Arquivo da categoria: Outros Textos

Convivencia social: ¿negociación, acuerdo, alianza… amistad? ~ Humberto Maturana

No todas las relaciones humanas son relaciones sociales, lo que da su carácter propio a las distintas clases de relaciones humanas son los sentires íntimos que fundan y guían el emocionear que sostienen los haceres que las realizan.

Cuando esto no se entiende hay confusión de dominios en lo que se siente, se dice y se hace en las distintas situaciones de convivencia; confusión de dominios que se hace evidente en enojos y frustraciones por malos entendidos y quejas por el no cumplimiento de promesas que después se ve que nunca fueron hechas.

Para que nos encontremos al menos en un saludo que de hecho sea saludo y no una mímica, debemos encontrarnos en un instante de mutuo respeto, en un acto fundado en los sentires íntimos que admiten al otro como un legítimo otro en ese momento de convivencia. Y el espacio relacional o emoción que esos sentires constituyen, es el del amar como un fluir relacional que cursa sin expectativas, sin exigencias. Continue lendo

Alguém Superior a Você ~ por Stephen Kanitz

Viajei uma vez de classe executiva, e ao meu lado um senhor de terno, cara de executivo, lendo a Bíblia.

Achei que fosse um destes bispos de igrejas que visam o lucro viajando com todo o conforto do mundo, mas era na realidade um Vice Presidente de uma empresa subsidiária da Alcoa.

Perguntei porque ele estava lendo a Bíblia.

“Como Vice Presidente de uma grande empresa eu tenho muita influência e poder sobre a vida de milhares de pessoas. Se eu não tomar cuidado, este poder pode subir à minha cabeça, o que causaria muita infelicidade.

Por isto, acho importante ir todo domingo à Igreja, para relembrar que existe uma pessoa mais poderosa e muito mais sábia do que eu.”

Eu já ouvi muitas razões para se ir todo domingo à Igreja, mas esta era uma ideia nova.
Achei uma razão muito interessante para ir até uma Igreja toda semana, não para pedir perdão ou pedir ajuda. Continue lendo

How Luther went viral: Social media in the 16th Century

Five centuries before Facebook and the Arab spring, social media helped bring about the Reformation

[The Economist, Dec 17, 2011] IT IS a familiar-sounding tale: after decades of simmering discontent a new form of media gives opponents of an authoritarian regime a way to express their views, register their solidarity and co-ordinate their actions. The protesters’ message spreads virally through social networks, making it impossible to suppress and highlighting the extent of public support for revolution. The combination of improved publishing technology and social networks is a catalyst for social change where previous efforts had failed.

That’s what happened in the Arab spring. It’s also what happened during the Reformation, nearly 500 years ago, when Martin Luther and his allies took the new media of their day—pamphlets, ballads and woodcuts—and circulated them through social networks to promote their message of religious reform. Continue lendo

“A Igreja costuma se distanciar de Jesus para que ele não incomode”. Entrevista com Jon Sobrino

Santo e senha da Teologia da Libertação, o jesuíta salvadorenho de origem basca Jon Sobrino continua sendo uma referência mundial aos que, na Igreja, buscam um Deus encarnado que opta pelos seus preferidos, os pobres. De passagem por Bilbao, ele diz que, “em conjunto, a Igreja costuma se distanciar de Jesus para não incomodar”. E também assegura que o “enoja e envergonha” a situação do mundo atual, porque “o primeiro mundo continua colocando o sentido da história na acumulação e no desfrute que a acumulação permite”. [Asteko Elkarrizketa, Jornal Gara, 19 dez 10/IHU 21 dez 2010] Eis a entrevista.

Contam-me – de brincadeira – que o senhor está cansado do mundo e também lhe ouvi dizer mais de uma vez que o senhor quer poder viver sem sentir vergonha do ser humano. Qual é a razão?

Às vezes, eu sinto vergonha. Por exemplo, interessamo-nos de verdade pelo Haiti? Obviamente, ele levantou interesse no começo e teve algumas respostas sérias. Mas passa um tempo e já não importa… Outro exemplo que contei outras vezes: em um jogo de futebol de equipes de elite jogando a Champions [League], calculei que, no campo, entre 22 jogadores, havia duas vezes o orçamento do Chade… Isso me enoja e me envergonha. Algo muito profundo tem que mudar neste mundo… Continue lendo

Quando só sobra o corpo no mar da vida ~ J. B. Libanio

O ser humano não tem um corpo, é seu corpo. A troca do verbo ter pelo ser leva-nos a refletir.

Lá no longínquo passado, os romanos forjaram a expressão: “mens sana in corpore sano” (mente sadia num corpo sadio). Percebiam a unidade profunda entre ambos. E valorizavam o culto ao corpo nos exercícios físicos, na ginástica, nas guerras, nas lutas, no enfrentamento com as feras. As estátuas, que a arte dos romanos nos deixou, refletem beleza, vigor, robustez física.

A humanidade cultivou, ao longo dos séculos, ora mais, ora menos, a visibilidade e aparência corporal. O cristianismo, porém, lançou, por influência de certa filosofia grega que prezava, sobretudo, a alma e que chegou a ver o corpo como cárcere, suspeitas ascéticas sobre ele. Cobriu-o cada vez com mais roupas, de modo que a estética deslocou, em grande parte, para o todo da pessoa. Mesmo que alguém não tivesse o corpo bem formado, conseguia embelezá-lo com vestes luxuosas e assim despertar admiração. Continue lendo

Cómo separar la Iglesia del Estado

[Mariana Carbajal, Página 12, 21 nov 11] De paso por Buenos Aires, Micheline Milot contó cómo la Corte Suprema de Canadá viene marcando límites a los intentos de grupos religiosos de imponer sus ideas. El aborto, el matrimonio igualitario, el velo de las musulmanas, el multiculturalismo.

“Cada vez que existió un intento de la Iglesia Católica de ejercer un poder indebido sobre los individuos en Canadá, las sentencias de la Corte Suprema siempre hicieron recordar que en nombre de la igualdad el Estado debía ser neutro”, destacó la socióloga canadiense Micheline Milot, durante una conferencia que brindó en Buenos Aires sobre “Estado laico, religión y diversidad cultural”, en su país. Profesora en el Departamento de Sociología de la Universidad de Québec, en Montreal, Milot es miembro del grupo Sociedades, Religión y el Laicismo en el Centre National de la Recherche Scientifique de París, y experta en el tema en el Consejo de Europa. Con tono didáctico, dio ejemplos de los límites que viene marcando el tribunal supremo a los intentos de grupos religiosos de imponer sus valores o preceptos morales en políticas públicas. Y despertó en el auditorio un sentimiento, tal vez inesperado para ella: envidia. Además, Milot explicó las razones del éxito del multiculturalismo en Canadá, donde –a diferencia de Francia– a las mujeres musulmanas se les permite llevar el velo islámico en espacios públicos como escuelas y hospitales. Continue lendo

Deus, unplugged ~ Peter Rollins

Perto do final da vida o teólogo e ativista Dietrich Bonhoeffer começou a preocupar-se com o fato de que a compreensão cristã de Deus havia sido em grande parte reduzida ao status de uma muleta psicológica. Ele descreveu essa compreensão como um “Deus ex machina”.

A expressão, que significa “deus proveniente de uma máquina”, refere-se originalmente a uma técnica usada na Grécia antiga, pela qual uma pessoa era descida ao palco através de um mecanismo, a fim de representar a entrada em cena de um ser sobrenatural. O processo, no entanto, ganhou uma má reputação quando muitos dramaturgos de segunda categoria começaram a usar esse artifício de modo indolente e arbitrário. Quando queriam matar um personagem, criar um novo desafio para o protagonista ou resolver um conflito do enredo, essas caras simplesmente arriavam um deus história adentro. Desse modo, o ser sobrenatural não era parte orgânica da história, mas uma presença intrusiva empregada unicamente para fazer o enredo avançar ou resolver alguma questão.

A expressão deus ex machina passou a significar a introdução de um elemento que não faz parte da lógica interna do desdobramento de uma história, mas que é na verdade um artifício deselegante despejado na narrativa só para desempenhar um papel específico. Continue lendo

O tempo em que podemos mudar o mundo ~ Immanuel Wallerstein

[Sophie Shevardnadze, Outras Palavras, 17 out 11] A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.

Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.

Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.” Continue lendo

Paz sem perdão ~ Nilton Bonder

Encravado na liturgia do Dia do Perdão, o Iom Kipur dos judeus, está o Livro de Jonas. Um Livro pouco compreendido cuja notoriedade se dá mais pelo incidente de ser o herói engolido por um grande peixe, do que por seu conteúdo. O enredo do Livro nada mais é do que a banal convocação de um profeta para que sirva de mensageiro de uma advertência do Criador à cidade de Ninive exortando que esta se arrependesse. O profeta reluta em aceitar a intimação divina mas acaba por fim cumprindo-a. A cidade de Ninive se arrepende, o profeta fica deprimido e o Criador lhe dá uma lição de moral mostrando que toda a relação verdadeira implica em responsabilidade e esta, por sua vez, em flexibilidade.

Na realidade, o Livro esta mais preocupado em mostrar uma dimensão da persona de todos nós que é representada por Jonas. O profeta fica deprimido com a missão com a qual é incumbido porque sabe que este D’us de Israel é um D’us compassivo. Um D’us que é capaz de conceder perdão até mesmo a Ninive, cidade da Assíria, arquiinimiga de Israel, é insuportável para um nacionalista ardente como Jonas. Mais que isto, como é comum a textos bíblicos onde o personagem é uma representação de um traço humano, o nome do herói é revelador. Ele é Jonas filho de Amitai. A raiz da palavra “Amitai” é a palavra “verdade”. Jonas-o-filho-da-Verdade não consegue suportar o D’us do arrependimento, o D’us de um olhar distinto para o que já foi rotulado de “o outro”. Continue lendo

O ser humano, esse desconhecido ~ por Domingos Zamagna

Apesar de ser professor há três décadas, levei um susto ao ouvir, pela primeira vez, uma universitária dizer que não admirava ninguém, ninguém mesmo. Tentei sondá-la melhor, através de perguntas, para saber se a tinha entendido corretamente. As respostas me confirmaram, ela dissera exatamente o que eu ouvira.

Geralmente os universitários brasileiros têm uma veneração obrigatória, quase religiosa, por Marx, Nietzsche, Gramsci, Foucault, Deleuze… Mas não era o caso dela, curiosa exceção. Para ela, Jesus não ia além de um fantasma. Nem os pais, professores, amigos mereciam a sua consideração!

Pensei em citar alguns heróis da pátria, alguns políticos considerados benfeitores da nação. Em boa hora calei a boca, envergonhado e arrependido por ter votado em alguns deles. Já que a escola era católica, apeguei-me às virtudes dos santos. Tentei me valer de um exemplo mais próximo para nós em São Paulo, citando o Pe. Anchieta e o Fr. Galvão. Mas, ela tinha informações truncadas sobre eles; aproximava-os da magia e do obscurantismo. Vali-me de uma mulher extraordinária, Irmã Dulce; recorri à idade média, São Francisco de Assis… Voltei para a contemporaneidade, ela praticamente ignorava D. Helder Camara, Zilda Arns, D. Luciano Mendes, Médicos sem Fronteiras, Amoroso Lima, Irmã Dorothy… Pensei que o Judaísmo, Budismo, Protestantismo, Islamismo, Espiritismo, Umbanda fossem alternativas; lembrei Einstein, Ghandi, Avicena, Luther King, Chico Xavier, Mãe Menininha… Ela me olhava como se eu falasse de incríveis tempos diluvianos. Nada. Que impasse! Continue lendo

Going Godless: Does Secularism Make People More Ethical?

Non-believers are often more educated, more tolerant and know more about God than the pious. A new wave of research is trying to figure out what goes on in the minds of an ever-growing group of people known as the “Nones”.

[By Hilmar Schmundt, Spiegel Online, aug 11, 2011] Barry Kosmin is a different kind of market researcher. His data focuses on consumers targeted by companies like Lifechurch.tv or World Overcomers Christian Church TM. The sociologist analyzes church-affiliated commercial entities, from souvenir shops to television channels and worship services.

But the most significant target of Kosmin’s research is the consumer group most likely to shy away from such commercial products: secularists. “The non-religious, or Nones, hold the fastest-growing world view in the market,” says Kosmin. “In the past 20 years, their numbers in the United States have doubled to 15 percent.” Continue lendo