Arquivo da categoria: Política

Cuba liberta dissidentes do grupo Damas de Branco

“O grupo seguirá marchando semanalmente pedindo a libertação de todos os presos políticos com ânimo e espírito de valentia”

[Reuters, 19 mar 12] Havana – Cerca de 70 cubanas do grupo dissidente Damas de Branco — que haviam sido detidas no fim de semana — foram libertadas depois de uma prisão temporária, disse na segunda-feira uma das envolvidas. Entre as detidas, 18 participam de uma marcha semanal de protesto.

O caso aconteceu a uma semana da visita do papa Bento 16 a Cuba. Os grupos de oposição ao governo socialista têm acirrado suas ações públicas e pedem para ser recebidos pelo sumo pontífice a fim de exigir melhorias nas questões de direitos humanos. Continue lendo

“Destruam todas as igrejas”, decretou a mais alta autoridade islâmica da Arábia Saudita

Em 12 de março, o xeique Abdul Aziz bin Abdullah, o “Grão-Mufti” da Arábia Saudita declarou: “é necessário destruir todas as igrejas da região.”

[The Washington Times, 16 mar 12] Se o Papa convocasse a destruição de todas as mesquitas na Europa, o tumulto seria estrondoso. Especialistas iriam ridicularizar a igreja, a Casa Branca rapidamente emitiria uma declaração de profunda preocupação, e manifestantes no Oriente Médio iriam até matar uns aos outros em sua dor. Mas quando o líder mais influente do mundo muçulmano emite uma “fatwa” (decreto religioso) para destruir as igrejas cristãs, o silêncio é ensurdecedor.

Em 12 de março, o xeique Abdul Aziz bin Abdullah, o “Grão-Mufti” da Arábia Saudita declarou: “é necessário destruir todas as igrejas da região.” Continue lendo

Comércio mundial de armas cresceu 24% nos últimos 5 anos, aponta estudo

O comércio internacional de armas aumentou substancialmente nos últimos cinco anos, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisas para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês).

[BBC Brasil, 19 mar 12] De acordo com o levantamento, o comércio de armas aumentou 24% entre 2007 e 2011, sobretudo por conta da militarização empreendida pelos países asiáticos.

Os Estados Unidos permanecem como o maior exportador mundial, seguido de Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha.

A Índia se tornou o maior importador de armas do mundo, seguida de Coreia do Sul, Paquistão, China e Cingapura. Continue lendo

Mais democracia, menos mercado ~ Jürgen Habermas

Hoje, a Europa tem que acertar as contas não tanto com povos ilusoriamente homogêneos, mas sim com Estados-nação concretos, com uma pluralidade de línguas e de esferas públicas.

[La Repubblica/IHU, 15 mar 12] No processo de integração europeia, dois planos devem ser diferenciados. A integração dos Estados enfrenta o problema de como repartir competências entre a União Europeia, de um lado, e os outros Estados membros, de outro. Essa integração, portanto, diz respeito à ampliação de poderes das instituições europeias.

Ao contrário, a integração dos cidadãos diz respeito à qualidade democrática desse crescente poder, ou seja, a medida em que os cidadãos podem participar na decisão dos problemas da Europa. Pela primeira vez desde a instituição do Parlamento europeu, o chamado fiscal compact que está sendo aprovado nestas semanas (para uma parte da União) serve para fazer crescer a integração estatal sem um correspondente crescimento da integração cívica dos cidadãos. (…) Continue lendo

A infância como alvo das guerras

Há 1,5 bilhão de crianças e adolescentes com menos de 18 anos vivendo em 42 países afetados por violência e conflitos intensos. O número corresponde a dois terços da população infantil do mundo.

[Ana L Valinho, O Globo, 15 mar 12]  Desde o início do conflito na Síria, em março de 2011, os relatos de atrocidades cometidas pelo governo do presidente Bashar al-Assad contra os insurgentes só aumentam. A ONU estima que mais de oito mil pessoas já foram mortas. Nas últimas semanas, o cerco aumentou, com a tomada de áreas rebeldes e centenas de assassinatos. Porém, a chacina, na última segunda-feira, de 26 crianças (com vídeos amplamente divulgados que mostravam alguns corpos com sinais de tortura e gargantas cortadas) no bairro de Karm el-Zeitun, na castigada cidade de Homs, aprofundou preocupações com a escalada da violência no país. E com o uso de crianças como alvo deliberado para determinados fins.

O massacre, que vitimou também 21 mulheres, de acordo com os Comitês Locais de Coordenação da Síria, causou uma forte reação mundial. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e os chanceleres da França, Alain Juppé, e do Reino Unido, William Hague, entre outras autoridades internacionais, condenaram o episódio, em que o governo e os opositores acusam-se mutuamente. Continue lendo

Crise síria completa um ano com 8.000 mortos e muitas incertezas

Um ano após milhares de manifestantes terem saído às ruas da Síria pela primeira vez exigindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, o futuro da revolta popular no país ainda é incerto.

[BBC Brasil, 15 mar 12] Com um saldo de mortos estimado em 8 mil e crescentes temores de que a guerra civil instale disputas entre grupos religiosos rivais, o confronto ainda divide as potências na ONU, onde Rússia e China têm vetado resoluções contra o regime.

Nesta quinta-feira, enquanto refugiados tentavam cruzar a fronteira com a Turquia, setores simpáticos a Assad fizeram protestos a favor do regime em Damasco e em outras cidades. A TV estatal mostrou imagens de milhares de pessoas com bandeiras e retratos do presidente.

Entre as principais organizações de direitos humanos mundiais, no entanto, o tom é de condenação e revolta pelo que consideram ser uma posição de inércia da comunidade internacional. Continue lendo

Cindindo a cruz ~ Hélio Schwartsman

O povo de Deus ficou bravo comigo por causa da coluna “Cristo despejado”, publicada na edição impressa da Folha no último domingo, na qual defendi a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul de mandar tirar os crucifixos das dependências da Justiça gaúcha.

Tecnicamente, era um texto pró-religião. Eu tentava mostrar que o Estado laico, isto é, que se mantém numa posição de total neutralidade em relação a todos os credos, interessa muito mais a religiosos do que a ateus e agnósticos.

Para os que não cremos em Deus ou que julgam sua existência uma questão indecidível, o crucifixo não passa de dois pedaços de pau entrelaçados, uma manifestação supersticiosa, no máximo. Já para alguém que de fato abraça uma fé, pode ser bastante incômodo ver o Estado chancelando o símbolo de um credo que não o seu.

Judeus e muçulmanos, por exemplo, têm boas razões históricas para interpretar a cruz como um emblema de opressão e morte. Há mesmo algumas denominações protestantes que, levando a sério o segundo mandamento, consideram o crucifixo um caso de imperdoável idolatria. Continue lendo

Julgamento justo de ex-ditadores incentiva democracia em países árabes, dizem analistas

A forma de lidar com os ditadores depostos após a Primavera Árabe foi distinta em cada país. Especialistas creem que os processos contra ex-caudilhos influenciam diretamente a formação dos regimes democráticos na região.

[Anne Allmeling, DW, 15 jan 12] Durante décadas, eles dominaram seus respectivos países, até que um dia foram derrubados pelo povo: Zine El Abidine Ben Ali, ex-presidente da Tunísia; Hosni Mubarak, ex-presidente egípcio; Muammar Kadafi, que se autointitulava líder revolucionário líbio; e o ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh. Se à primeira vista as histórias parecem semelhantes, o que ocorreu em cada país após a queda dos respectivos ditadores distingue-se de maneira gritante. Continue lendo

Ahmadinejad nega insubmissão a Khamenei em interrogatório

É a primeira vez em 33 anos que um presidente é convocado para depor no parlamento.

[Estadão, 14 mar 2012] TEERà– O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, negou nesta quarta-feira, 14, no Parlamento ter demonstrado insubmissão ao líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, que no ano passado restituiu o ministro de Inteligência a seu posto depois de ter sido demitido pelo governante.

No interrogatório desta terça, o primeiro a convocar um presidente nos 33 anos de história do país, um grupo de deputados ultraconservadores que se opõem a Ahmadinejad o questionou sobre supostas irregularidades em seu governo e sua hipotética insubmissão ao poder religioso no regime teocrático. Continue lendo

Repórteres sem Fronteiras aponta 12 países como “inimigos da Internet”

A organização Repórteres sem Fronteiras divulgou relatório sobre censura e vigilância na internet. Barein e Belarus passaram a integrar a lista de censores. Países como França, Austrália e Egito estão em “observação”.

[Klaus Jansen, DW, 12 mar 12] Doze países fazem parte da lista de “inimigos da Internet”. A organização Repórteres sem Fronteiras (RsF) divulgou nesta segunda-feira (12/03), Dia Internacional contra a Censura na Internet, uma lista de países que vigiam o acesso de seus cidadãos à Internet, controlando e censurando a informação. A quarta edição da lista contém 12 países: Barein, Birmânia, China, Cuba, Irã, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Síria, Turcomenistão, Usbequistão, Vietnã e Belarus. Em comparação com a lista do ano anterior, foram incluídos Barein e Belarus, onde a organização detectou agravamento da situação. Continue lendo

‘The future of Egyptian women is in danger’ – Samira Ibrahim speaks out

Activist Samira Ibrahim reacts after the verdict of a military court, in Cairo, Egypt, 11 March 2012. She now vows to take her case to the international courts Photograph: Str/EPA

The verdict over ‘virginity tests’ was a blow to the feminist struggle in Egypt. Here, the woman who sacrificed everything to bring the case to court, warns that women’s rights are now under threat from two sides – the military and the Islamists.

[Abdel-Rahman Hussein, The Guardian, March 13, 2012] Cairo - Samira Ibrahim is talking tough, but her face looks fraught. The decision by a military court on Sunday to exonerate a former military doctor from conducting “virginity tests” on female protestors in March last year is a setback and a big blow to her personally.

For Ibrahim was the first to speak out about being subjected to this violation along with six other women at a military prison where they were kept overnight, having been arrested in Tahrir Square. It has been a difficult year for Ibrahim, but she is adamant she will not back down. Continue lendo

In Sudan’s Nuba Mountains, Government Rocket Attacks Sow Fear, Witnesses Say

The Sudanese military has been relentlessly bombing the Nuba Mountains since June, killing hundreds of civilians, trying to quash a dug-in rebel movement.

[Jeffrey Gettleman, NY Times, March 13, 2012] NAIROBI, Kenya — Ryan Boyette, an American aid worker living in one of the most active war zones in Africa — Sudan’s Nuba Mountains — was in a thatch-roof office on a clear January day when he heard two thunderous blasts.

The explosions were not preceded by the usual growl of aging Antonov aircraft. The Sudanese military has been relentlessly bombing the Nuba Mountains since June, killing hundreds of civilians, trying to quash a dug-in rebel movement. At the faintest sound of approaching aircraft, many Nuban people scramble up the steep, stony mountainsides to take cover in caves. But that day, silence preceded the two loud bangs that jolted Mr. Boyette, giving no time to run.

When Mr. Boyette, 30, dashed out to the blast site, he found his wife, Jazira, stunned, and many children crying.

“Rockets,” the locals told him. “That was the rockets.” Continue lendo