Forbes não é encabeçada por um americano.

Apesar disso, os Estados Unidos ainda dominam amplamente a lista da revista, com 403 cidadãos do país com fortunas superiores a US$ 1 bilhão.

Recuperação

A lista deste ano traz 1.011 nomes de 55 países diferentes, indicando uma recuperação em relação ao ano passado, quando a crise econômica mundial havia enxugado a lista para 793 bilionários. Em 2008, a relação trazia 1.125 pessoas.

Segundo a revista, a fortuna acumulada dos dez mais ricos da lista cresceu de US$ 254 bilhões para US$ 342 bilhões no último ano.

“A economia global está se recuperando”, disse o editor-chefe da revista, Steve Forbes. “Os mercados financeiros também tiveram uma recuperação impressionante, principalmente nos mercados emergentes”, afirmou.

Entre os dez primeiros da lista, há quatro bilionários oriundos de países emergentes – além de Slim e de Batista, aparecem os indianos Mukesh Ambani e Lakshmi Mittal, na 5ª e na 6ª posições, respectivamente.

Mesmo sem nomes entre os dez primeiros, porém, a China é o país com o maior número de bilionários após os Estados Unidos – 64. Se considerados também os bilionários de Hong Kong, são 89 os chineses da lista.

Outro país emergente, a Rússia, aparece como o terceiro com o maior número de bilionários – 62.

Brasileiros

Os 18 brasileiros da lista da Forbes têm, juntos, uma fortuna de US$ 84,7 bilhões.

O segundo da lista é Jorge Paulo Lemann, sócio da cervejaria belgo-brasileira InBev, com uma fortuna de US$ 11,5 bilhões. Ele aparece na 48ª posição na lista geral.

O terceiro brasileiro mais rico, na 64ª posição da lista, é o banqueiro Joseph Safra, com uma fortuna acumulada de US$ 10 bilhões.

A família Steinbruch, dos grupos CSN e Vicunha, aparece na 136ª posição, com uma fortuna de US$ 5,5 bilhões.

Outros dois sócios da InBev aparecem sem seguida – Marcel Telles (152ª posição, fortuna de US$ 5,1 bilhões) e Carlos Alberto Sicupira (176ª posição, US$ 4,5 bilhões).

Em seguida estão o banqueiro Aloysio de Andrade Faria (201ª posição, US$ 4,2 bilhões), Abílio Diniz, do grupo Pão-de-Açúcar, e Antonio Ermírio de Moraes, da Votorantim, ambos empatados na 316ª posição, com US$ 3 bilhões, o banqueiro Moise Safra (421ª posição, US$ 2,3 bilhões), Elie Horn, da imobiliária Cyrella (437ª posição, US$ 2,2 bilhões), Antonio Luiz Seabra, da Natura (437ª posição, US$ 2,2 bilhões), Guilherme Peirão Leal, também da Natura (463ª posição, US$ 2,1 bilhões), Rubens Ometto, da produtora de álcool e açúcar Cosan (463ª posição, US$ 2,1 bilhões), o sino-brasileiro Liu Ming Chung, radicado em Hong Kong, da empresa de papel Nine Dragons (582ª posição, US$ 1,7 bilhão), João Alves de Queiroz Filho, da Hypermarcas (616ª posição, US$ 1,6 bilhão), Jayme Garfinkel, da seguradora Porto Seguro (828ª posição, US$ 1,2 bilhão) e o banqueiro Julio Bozano (880ª posição, US$ 1,1 bilhão).

América Latina

O Brasil é o país com o maior número de bilionários entre os 37 latino-americanos da lista. O México vem em seguida, com nove bilionários.

O Chile tem quatro bilionários na lista, entre eles o presidente eleito, Sebastián Piñera, que toma posse nesta quinta-feira. Ele tem uma fortuna estimada em US$ 2,2 bilhões e aparece em 437º lugar.

A Venezuela e a Colômbia têm dois bilionários cada na lista. A Argentina tem apenas um.

OS 10 MAIS RICOS DO MUNDO

1. Carlos Slim Helu (México) – US$ 53,5 bilhões

2. Bill Gates (EUA) – US$ 53 bilhões

3. Warren Buffet (EUA) – US$ 47 bilhões

4. Mukesh Ambani (Índia) – US$ 29 bilhões

5. Lakshmi Mittal (Índia) – US$ 28,7 bilhões

6. Lawrence Ellison (EUA) – US$ 28 bilhões

7. Bernard Arnault (França) – US$ 27,5 bilhões

8. Eike Batista (Brasil) – US$ 27 bilhões

9. Amancio Ortega (Espanha) – US$ 25 bilhões

10. Karl Albrecht (Alemanha) – US$ 23,5 bilhões

Fonte: Revista Forbes

A História não absolverá os pastores da brutalidade

Texto de Augusto Nunes, 9 mar 2010

Os privilégios, mesuras e gentilezas dispensados ao assassino italiano Cesare Battisti ou ao narcoterrorista colombiano “Padre” Medina atestam que, em homenagem à companheirada, Lula promove a perseguido político qualquer bandido comum. O tratamento cruel reservado aos oposicionistas encarcerados em Cuba, sobretudo aos que ousam protestar no interior das cadeias, comprova que, para atender a ditadores companheiros, o presidente brasileiro rebaixa a bandido comum qualquer perseguido político.

“Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”, acaba de decretar o rábula estagiário que, preso durante uns poucos dias ─ por determinação da Justiça e do governo brasileiros, segundo o raciocínio cafajeste do próprio Lula ─ entrou na farra da anistia, embolsa uma pensão mensal injustificável e segue distribuindo dinheiro aos sócios do assalto legalizado. “Eu acho que greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto dos direitos humanos para libertar pessoas”, continuou o monumento à ignorância jeca que nunca leu uma linha sobre as lutas pela independência da Índia, que nem faz ideia de quem foi Mahatma Gandhi, que não sabe o que é resistência pacífica.

“Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”, completou o chefe de governo que, por viver cercado de delinquentes, age como se a atividade política fosse uma atividade ilícita como outra qualquer. Nem os carcereiros fizeram comentários tão repulsivos sobre o grupo de cubanos castigados  por crimes de consciência. Condenado em 2003 a três anos de cadeia, o pedreiro Orlando Zapata Tamayo morreu no 85° dia da greve de fome a que recorreu para protestar contra torpezas jurídicas que multiplicaram por dez o tempo de prisão. Foi acusado por Lula, entre um sorriso e outro ao lado do carrasco, de se deixar morrer.

Outros prisioneiros decidiram há dias repetir a saga de Zapata. Para justificar antecipadamente a aplicação da pena de morte oficiosa, o presidente que transforma ladrões vulgares em homens incomuns, e absolve liminarmente até homicidas, acaba de compará-los a militantes do PCC. A História não absolverá os pastores da brutalidade. “Lula é cúmplice da tirania dos Castro”, constatou em entrevista à Folha o jornalista e psicólogo Guillermo Fariñas, em greve de fome há 15 dias.

Em Cuba, gente presa sem motivo entra em greve de fome para tentar sobreviver com dignidade. No Brasil, gente inexplicavelmente em liberdade festeja a boa vida em almoços e jantares patrocinados pela Presidência da República. Os bandidos soltos em Brasília só se recusarão a comer se houver uma queda insuportável na qualidade das refeições servidas nos palácios do poder.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

Los alemanes desconfían de la Iglesia Católica

Después de los numerosos escándalos de abusos sexuales en el seno de la Iglesia Católica alemana, ésta ha perdido credibilidad ante la población, según una encuesta que arroja datos alarmantes.

Ni siquiera una tercera parte de los alemanes considera a la Iglesia una institución honesta, según una encuesta realizada por el instituto de Demoscopia Omni Quest, realizada entre un millar de personas y publicada por el diario Kölner Stadt-Anzeiger.

“Las cifras son alarmantes y no sólo son reflejo de la actual situación sino también son el resultado de una pérdida de credibilidad de largo plazo”, afirma Christian Weisner, co-iniciador del movimiento Somos Iglesia. Llama la atención a observadores que menos de la mitad de la población considerada católica, cree que su Iglesia es honesta y cercana a la gente.

“La Iglesia ignora a la gente en sus problemas cotidianos, pide por ejemplo, oraciones para las familias, pero se olvida de mencionar a aquellos que son padres o madres solteras o incluso a los solteros mismos”, afirma Weisner. Un 73,3 por ciento de los encuestados considera que la vida de los sacerdotes en celibato y los abusos sexuales a jóvenes están relacionados.

Tras los recientes escándalos de abusos sexuales por parte de sacerdotes católicos, el Partido Demócrata Liberal (FDP) exhortó a la Iglesia Católica a crear un fondo para compensar económicamente a las víctimas. (dapd, kna)

Edición: Eva Usi

DW Español, 27 fev 2010

Santería afrocubana en Alemania

¿Qué es la Santería y cómo ha llegado a Alemania? ¿Quiénes y cómo la practican aquí? Una antropóloga y 3 sacerdotes de esta religión responden.

Thomas Altmann reside en Hamburgo, al norte de Alemania. Fue bautizado y educado en la religión cristiana, pero se distanció de la Iglesia a los 20. Ya era baterista cuando incursionó en la percusión a los 25, se interesó por la tradición musical afrocubana y se trazó una meta: tocar batá, una familia de tambores consagrados para el “toque” ritual en la “Santería”.

„Como no quería servirme de ese arte sin conocer algo de sus orígenes, o confundir el material por diversión, me fui familiarizando y de ese modo acercando cada vez más a la religión, hasta que finalmente se convirtió en parte de mi visión del mundo y mi manera de vivir ”, explicó el músico alemán de 55 años a Deutsche Welle.

En la Santería se halla la herencia de diversos grupos étnicos, llegados como esclavos a Cuba desde la región sur-occidental del Sahara (actual Nigeria), de cultura y lengua predominantemente yoruba. De ahí que se le conozca también como “religión yoruba”, o “lucumí” (por el saludo oluku mi, “amigo mío” en lengua yoruba).

Las reglas “de ocha”, “de ifá” (u “ocha-ifá”) nombran los complejos sistemas de mitos y deidades (orichas), ceremonias, jerarquías de creyentes y sacerdotes o códigos éticos que la caracterizan. Como el “Candomblé”, su similar brasileño, la Santería camufló a los orichas con santos católicos de atributos similares, para sobrevivir a la persecución colonial, y se extendió a otras regiones del Caribe y Norteamérica.

“Santeros”… ¿alemanes?

En este siglo, “la Santería afrocubana ha comenzado a asentarse en Alemania”, aseguró a DW Lioba Rossbach de Olmos, antropóloga de la Universidad de Maburgo, especializada en Afroamérica. Y no se trata sólo de la filiación pública de célebres personajes como Frank Castorf, director de la compañía berlinesa de teatro Volksbühne am Rosa-Luxemburg-Platz, que insiste en el “potencial revolucionario” de esta „otra manera de pensar“.

“Esta religión se ha extendido por todo el mundo. Somos unos 40 millones de creyentes”, afirmó desde Wiesbaden Faomà Fatunmbi, sacerdote alemán iniciado en la “regla de ifá” en Cuba y miembro de Asociación Cultural Yoruba de la isla, quien prefiere su nombre religioso al original. En España, Italia, Francia, Holanda, entre otros países europeos, crecen también las cifras de “santeros”.

Entre los creyentes “comunes y corrientes” se juntan, por supuesto, cubanos, otros latinoamericanos y africanos residentes en suelo germano. Pero igualmente la filiación de alemanes crece y su perfil se diversifica. “Tengo la impresión de que tenemos por un lado un tipo de santero estricto, ‘protestante‘, esencialmente en el norte de Alemania, y uno más distendido en el sur“, dijo Rossbach a DW.

„Caminos“ hacia Alemania

Especialmente Berlín, pero también Múnich, Hamburgo, Maguncia o Wiesbaden, concentran gran parte de los sacerdotes y “creyentes no iniciados” en Alemania, aseguró Rossbach. Antes que del reciente auge de parejas binacionales o del turismo hacia la isla, la Santería parece una herencia de trabajadores y estudiantes cubanos llegados a la Alemania socialista en los años 70,  por obra de un convenio entre ambos Estados.

„Yo he podido encontrar cubanos de esos tiempos, que dijeron haber practicado la religión entonces, en pequeña escala y bajo las condiciones de la RDA“, relata Rossbach. Otros, como Thomas Altmann, llegaron a la religión a través de diversas expresiones de la cultura cubana: secuencias de percusión del Latin Jazz y la Salsa, personajes y ambientes de la literatura o el cine.

Un “atractivo” especial es para muchos la “orientación al presente y al individuo” en esta religión, estima la antropóloga germana. La Santería no promete la absolución de pecados o una vida mejor tras la muerte. En ella se honra a muertos y antepasados, pero se busca apoyo y protección frente a problemas cotidianos (salud, trabajo, dinero, amor), en el “camino” previsto por los orichas para ser transitado por cada persona.

Celebraciones y „ofrendas“

Los orichas se asocian con elementos naturales, objetos, alimentos, cantos, ritmos musicales y atributos humanos que se reflejan en aquellos que se consideran sus “hijos” y pueden ser iniciados como tales. Así, una hija de Yemayá será probablemente maternal y al mismo tiempo  brava e incontenible como el mar. Uno de Changó gustará del baile y será preferido en las fiestas, especialmente por las mujeres.

Los rituales religiosos menos complejos pueden realizarse sin grandes esfuerzos en tierra germana: aniversarios de iniciación como sacerdote (“cumpleaños de santo”); ritos cotidianos de adoración a los orichas con “ofrendas” de alimentos, bebidas y flores; así como “registros” o consultas a las deidades a través de oráculos de caracoles, cocos, o un sistema de textos y fórmulas para la adivinación Ifá – declarado por la UNESCO “Patrimonio Inmaterial de la Humanidad”.

Velas, frutas, ron, tabaco e incluso aceite de palma pueden conseguirse, en últimas, en tiendas étnicas africanas. “Otras ceremonias mayores, como toques de tambor o bembés, del modo en que se celebran en Cuba, chocarían aquí con incomprensiones, pues probablemente los vecinos alemanes lo considerarían más bien una perturbación sonora”, aclara Rossbach.

¿Sacrificios de animales?

En invierno, el clima dificulta la celebración de ceremonias al aire libre. Algunas plantas, empleadas para baños rituales de „limpieza“, no se encuentran en la flora de la región y deben traerse desde Cuba, comentó el sacerdote cubano Jorge D. Espichicoque (Pichy). Pero el problema fundamental lo representan los sacrificios de animales, necesarios por ejemplo para las iniciaciones de sacerdotes de “ocha” (olorichas o “santeros”) o “ifá” (babalaos).

“Los sacrificios están prohibidos en Alemania, en primer lugar por la ley de protección de animales, con rango constitucional desde 2002; pero también chocan con el concepto de higiene vigente”, explicó la antropóloga germana. De ahí que tales ceremonias no se realicen en Europa sino en Cuba o África, donde son aceptadas por la cultura y la legislación. En ello coinciden sacerdotes germanos y cubanos.

Sin templos, pero con asociación registrada

Es difícil indicar una cifra de creyentes o practicantes en Alemania. Rossbach estima unos 3.000 a 5.000, pero advierte también que se trata de una religión sin templos o membresía institucionalizada, que se practica en las casas de sacerdotes y creyentes.

Un esfuerzo organizativo y legitimador puede verse en la constitución de la asociación alemana de sacerdotes Ifa Orisha Deutschland e.V., con registro legal y presencia web. Faomà Fatunmbi, consultor de ventas de profesión , pertenece a los fundadores y preside además una Comisión para la Lectura de la “Letra del Año” de Alemania, con pronósticos y recomendaciones de interés social y personal (que creyentes o interesados pueden leer en internet).

En la Asociación, aclara Fatumbi, “tenemos una relación distendida, tratamos de no imponer dogmas o forzar a nuestros afiliados, ni siquiera existe una cuota de afiliado”. Thomas Altmann no desea afiliarse, pero considera que una institución como esta podría y debería contribuir a esclarecer sobre su religión, “a que se vea como es y no cargada de asociaciones negativas”.

¿Afrocubano-germana?

Entre los creyentes germanos, y no sólo entre estos y los cubanos residentes acá, existen debates religiosos también vigentes en Cuba. La vuelta a raíces menos sincréticas (“re-africanización”), la iniciación de mujeres como sacerdotizas en la “regla de ifá” (reservada en la isla mayormente a la iniciación masculina), o la conciliación de la religión con el modo de vida germano, son sólo algunos ejemplos.

Aunque esté en el polo norte, voy a ser siempre cubano y siempre babalao. Yo respeto todas las religiones y espero que todas también me respeten a mí” – esta es una regla básica para Pichy, babalao y músico, residente en Berlín hace casi 20 años. Bajo ese espíritu colaboran en ceremonias de Santería y Candomblé, en las instalaciones de Forum Brasil, una especie de “centro ecuménico afroamericano” en la capital germana, un sacerdote cubano y uno brasileño.

„Yo realmente trato de integrar esta religión en mi vida aquí, trato de darle el valor que le corresponde”, dice Thomas Altmann. Este “santero” recopiló 275 textos, melodías y claves de “Cantos Lucumí a los Orichas” en un libro publicado en 1998. Actualmente, en su casa en Hamburgo, pone un poco de orden y lógica germanas a materiales clave para su práctica religiosa, “pues los documentos que existen en español están muy desorganizados para mí y me cuesta trabajar con ellos“, confesó a DW.

Pluralidad religiosa

Creyentes católicos, protestantes y quienes no se adhieren a ninguna confesión religiosa representan actualmente grupos mayoritarios (de alrededor del 30% respectivamente) en Alemania. Junto a las confesiones cristianas predominantes aparece un número menor aunque significativo de musulmanes (un 3%), así como otras iglesias y comunidades cristianas ortodoxas u orientales, comunidades judías, hinduistas y budistas.

En un grupo plural, asistemático y menos institucionalizado sitúa el Servicio de Medios e Información de Ciencias de la Religión (REMID) a “nuevas religiones”, “nuevos movimientos religiosos” y “corrientes esotéricas”. Pero los nativos y emigrados que practican la Santería en Alemania no han sido reconocidos hasta hoy como comunidad religiosa.

Autor: Rosa Muñoz Lima/Editor: Emilia Rojas-Sasse

DW Español, 3 mar 2010

Pelo menos 500 morrem em massacre étnico na Nigéria

Islâmicos da etnia fulani invadiram casas de mataram todos que encontraram, incluindo mulheres e crianças

O confronto étnico-religioso ocorrido no domingo perto de Jos, no norte da Nigéria, deixou pelo menos 500 mortos, informou nesta segunda-feira, 8, o porta-voz do governo do estado de Plateau, Gregory Yenlong.

Armados com revólveres, metralhadoras e machados, pastores da etnia fulani invadiram as casas das cidades de Dogo Na Hauwa, Ratsat e Jeji no domingo e mataram todos que encontraram pela frente, incluindo mulheres e crianças.

“Nós conseguimos fazer 95 prisões, mas ao mesmo tempo mais de 500 pessoas foram mortas nesse abominável ato”, afirmou o nigeriano Dan Manjang, por telefone.

Acredita-se que o massacre, ocorrido a menos de 2 quilômetros da casa do governador de Plateau, Jonah Jang, tenha sido a resposta dos pastores aos confrontos religiosos de janeiro passado, que deixaram 326 mortos. Na ocasião, o incidente foi considerado pelos membros da etnia fulani uma ação organizada para assassinar muçulmanos.

O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para as vítimas. O presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu com as agências de segurança do Estado e afirmou que os soldados estão em alerta vermelho. O massacre aconteceu mesmo com a imposição de um toque de recolher, que vigora na região das 18h às 6h desde janeiro passado.

Acredita-se que o motivo dos enfrentamentos na região seja a luta pela exploração de terras de cultivo entre cristãos e animistas, de um lado, e pastores muçulmanos fulanis, do outro.

Os conflitos envolvendo cristãos e muçulmanos na Nigéria já deixaram mais de 12 mil mortos desde 1999, quando foi implantada a sharia (lei islâmica) em 12 estados do norte do país (Estadão, EFE – 08 mar 2010).

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Relatos de testemunhas registrados na imprensa local dão conta de que grupos muçulmanos da etnia Hausa-Fulani invadiram por volta das 3h00 da manhã o vilarejo majoritariamente cristão de Dogo-Nahawa.

O repórter da BBC Richard Hamilton informou que os invasores chegaram atirando e, quando as pessoas começaram a fugir de suas casas, eram mortas a golpes de facão. O ataque teria durado quase três horas e deixado também cerca de 50 casas incendiadas.

Segundo Martin Plaut, editor para a África da BBC, a emissora recebeu fotos da área que mostram corpos de crianças e mulheres enfileirados.

Um porta-voz da Cruz Vermelha na região, Robin Waudo, disse à BBC que seus médicos estão atendendo pessoas feridas com facões e queimaduras, e com membros fraturados.

“Neste momento, os confrontos se acalmaram e os militares estão tentando controlar a situação”, afirmou.

O presidente em exercício da Nigéria, Goodluck Johnathan, colocou em alerta máximo as forças de segurança atuando na região central do país depois dessa nova onda de violência.

O ataque teria sido uma vingança pela morte de centenas de pessoas em janeiro, após confrontos entre cristãos e muçulmanos nos arredores de Jos. A região passou a ficar sob toque de recolher desde então.

A cidade de Jos tem sido palco de violência nos últimos anos justamente por estar posicionada na divisa entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul do país, de maioria cristã.

‘Provocação aos cristãos’

A estimativa de 500 mortos foi feita pelo fórum cristão do estado de Plateau e confirmada por Gregory Yenlong, comissionário de informação do governo local, em entrevista a jornalistas nigerianos no vilarejo de Dogo-Nahawa.

O jornal nigeriano The Guardian relatou que o fórum cristão havia divulgado um comunicado em que condena o ataque classificado como “uma provocação aos cristãos”.

“Dogo Nahawa é uma comunidade cristã. As testemunhas dizem que os militantes muçulmanos Hausa-Fulani vieram cantando ‘Allahukabar’ (exclamação muçulmana que exalta Alah) e invadiram as casas, cortando seres humanos, incluindo crianças e mulheres com suas facas e facões”, diz o comunicado.

Os cristãos também protestam contra uma suposta omissão das forças armadas nigerianas. O comunicado relata que as forças de segurança teriam sido avisadas pelos cristãos do início do ataque, mas só teriam respondido ao chamado duas horas depois.

Peter Gyang, líder da comunidade local, disse ao The Guardian que os moradores da região não vão mais respeitar o toque de recolher.

“Nós seremos forçados a entrarmos em nossas casas às 6h00 da tarde, mas os invasores continuariam vindo e nos atacando sem qualquer intervenção do Exército ou da polícia. Então, não haverá mais toque de recolher para que nós possamos nos proteger”.

(BBC Brasil, 8 mar 2010)

Gendercide – the war on baby girls

Mar 4th 2010 | From The Economist print edition

Killed, aborted or neglected, at least 100m girls have disappeared—and the number is rising

IMAGINE you are one half of a young couple expecting your first child in a fast-growing, poor country. You are part of the new middle class; your income is rising; you want a small family. But traditional mores hold sway around you, most important in the preference for sons over daughters. Perhaps hard physical labour is still needed for the family to make its living. Perhaps only sons may inherit land. Perhaps a daughter is deemed to join another family on marriage and you want someone to care for you when you are old. Perhaps she needs a dowry.

Now imagine that you have had an ultrasound scan; it costs $12, but you can afford that. The scan says the unborn child is a girl. You yourself would prefer a boy; the rest of your family clamours for one. You would never dream of killing a baby daughter, as they do out in the villages. But an abortion seems different. What do you do?

For millions of couples, the answer is: abort the daughter, try for a son. In China and northern India more than 120 boys are being born for every 100 girls. Nature dictates that slightly more males are born than females to offset boys’ greater susceptibility to infant disease. But nothing on this scale.

For those who oppose abortion, this is mass murder. For those such as this newspaper, who think abortion should be “safe, legal and rare” (to use Bill Clinton’s phrase), a lot depends on the circumstances, but the cumulative consequence for societies of such individual actions is catastrophic. China alone stands to have as many unmarried young men—“bare branches”, as they are known—as the entire population of young men in America. In any country rootless young males spell trouble; in Asian societies, where marriage and children are the recognised routes into society, single men are almost like outlaws. Crime rates, bride trafficking, sexual violence, even female suicide rates are all rising and will rise further as the lopsided generations reach their maturity (see article).

It is no exaggeration to call this gendercide. Women are missing in their millions—aborted, killed, neglected to death. In 1990 an Indian economist, Amartya Sen, put the number at 100m; the toll is higher now. The crumb of comfort is that countries can mitigate the hurt, and that one, South Korea, has shown the worst can be avoided. Others need to learn from it if they are to stop the carnage.

The dearth and death of little sisters

Most people know China and northern India have unnaturally large numbers of boys. But few appreciate how bad the problem is, or that it is rising. In China the imbalance between the sexes was 108 boys to 100 girls for the generation born in the late 1980s; for the generation of the early 2000s, it was 124 to 100. In some Chinese provinces the ratio is an unprecedented 130 to 100. The destruction is worst in China but has spread far beyond. Other East Asian countries, including Taiwan and Singapore, former communist states in the western Balkans and the Caucasus, and even sections of America’s population (Chinese- and Japanese-Americans, for example): all these have distorted sex ratios. Gendercide exists on almost every continent. It affects rich and poor; educated and illiterate; Hindu, Muslim, Confucian and Christian alike.

Wealth does not stop it. Taiwan and Singapore have open, rich economies. Within China and India the areas with the worst sex ratios are the richest, best-educated ones. And China’s one-child policy can only be part of the problem, given that so many other countries are affected.

In fact the destruction of baby girls is a product of three forces: the ancient preference for sons; a modern desire for smaller families; and ultrasound scanning and other technologies that identify the sex of a fetus. In societies where four or six children were common, a boy would almost certainly come along eventually; son preference did not need to exist at the expense of daughters. But now couples want two children—or, as in China, are allowed only one—they will sacrifice unborn daughters to their pursuit of a son. That is why sex ratios are most distorted in the modern, open parts of China and India. It is also why ratios are more skewed after the first child: parents may accept a daughter first time round but will do anything to ensure their next—and probably last—child is a boy. The boy-girl ratio is above 200 for a third child in some places.

How to stop half the sky crashing down

Baby girls are thus victims of a malign combination of ancient prejudice and modern preferences for small families. Only one country has managed to change this pattern. In the 1990s South Korea had a sex ratio almost as skewed as China’s. Now, it is heading towards normality. It has achieved this not deliberately, but because the culture changed. Female education, anti-discrimination suits and equal-rights rulings made son preference seem old-fashioned and unnecessary. The forces of modernity first exacerbated prejudice—then overwhelmed it.

But this happened when South Korea was rich. If China or India—with incomes one-quarter and one-tenth Korea’s levels—wait until they are as wealthy, many generations will pass. To speed up change, they need to take actions that are in their own interests anyway. Most obviously China should scrap the one-child policy. The country’s leaders will resist this because they fear population growth; they also dismiss Western concerns about human rights. But the one-child limit is no longer needed to reduce fertility (if it ever was: other East Asian countries reduced the pressure on the population as much as China). And it massively distorts the country’s sex ratio, with devastating results. President Hu Jintao says that creating “a harmonious society” is his guiding principle; it cannot be achieved while a policy so profoundly perverts family life.

And all countries need to raise the value of girls. They should encourage female education; abolish laws and customs that prevent daughters inheriting property; make examples of hospitals and clinics with impossible sex ratios; get women engaged in public life—using everything from television newsreaders to women traffic police. Mao Zedong said “women hold up half the sky.” The world needs to do more to prevent a gendercide that will have the sky crashing down.

Uma nova igualdade depois da crise

Stock Market Diagram

Por Eric Hobsbawm -  24 Fev 2010

O “Século Breve”, o 20, foi um período marcado por um conflito religioso entre ideologias laicas. Por razões mais históricas do que lógicas, ele foi dominado pela contraposição de dois modelos econômicos – e apenas dois modelos exclusivos entre si – o “Socialismo”, identificado com economias de planejamento central de tipo soviético, e o “Capitalismo”, que cobria todo o resto.

Essa contraposição aparentemente fundamental entre um sistema que ambiciona tirar do meio do caminho as empresas privadas interessadas nos lucros (o mercado, por exemplo) e um que pretendia libertar o mercado de toda restrição oficial ou de outro tipo nunca foi realista. Todas as economias modernas devem combinar público e privado de vários modos e em vários graus, e de fato fazem isso. Ambas as tentativas de viver à altura da lógica totalmente binária dessas definições de “capitalismo” e “socialismo” faliram. As economias de tipo soviético e as organizações e gestões estatais sobreviveram aos anos 80. O “fundamentalismo de mercado” anglo-americano quebrou em 2008, no momento do seu apogeu. O Século 21 deverá reconsiderar, portanto, os seus próprios problemas em termos muito mais realistas.

Como tudo isso influi sobre países que no passado eram devotados ao modelo “socialista”? Sob o socialismo, haviam reencontrado a impossibilidade de reformar os seus sistemas administrativos de planejamento estatal, mesmo que os seus técnicos e os seus economistas estivessem plenamente conscientes das suas principais carências. Os sistemas – não competitivos em nível internacional – foram capazes de sobreviver até que pudessem continuar completamente isolados do resto da economia mundial.

Esse isolamento, porém, não pôde ser mantido no tempo, e, quando o socialismo foi abandonado – seja em seguida à queda dos regimes políticos como na Europa, seja pelo próprio regime, como na China ou no Vietnã – estes, sem nenhum pré-aviso, se encontraram imersos naquela que para muitos pareceu ser a única alternativa disponível: o capitalismo globalizado, na sua forma então predominante de capitalismo de livre mercado.

As consequências diretas na Europa foram catastróficas. Os países da ex-União Soviética ainda não superaram as suas repercussões. A China, para sua sorte, escolheu um modelo capitalista diferente do neoliberalismo anglo-americano, preferindo o modelo muito mais dirigista das “economias tigres” ou de assalto da Ásia oriental, mas abriu caminho para o seu “gigantesco salto econômico para frente” com muito pouca preocupação e consideração pelas implicações sociais e humanas.

Esse período está quase às nossas costas, assim como o predomínio global do liberalismo econômico extremo de matriz anglo-americana, mesmo que não saibamos ainda quais mudanças a crise econômica mundial em curso implicará – a mais grave desde os anos 30 –, quando os impressionantes acontecimentos dos últimos dois anos conseguirão se superar. Uma coisa, porém, é desde já muito clara: está em curso uma alternância de enormes proporções das velhas economias do Atlântico Norte ao Sul do planeta e principalmente à Ásia oriental.

Nessas circunstâncias, os ex-Estados soviéticos (incluindo aqueles ainda governados por partidos comunistas) estão tendo que enfrentar problemas e perspectivas muito diferentes. Excluindo de partida as divergências de alinhamento político, direi apenas que a maior parte deles continua relativamente frágil. Na Europa, alguns estão assimilando o modelo social-capitalista da Europa ocidental, mesmo que tenham um lucro médio per capita consideravelmente inferior. Na União Europeia, também é provável prever o aparecimento de uma dupla economia. A Rússia, recuperada em certa medida da catástrofe dos anos 90, está quase reduzida a um país exportador, poderoso, mas vulnerável, de produtos primários e de energia e foi até agora incapaz de reconstruir uma base econômica mais bem balanceada.

As reações contra os excessos da era neoliberal levaram a um retorno, parcial, a formas de capitalismo estatal acompanhadas por uma espécie de regressão a alguns aspectos da herança soviética. Claramente, a simples “imitação do Ocidente” deixou de ser uma opção possível. Esse fenômeno ainda é mais evidente na China, que desenvolveu com considerável sucesso um capitalismo pós-comunista próprio, a tal ponto que, no futuro, pode também ocorrer que os historiadores possam ver nesse país o verdadeiro salvador da economia capitalista mundial na crise em que nos encontramos atualmente. Em síntese, não é mais possível acreditar em uma única forma global de capitalismo ou de pós-capitalismo.

Em todo caso, delinear a economia do amanhã é talvez a parte menos relevante das nossas preocupações futuras. A diferença crucial entre os sistemas econômicos não reside na sua estrutura, mas sim na suas prioridades sociais e morais, e estas deveriam, portanto, ser o argumento principal do nosso debate. Permitam-me, por isso, a esse ilustrar dois de seus aspectos de fundamental importância a esse propósito.

O primeiro é que o fim do Comunismo comportou o desaparecimento repentino de valores, hábitos e práticas sociais que haviam marcado a vida de gerações inteiras, não apenas as dos regimes comunistas em estrito senso, mas também as do passado pré-comunista que, sob esses regimes, havia em boa parte se protegido. Devemos reconhecer quanto foram profundos e graves o choque e a desgraça em termos humanos que foram verificados em consequência desse brusco e inesperado terremoto social. Inevitavelmente, serão necessárias diversas décadas antes que as sociedades pós-comunistas encontrem uma estabilidade no seu “modus vivendi” na nova era, e algumas consequências dessa desagregação social, da corrupção e da criminalidade institucionalizadas poderiam exigir ainda muito mais tempo para serem combatidas.

O segundo aspecto é que tanto a política ocidental do neoliberalismo, quanto políticas pós-comunistas que ela inspirou subordinaram propositalmente o bem-estar e a justiça social à tirania do PIB, o Produto Interno Bruto: o maior crescimento econômico possível, deliberadamente inigualitário. Assim fazendo, eles minaram – e nos ex-países comunistas até destruíram – os sistemas da assistência social, do bem-estar, dos valores e das finalidades dos serviços públicos. Tudo isso não constitui uma premissa da qual partir, seja para o “capitalismo europeu de rosto humano” das décadas pós-1945, seja para satisfatórios sistemas mistos pós-comunistas.

O objetivo de uma economia não é o ganho, mas sim o bem-estar de toda a população. O crescimento econômico não é um fim, mas um meio para dar vida a sociedades boas, humanas e justas. Não importa como chamamos os regimes que buscam essa finalidade. Importa unicamente como e com quais prioridades saberemos combinar as potencialidades do setor público e do setor privado nas nossas economias mistas. Essa é a prioridade política mais importante do Século 21.

Publicado originalmente no jornal La Repubblica. Tradução de Moisés Sbardelotto em Envolverde/ECO 21.

Se a religião é o “ópio do povo” é também “o suspiro dos oprimidos”

Por Tariq Ali, 28 fev 2010

Perdoem um observador externo, ateu convicto ainda por cima, que ao ler os recentes comentários da imprensa francesa sobre Ilhem Moussaid, a candidata do NPA a Avignon com um lenço na cabeça, teve o sentimento de que havia alguma coisa estragada na política cultural francesa. Recomecemos.

À evidência, Ilhem está de acordo com um programa que defende o aborto, a contracepção, etc., quer dizer com o direito duma mulher decidir da sua vida em toda a liberdade. Mas ela não tem o direito de escolher o que põe na cabeça. É mesmo surpreendente.

Nenhum preceito corânico está em causa. O Livro diz: “Que elas coloquem os seus véus sobre si e dissimulem a sua beleza”. Um mensagem corânica que pode ser interpretada de diferentes maneiras. Aliás é contornado por numerosas egípcias que se arranjam com lenços embora moldados em jeans, quando se cruza o Cairo. São tradições patriarcais e culturais que estão em jogo e que variam duma geração para outra. Reenviar as pessoas para o seu gueto não interessa a ninguém. Cresci numa família comunista em Lahore. A minha mãe nunca usou o lenço. Nos anos 1950 tinha fundado um grupo feminista que trabalhava com mulheres das classes populares. Muitas mulheres de diferentes partes do mundo, muçulmanas ou não, contar-vos-ão histórias similares.

As argelinas que lutaram na resistência contra o colonialismo republicano francês fizeram-no em nome do anti-imperialismo. Algumas estavam veladas, outras não. Isso não modificou nem a sua maneira de lutar nem os método utilizados pelos franceses para as torturar. Talvez os seus carrascos se devessem ter mostrado mais brutais com as resistentes veladas a fim de que a sua progenitura se integrasse melhor na República?

Em 1968-1969 os estudantes paquistaneses, operários, empregados e mulheres – entre as quais prostitutas – bateram-se durante três meses conta a ditadura militar, E ganharam. Foi a única vitória no curso desses anos. Os grupos religiosos, que apoiavam os militares, foram isolados e desfeitos. E numerosas estudantes que se batiam conosco traziam o lenço e escandiam slogans contra o Jamaat-il-Islami. Faltamos aos nossos deveres ao aceitar que elas participassem nas manifestações sem retirar o lenço? Por razões estéticas teria preferido que andassem de cabeça nua, mas no que respeita ao nosso combate isso não mudava nada.

A cólera que levantou Ilhem Moussaid está deslocada. Deveria ter sido dirigida contra os responsáveis do milhão de mortos no Iraque, o cerco ininterrupto de Gaza por Israel e Egito, o assassinato de inocentes no Afeganistão, os ataques de aviões não-pilotados americanos no Paquistão, a exploração brutal do Haiti, etc. Perguntamo-nos qual é a causa desta fúria desviada.

Há alguns anos notei que em França as manifestações contra a guerra no Iraque eram quase inexistentes comparadas com o resto da Europa do Oeste. Recuso-me a explicá-lo pela tomada de posição de Jacques Chirac contra esta guerra. Fundamentalmente trata-se dum problema de islamofobia: uma intolerância crescente para com o Outro na sociedade francesa que não deixa de lembrar a atitude dos franceses em relação aos judeus no decurso do séc. 19 e, sobretudo, no início do 20.

Mais tarde é o conformismo ambiente que explicava a popularidade de Vichy durante os primeiros anos da guerra. Os islamófobos e os antisemitas tiveram muitas coisas em comum. As diferenças culturais ou de “civilização” são postas em evidência para sancionar as comunidades de imigrantes na Europa. Mas os imigrantes e os países para onde imigram não se assemelham. Tomem o caso dos Estados Unidos. Eis um território povoado por imigrantes em grande número, a partir do séc. 17, eram protestantes fundamentalistas e, desde então, depende da imigração.

Na maior parte dos países da Europa de Oeste a primeira grande vaga de imigração provinha das antigas colônias. Na Grã-Bretanha os imigrados vinham das ilhas das Caraíbas e da Ásia do Sul, e em França do Magrebe. Sem renunciar à sua identidade integraram-se de diferentes maneiras e a diferentes níveis. Os asiáticos do Sul, principalmente camponeses mas também operários, não foram muito bem tratados pelos sindicatos.

Apesar disso, os operários imigrados da Ásia do Sul conduziram lutas memoráveis pelo sindicalismo. Os indianos, em particular, vinham duma cultura muito politizada onde o comunismo estava bem representado e trouxeram a sua experiência para a Grã-Bretanha. Os paquistaneses, menos politizados, tendiam a reproduzir os grupos que reflectiam a lealdade aos clãs das suas aldeias ou das aldeias de origem.

Os diferentes governos britânicos encorajaram a religião reclamando mulás, a fim de que os imigrados fossem mantidos à margem das correntes racistas da classe operária durante os anos 1960 e 1970. Em França foi a integração forçada. Ensinava-se a cada um que tinha os mesmos direitos que qualquer outro cidadão, o que era desmentido pelos factos. As necessidades materiais e um desejo de viver melhor é que alimentaram a cólera, não as crenças religiosas.

Durante os tumultos nos subúrbios em 2005, Nicolas Sarkozy, então ministro do interior, tal como os ultras nos romances de Stendhal, falou da “canalha”. Fiz muitas vezes notar que, para grande desgosto de alguns esquerdistas, os garotos que se revoltaram tinham integrado o melhor das tradições francesas: 1789, 1793, 1871, 1968. Quando a opressão se tornou intolerável os jovens barraram as estradas e atiraram-se à propriedade. As privações, não a fé, é que estão na origem da sua cólera.

Quantos cidadãos ocidentais têm uma ideia precisa do que foi realmente o período das Luzes? Os filósofos franceses fizeram sem dúvida progredir a humanidade ao não reconhecer nenhuma autoridade externa, mas havia uma face mais sombria. Voltaire: “Os Brancos são superiores aos Pretos, como os Pretos o são em relação aos macacos”. Hume: “Na Jamaica falam dum Preto que seria um homem erudito; mas é provável que ele seja admirado por fracos talentos, como um papagaio que pronuncia algumas palavras claramente”. E não faltam exemplos do mesmo calibre entre os seus amigos pensadores. É este aspecto das Luzes que me parece o mais afinado com os delírios islamófobos de alguns meios de comunicação do mundo globalizado.

Marx escreveu bem que a religião era “o ópio do povo”, mas a frase que se segue, onde a qualifica como “suspiro dos oprimidos” é o mais das vezes esquecida. Ela explica em parte a subida da religiosidade em cada comunidade depois da queda do comunismo. Os pais dos jovens das escolas normais que se juntam para celebrar a missa estão horrorizados. As minhas amigas do mundo muçulmano queixam-se que as filhas põem o lenço para protestar contra as normas familiares. Foi sempre assim.

Artigo publicado no jornal Le Monde de 20 de Fevereiro de 2010 e republicado em Esquerda.net, com tradução de Paula Sequeiros

Aluno de hoje não quer ser o educador de amanhã

Rodrigo Zavala * – Portal Adital, 1 mar 2010

Se uma boa educação só é possível por meio de bons educadores, o mais recente estudo realizado pela Fundação Victor Civita (FVC), encomendado à Fundação Carlos Chagas (FCC), traz preocupação a quem se interessa pelo assunto. Ao pesquisar sobre a atratividade de jovens à carreira de docente, o levantamento mostra que apenas 2% dos estudantes do terceiro ano do ensino médio pensam em atuar em sala de aula.

Com 1.501 alunos participantes, o estudo foi aplicado em 18 escolas públicas e privadas de oito municípios (em cinco regiões do país) selecionadas por seu tamanho, abrangência regional, densidade de alunos e oportunidades de emprego. Segundo estes estudantes, as más condições de trabalho, a baixa remuneração e o pouco reconhecimento social são os motivos para se manterem longe da sala dos professores.

“Esse é um tema central e de médio prazo para a melhoria da qualidade de educação no país. O principal é mudar a formação para criar essa atratividade”, afirma o secretário estadual de Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza.

Curiosamente, há uma semana (26/02), o ex-ministro da Educação culpou a má formação dos professores pelo mau desempenho registrado nas provas de matemática aplicadas a estudantes do ensino médio pelo Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Segundo os dados, 58,3% dos estudantes que concluem essa etapa têm conhecimento insuficiente da disciplina.

Dados complementares O resultado da pesquisa da Fundação Victor Civita está em concordância com outros levantamentos complementares. Basta ver o Censo da Educação Superior de 2009, em que se demonstra que cursos ligados à formação de professores têm uma relação candidato/vaga, no mínimo, desfavorável.

Por exemplo, a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular, o maior vestibular do país) oferece 109 opções de cursos e Pedagogia, em São Paulo, ocupa a 90ª posição. Em Ribeirão Preto cai para 92ª Licenciaturas e disciplinas da Educação Básica são ainda menos procuradas pelos jovens.

“A análise dos resultados mostra que existe uma contradição entre desejo e possibilidade. Os alunos entendem a relevância do profissional e a nobreza de seu trabalho. Porém, acreditam que a o educador é desvalorizado e desrespeitado e sua profissão é frustrante e repleta de dificuldades”, argumenta a responsável pela pesquisa, Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas.

O paradoxo trazido pela especialista traz um aspecto positivo nas entrelinhas. Apesar de não se sentirem compelidos para o trabalho em sala de aula, reconhecem o professor como fundamental na formação. “De modo geral, todos os estudantes mostraram muita consciência dos problemas educacionais, não apenas deles, mas do país”, lembra Bernardete.

Déficit

O resultado prático do pouco estímulo à carreira do professor é transparente:
a demanda por profissionais é sensivelmente maior do que a oferta. Segundo estimativas do Inep, do Ministério da Educação, o déficit de professores com formação adequada à área que lecionam chega a 710 mil no ensino médio e nas séries finais do ensino fundamental.

Como esses professores são substituídos precária e temporariamente por pessoas não qualificadas para o cargo, existe no país o que se chama de “escassez oculta”. Afinal, no papel, a aula existe; uma espécie de auto-engano, no qual sofre o educando.

Em áreas como a de Física, o porcentual de docentes graduados no campo de saber específico é de apenas 25,2%. Na de Química, o total é de 38,2%.

Esse panorama se mostra ainda mais dramático se considerado que 41% do corpo docente brasileiro têm mais de 41 anos e está próximo da aposentadoria. Os últimos Censos Escolares da Educação Básica mostraram que o número de aposentadorias tende a superar o número de formandos nos próximos anos.

Resultados práticos

Com esses dados, não é difícil entender porque, nem mesmo a escola tem atraído seus alunos. Segundo o Censo Escolar de 2006, do Ministério da Educação (MEC), do total da população entre 15 e 17 anos (cerca de 10 milhões), 3,6 milhões matricularam-se no ensino médio – 1 milhão sequer havia concluído do ensino fundamental.

Com a evasão, apenas 1,8 milhão se formou. Quando analisado o comportamento dos jovens de 18 a 24 anos, os dados são ainda mais desastrosos: 68% não freqüentam a escola. Destes, 34% sequer trabalham.

“Hoje faltam profissionais para uma série de postos de trabalho. Essa tendência tende a se agravar futuramente, se não houver ações para enfrentar o problema, pois a qualificação de um profissional prescinde no mínimo do ensino médio completo. Para um país como o Brasil, que pretende crescer, esse é um sério entrave”, analisa a diretora-executiva do Instituto Unibanco, Wanda Engel,

Patrocinado pela Abril Educação, o Instituto Unibanco e o Itaú BBA, o estudo Atratividade da Carreira Docente no Brasil pode ser acessado livremente por interessados.

* Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife)

Caatinga teve 16 mil quilômetros quadrados desmatados em seis anos

Luciane Kohlmann – CANAL RURAL

A Caatinga perdeu mais de 16 mil quilômetros quadrados de mata em seis anos, o equivalente a 2% da área total. Mas o maior problema é que quase a metade da vegetação típica do nordeste brasileiro não existe mais.

O balanço do Ministério do Meio Ambiente mostra que, entre 2002 e 2008, Bahia e Ceará foram os Estados que mais desmataram a Caatinga.

As cidades que lideram o ranking de destruição do bioma são:

1 – Acopiara (CE)
2 – Tauá (CE)
3 – Bom Jesus da Lapa (BA)
4 – Campo Formoso (BA)
5 – Boa Viagem (CE)

A produção de lenha e de carvão foram as grandes responsáveis pelo desmatamento da Caatinga, segundo o governo federal. Em seguida, aparece a pecuária bovina que, ao contrário da criação de cabras e ovelhas, acaba destruindo totalmente a vegetação. O Ministério pretende lançar até 28 de abril, Dia Nacional da Caatinga, um plano para preservar essa vegetação.

– Não haverá solução para a defesa da caatinga sem mudar a matriz energética, com o uso de energia eólica, de pequenas centrais hidrelétricas e do gás natural. Tudo isso tem que ser pensado como alternativas para ter atividade econômica, que gere emprego e renda sem destruir a Caatinga num ritmo de 16 mil quilômetros quadrados em seis anos – diz o ministro Carlos Minc.

Nesta quarta, dia 4, começa em Juazeiro, na Bahia, e em Petrolina, em Pernambuco, um encontro entre os governos federal e dos Estados da região Nordeste, além de produtores e bancos para discutir o combate ao desmatamento da Caatinga.

Milhões de crianças e adolescentes se refugiam (sós!) na Europa

DW 24 fev 2010

No final de 2008, 42 milhões de pessoas encontravam-se em fuga, por todo o mundo. Segundo informações do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, quase a metade deste número refere-se a crianças.

A presença de menores na Europa sem a tutela dos pais ou responsável legal vem aumentando nos últimos dez anos e, hoje, constitui uma grave preocupação de instituições sociais. Não existem estatísticas confiáveis sobre o assunto, e os números fornecidos pelas organizações humanitárias são apenas aproximados.

Os MINA “constituem um coletivo altamente desconhecido, sobre o qual não sabemos nem a característica principal: sua extensão”, admitiram em 2006 os autores de um estudo da Universidade Complutense de Madrid.

Cerca de mil solicitações de asilo pelos MINA são processadas anualmente na Alemanha, revelou Marei Pelzer, assessora jurídica da organização humanitária alemã Pro Asyl. Estes menores imigrantes chegam à Europa por meio de traficantes e pessoas com claros interesses comerciais, mas, em outras ocasiões, também são ajudados por organizações humanitárias, contou Andreas Meissner, assessor para crianças refugiadas e em conflitos armados, da organização humanitária Terre des Hommes Alemanha.

Quem são os MINAS?

Trata-se, em sua maioria, de jovens entre 14 e 18 anos, geralmente do sexo masculino. Na Alemanha, a maior parte é procedente da África, Oriente Médio, da região do Cáucaso ou do Sudeste Asiático. Seus principais países de origem são: Guiné, Eritreia, Etiópia, Palestina, Líbano, Tchetchênia, Bangladesh, Índia, Afeganistão e Iraque. Na Espanha, os refugiados chegam, por exemplo, da África Subsaariana e, mais recentemente, do Leste europeu.

Muitos são acolhidos em centros para refugiados adultos, onde “são submetidos a provas médicas para determinar a sua idade aproximada, por não possuírem credibilidade nem portarem documentos”. Essa é uma forma de prevenção contra aqueles que mentem para desfrutar de vantagens legais. “Existem diversos casos em que menores são identificados com idade superior a 18 anos e, em consequência, devem permanecer entre adultos”, complementou o assessor da Terre des Hommes Alemanha.

Às organizações de defesa dos direitos infantis, o processo de solicitação de asilo para crianças recém-chegadas parece inadequado. Isso porque, para conseguir asilo, elas devem se submeter a encontros mediados por tradutores, no qual ficam frente a um estranho que lhes pergunta sobre experiências geralmente traumáticas. “Muitos jovens me descreveram repetidamente que se sentiram melhor em um interrogatório do que em uma entrevista”, assegurou Meissner. Esse tipo de entrevista é feita para descobrir incoerências que permitam negar o asilo ao menor.

Direitos na Alemanha

Na ratificação da Convenção Internacional do Direito das Crianças, de 1992, a coalizão entre democrata-cristãos e liberais, liderada por Helmut Kohl, reservou-se o direito de diferenciação no trato a crianças alemãs e estrangeiras. Os jovens estrangeiros refugiados sem tutela são tratados como adultos a partir dos 16 anos, dois anos antes do que os nacionais. Como conseqüência, são responsáveis por solicitar asilo por conta própria, sem conselheiro ou tutor, adverte Marei Pelzer, da Pro Asyl.

“Cada criança que chega aqui, não importa se é perseguida, se fugiu ou foi enviada por motivos econômicos, deve ser tratada primeiramente como criança ou adolescente, e só depois como estrangeiro, refugiado ou possível asilado”, exigiu Meissner.

O debate em torno da ratificação da Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças não foi resolvido nem pelos democrata-cristãos/liberais sob Kohl, nem pelos social-democratas/verdes de Gerhard Schröder, nem pela “grande coalizão” de democrata-cristãos e social-democratas, no primeiro mandato de Angela Merkel, observou o assessor da Terre des Hommes.

Os ativistas interpretaram como sinal positivo o fato de o atual governo (democrata-cristão/liberal) incluir a eliminação da “reserva” relativa à idade como um dos objetivos de seu contrato de coalizão. “Pressionaremos o governo para que o faça imediatamente, pois a Alemanha está violando direitos das crianças”, denunciaram Meissner e Pelzer à Deutsche Welle.

Autor: Rosa Muñoz Lima (dd)
Revisão: Augusto Valente

Líder protestante alemã renuncia após escândalo de embriaguez ao volante

DW, 24 fev 2010

Depois ter sido flagrada dirigindo embriagada, Margot Kässmann, líder da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD), renunciou ao posto nesta quarta-feira (24/02). Apesar de ter recebido o apoio do Conselho da Igreja, a bispa não resistiu à repercussão do caso.

No último sábado (20/02), o veículo de Kässmann foi parado por policiais em Hannover depois de avançar o sinal vermelho. Levada à delegacia da cidade, a bispa foi submetida a um exame de sangue que detectou 1,54 grama de álcool por litro de sangue – o triplo da quantidade permitida, 0,5 grama.

Segundo promotores que acompanham o caso, Kässmann se encontrava “completamente inapta para dirigir”. Pelo delito, ela deve perder a carteira de motorista por um ano, além de ter que pagar multa pesada. Depois de o caso se tornar público, a líder religiosa admitiu ser consciente dos riscos de dirigir alcoolizada.

“Estou chocada comigo mesma por ter cometido um erro tão grave”, declarou posteriormente jornal alemão Bild, acrescentando que aceitaria as consequências legais da transgressão.

Apoio da Igreja

Depois de ter manifestado apoio à bispa, Günther Beckstein, vice-presidente do Conselho da EKD, lamentou a renúncia de Kässmann. “A decisão é dela, e eu a respeito”. E acrescentou: “Mas por mim ela poderia ficar”.

Segundo manifestou a liderança da Igreja Evangélica, a bispa recebeu o voto de confiança dos colegas porque, segundo os preceitos religiosos, todos os seres humanos são passíveis de erro, mesmo os que exerçem uma função na Igreja.

Com a renúncia de Kässmann, o Conselho da Igreja Evangélica deve escolher em breve um novo líder. Há chances de que isso ocorra em outubro, quando acontece a próxima reunião do sínodo.

Liderança marcante

Margot Kässmann, 51 anos, era bispa em Hannover e presidente do conselho nacional da Igreja Evangélica, que tem cerca de 25 milhões de seguidores na Alemanha.

Kässmann se tornou a bispa mais jovem da Alemanha ao ser nomeada aos 41 anos, em 1999. Em outubro do ano passado chegou ao topo da Igreja Evangélica alemã e fez história ao ser a primeira mulher a ocupar o posto – mandato que duraria seis anos.

Ela também ganhou notoriedade em 2007 ao se separar do marido, o qual também fazia parte da liderança da Igreja. Kässmann tem quatro filhos e já publicou 30 livros.

NP/edp/ap/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente