Arquivo da categoria: Religião

O subproduto fétido da indústria do turismo sexual

Polícia encontra mais de 300 fetos em templo de Bangcoc

Da BBC Brasil – A polícia da Tailândia descobriu os restos mortais de mais de 300 fetos humanos escondidos em um templo budista da capital, Bangcoc.

Há suspeitas de que os fetos – encontrados embrulhados em sacos plásticos e jornais no necrotério do templo – tenham vindo de clínicas de aborto clandestinas.

Os corpos foram descobertos depois que um dos zeladores do templo Wat Phai Ngern sentiu um forte cheiro vindo do necrotério, segundo informações do Bangkok Post.

A polícia foi então alertada e começou as investigações. Os funcionários do necrotério estariam sendo interrogados por causa da suspeita de que um deles tenha sido contratado por clínicas de aborto para manter os corpos no templo.

O aborto é ilegal no país, a não ser quando a gravidez ameaça a saúde da mãe ou é resultado de estupro.

Templos budistas na Tailândia realizam cerimônias de cremação e também mantém corpos em áreas refrigeradas.

Fonte: BBC Brasil, 17 nov 2010

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Meu comentário….

348, esse é o número de restos humanos não nascidos encontrados apodrecendo nos porões deste ‘Templo’, conforme noticiou a própria BBC em Inglês.

Conseguirá, ou melhor, pretenderá a investigação identificar e punir os/as ‘culpado/as’? quem seriam? as jovens e adolescentes exploradas nos bordéis de Bangcoc…? ou seus algozes, muitas vezes sua própria família…?

A triste realidade é que o povo de Bagcoc e da Tailândia sofrem sob a mão pesada da milionária indústria da prostituição e turismo sexual.

Seriam esses sacos plásticos o ‘subproduto indesejável’ desta indústria?

Quem se levantará em defesa da vida?

“Onde não há profecia o povo se corrompe”.

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Veja também o vídeo divulgado pela CNN (em Inglês)

Hundreds of fetuses found at Thailand temple – CNN.com

(Dica: clique com o lado direito do mouse para abrir numa nova aba)

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Ateísmo Militante ~ Frei Betto

No decorrer da campanha presidencial afirmei, em artigo sobre Dilma Rousseff, que ela nada tem de “marxista ateia” e que “nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar com violência os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte”.

O texto provocou reações indignadas de leitores, a começar por Sr. Gerardo Xavier Santiago e Daniel Sottomaior, dirigentes da ATEA (Associação Nacional de Ateus e Agnósticos).

Desfruto da amizade de ateus e agnósticos e pessoas que professam as mais diversas crenças. Meus amigos ateus leram o texto e nenhum deles se sentiu desrespeitado ou comparado a torturadores.

O que entendo por “ateísmo militante”? É o que se arvora no direito de apregoar que Jesus é um embuste ou Maomé um farsante. Qualquer um tem o direito de descrer em Deus e manifestar essa forma negativa de fé. Não o de desrespeitar a crença de cristãos, muçulmanos, judeus, indígenas ou ateus. Continue lendo

Religião e Pobreza. Relação de causa e efeito?

“Quanto mais religioso, mais pobre tende a ser um país, diz pesquisa”

Esta foi a chamada do texto de Hélio SCHWARTSMAN, articulista da Folha SP, publicado 27 set 2010.

Veja o texto. Concorda com a tese? deixe sua opinião.

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Quanto mais religiosos são os habitantes de um país, mais pobre ele tende a ser. Essa é a conclusão de uma pesquisa Gallup feita em 114 nações e divulgada no último dia 31 que mostra uma correlação forte entre o grau de religiosidade da população e a renda “per capita”.

Correlação, vale lembrar, é um conceito traiçoeiro. Quando duas variáveis estão correlacionadas, tanto é possível que qualquer uma delas seja a causa da outra como também que ambas sejam efeitos de outros fatores.

Desde o século 19, a sociologia tem preferido apostar na tese de que a pobreza facilita a expansão da religião. “Em geral, as religiões ajudam seus adeptos a lidar com a pobreza, explicam e justificam sua posição social, oferecem esperança, satisfação emocional e soluções mágicas para enfrentar problemas imediatos do cotidiano”, diz Ricardo Mariano, da PUC-RS.

“As religiões de salvação prometem ainda compensações para os sofrimentos e insuficiências desta vida no outro mundo”, acrescenta. Continue lendo

A benção do desconforto

Hoje, nos meus estudos, deparei-me com uma oração franciscana, uma ‘benção’, publicada no Blog do Michael Hyatt, em Inglês. Pesquisando mais, percebi que foi publicada em Português num livro do Phillip Yancey e também traduzida pelo Valdir Steuernaguel.

Respeitando as traduções, tomei a liberdade de fazer uma mais enxuta e, talvez por isso, mais radical. Gostei tanto que decidi compartilhá-la com vocês, fazendo a mesma advertência feita pelo Hyatt: esta benção é completamente contracultural à espiritualidade do ‘bem estar e prosperidade’ tão popular em nossos dias. Vai encarar? Continue lendo

Lançada megacampanha publicitária em prol do ateísmo

“A Bíblia e o Alcorão contém coisas horríveis, e dizer que você baseia sua moralidade neles é um problema”, disse  um dos líderes da Associação Humanista Americana (AHA) nesta terça-feira (9/11). Eles estão lançando o que consideram a maior e mais ampla campanha publicitária já feita por um organização ateísta.

O grupo colocou anúncios em jornais como USA Today, Seattle Times, Village Voice, Atlanta Journal Constitution, The Independent Triangle e o San Francisco Chronicle e em revistas como Reason e The Progressive. Haverá também publicidade em canais de TV a cabo e uma chamada no horário nobre da rede NBC. Propaganda no metrô de Washington-DC, em ônibus de cidades selecionadas e outdoors em rodovias também estão programados. “Trata-se de uma campanha de 200 mil dólares, disse à rede CNN Roy Speckhardt, diretor executivo da AHA. Continue lendo

O futuro do movimento de Lausanne ~ René Padilla

Os números relacionados com o Terceiro Congresso Internacional de Evangelização Mundial — que aconteceu na Cidade do Cabo, África do Sul, de 17 a 24 de outubro, sob o tema “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo” (2 Coríntios 5:19) — são impressionantes. Estiveram presentes mais de 4 mil participantes de 198 países. Além disso, houve cerca de 650 sites de Internet conectados com o Congresso em 91 países e 100 mil “visitas” de 185 países. Isto significa que milhares de pessoas de todo o mundo puderam assistir às sessões por meio da Internet. Doug Birdsall, o presidente executivo do Movimento de Lausanne, provavelmente tem razão em afirmar que Cidade do Cabo 2010 foi “a assembleia evangélica global mais representativa da história”. Sem dúvida, este resultado foi alcançado, em grande medida, por meio de seu longo esforço.

Igualmente impressionantes foram os muitos arranjos práticos que se fizeram antes do Congresso. Além do difícil processo de seleção dos oradores para as plenárias e para os “multiplexes” (seminários) e as sessões de diálogo, dos tradutores e dos participantes de cada país representado, havia duas tarefas que devem ter envolvido muito trabalho antes do Congresso: a Conversa Global de Lausanne, para possibilitar que muita gente ao redor do mundo fizesse seus comentários e interagisse com outros, aproveitando os avanços tecnológicos contemporâneos; e a redação da primeira parte (a teológica) do Compromisso da Cidade do Cabo, redigida pelo Grupo de Trabalho Teológico de Lausanne, sob a direção de Christopher Wright. Continue lendo

Terroristas islâmicos usam internet para difundir ideias e recrutar pessoal

Para pregar valores da Idade Média, eles recorrem à mais moderna tecnologia. Portais de vídeo e redes sociais são veículos preferenciais de grupos radicais islâmicos para o recrutamento de novos membros.

O vídeo do YouTube mostra quatro homens de longas túnicas, os rostos cobertos por máscaras de tecido negro, treinando chaves de braço, ataques com armas brancas e de fogo. Trata-se de um filme de propaganda da Al Qaeda e usuários de todo o mundo podem assisti-lo, baixá-lo, relincar.

Guerra de propaganda digital

A internet é um dos meios preferidos dos extremistas muçulmanos em todo o mundo. Através de blogs e de plataformas como o YouTube e o Facebook, eles divulgam vídeos violentos e mensagens de ódio. Já se pode falar de uma guerra de propaganda digital.

O pesquisador Mansour Al-Hadj, especialista em terrorismo do Middle East Media Research Institute em Washington, dedica-se a observar e analisar sites e blogs extremistas. Continue lendo

Vaticano lança alerta sobre grupo que promove devoção a anjos

O Vaticano lançou um alerta em relação à “Obra dos Santos Anjos”, um grupo católico ativo principalmente no Brasil, na Índia e na Europa, que promove devoção aos anjos.

O grupo – também conhecido como Opus Angelorum, ou “obra dos anjos” em latim – teria identificado os nomes de centenas de anjos e demônios que, segundo o grupo, lutam uns contra os outros pelo controle dos homens.

Em uma carta dirigida aos prelados de todo o mundo, o Vaticano pede que os membros do grupo observem “rigorosamente todas as normas litúrgicas, especialmente as relativas à Santíssima Eucaristia.”

“A Congregação (da Doutrina da Fé, um órgão do Vaticano) entende que tem sido feita uma propaganda discreta desse movimento rebelde, fora do controle eclesiástico, com o objetivo de apresentá-lo como se estivesse em plena comunhão com a Igreja Católica”, diz a mensagem do Vaticano. Continue lendo

Druidas comemoram ‘Halloween original’

httpv://www.youtube.com/watch?v=uZlWsXFvQ8I

Enquanto milhares de pessoas em vários países usam abóboras e esqueletos para comemorar o Halloween, druidas da Floresta Charmwood, inspirados por religiões ancestrais, celebram a festa pagã de Samhain.

Vestidos a caráter, eles bebem hidromel, dizem se comunicar com espíritos e celebram os mortos, além do fim de mais um ano.

Para druidas, são também um instinto pagão do mundo natural e a chegada da escuridão que inspiram as festas de Halloween no hemisfério norte.

“A maioria pode não saber, mas eles estão se conectando com algo natural no Halloween, que lhes traz satisfação e ajuda na transição ao período mais escuro do ano”, afirmou Michelle Axe à BBC.

A cerimônia druídica é conduzida por três bruxas, que jogam pedrinhas no caldeirão para se livrar de tristezas. Continue lendo

O colapso dos seminários [católicos]

Vivemos um momento fascinante da história eclesial. Para aqueles que acompanham os comentários nas publicações mais intelectualmente atentas ao redor do mundo, o colapso agora é quase palpável, apesar de acontecimentos como a canonizações em Roma há poucas semanas.

O Vaticano II tem sido visto por muitos como uma oportunidade para a Igreja se renovar e manter sua relevância no mundo moderno. Tom McMahon, como muitos de nós, ficou muito animado com o horizonte que o Concílio entreabriu. Hoje, a iniciativa se perdeu, e a instituição parece estar desmoronando em um museu e em uma reminiscência, largamente irrelevante para as necessidades da grande maioria que ela uma vez batizou em nome de Jesus.

McMahon continua sua exploração do colapso. Hoje, ele chama a atenção para o sistema de seminários, que está no núcleo do poder da instituição desde o Concílio de Trento.

Tom McMahon é ex-padre e agora casado, vive em San Jose, nos EUA, e continua contribuindo com a discussão católica em diversos âmbitos. O artigo foi publicado no sítio Catholica, 26-10-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto. Continue lendo

Apartheid Espiritual, a Nossa Miséria ~ por José Roberto Prado

“APARTHEID” é uma palavra Africâner — idioma derivado do Holandês, falado na África do Sul — que significa “separação”.

Foi usada para descrever o regime de segregação racial praticado naquele país pela minoria branca sobre a grande maioria não branca, de 1948 até 1995.

Sob este regime, a lei determinava onde cada grupo deveria morar, que tipo de trabalho poderiam se dedicar e qual educação receberiam.

A África está sofrendo de uma praga mortal.

Enquanto nos prósperos países ocidentais se gastam bilhões em busca da cura da calvície ou da obesidade, na África, a malária, cólera e tuberculose ainda matam milhões.

A AIDS, por si só, ceifará a vida de uma geração inteira em vários países. Mas não é sobre esta tão divulgada miséria africana que escrevo.

É sobre a nossa miséria, a praga mortal que nos envenena, chamada “segregação”. Continue lendo

Faus: «La Iglesia ha hecho más ateos que Marx, Freud y Nietzsche juntos»

El teólogo José Ignacio González-Faus visita Badajoz para hablar de justicia social. El jesuita es profesor emérito de la Facultad de Teología de Cataluña, responsable del área teológica del centro de estudios ‘Cristianismo y Justicia‘ y autor de numerosos libros sobre Iglesia y cristología. Asegura que “la Iglesia ha hecho más ateos que Marx, Freud y Nietzsche juntos” y que no le parece evangélico que “el Papa sea Jefe de Estado” y defiende a la institución ante los escándalños de pederastia que, a su juicio, no deben conducir a “arremeter contra el cristianismo en bloque”. Lo entrevista Ángela Murillo en Hoy.

-Se culpa a la Iglesia de la falta de feligreses en los templos, ¿qué se puede reprochar al Vaticano?

-Así a lo bestia, dije una vez que la curia romana había hecho más ateos que Marx, Freud y Nietzsche juntos. Lo innegable es que muchos hombres se alejan de ella y que, incluso si más tarde se sienten vacíos y quieren buscar, dan por descontado que habrán de buscar fuera de la Iglesia.. Ante esto no parece que la Institución intente acercarse. Los puntos débiles de la Iglesia actual son muchos, y he dicho a veces que es la cruz de mi fe, aunque intento llevarla con garbo. La veo incapaz de comprender lo positivo del mundo moderno y sus dirigentes añoran poder solucionar los problemas a base de poder. No me parece evangélico que el papa sea jefe de estado, ni el modo de nombrar a dedo de los obispos ni los “príncipes de la Iglesia”. Cuando no había democracia, eran elegidos democráticamente a partir de las comunidades locales. También es innegable que la mujer no ocupa en la Iglesia el lugar que merece.

-¿Por dónde habría que empezar para remediar estos males?

-No es cuestión de recetas. La Iglesia tiene que replantearse muchas cosas. Debía empezar reconociendo que está en crisis. De lo cual todos tenemos un poco de culpa. A partir de ahí habría que ver cómo y por dónde se puede caminar. Comenzando por no excluir como herejes a quienes piensan distinto. Algo sencillo por lo que se podría empezar es el lenguaje. No se pueden mantener las palabras anticuadas de la liturgia. No se entienden o suscitan imágenes contrarias a lo que en su origen se quería expresar.

-Usted no se muerde la lengua y no duda en sacar los colores a la Iglesia. ¿Cómo encajan sus críticas?

-Ratzinger tiene un artículo ya clásico en el que dijo que si hoy no se critica a la Iglesia tanto como se la criticaba en la edad media, no es porque se la ame más, sino porque falta ese amor que es capaz de arriesgar la propia suerte o la propia carrera por la amada. Y yo tengo un libro sobre la libertad de palabra en la Iglesia que es sólo una antología de textos de santos, obispos y cardenales, mucho más duros algunos que las cosas que se dicen hoy. También es normal que eso no guste a las autoridades y que de vez en cuando te venga algún palo o toque de atención “de arriba”. Y lo que siento es que no me vienen a mí sino que las paga mi provincial, lo cual no está bien. Pero bueno, no hay parto sin dolor. Y como dijo santa Teresa: la verdad padece, mas no perece.

-¿Qué puede impedir que Guadalupe pase a integrarse en una diócesis extremeña?

-No toca a uno que viene de fuera para un día opinar sobre las cosas de aquí. En teoría jurídica no sería algo difícil de cambiar si hay razones pastorales. Aunque comprendo esta reivindicación de los extremeños, no la considero de primera fila.

-¿Puede ser que la Diócesis de Toledo no quiera desprenderse de Guadalupe por los ingresos que reporta el Monasterio?

-No sería el primer caso. En otros sitios ya ha habido enfrentamientos de este tipo. Marx ya dijo que todas las cuestiones tienen un determinante económico que puede no ser el único, pero suele ser el más oculto.

-La visita del Papa Benedicto XVI al Reino Unido ha sido un hito histórico. Ningún otro Pontífice romano visitaba las islas desde el cisma de la iglesia anglicana.

-Creo que el balance de la visita del Papa no es malo. La experiencia ha sido positiva. La beatificación de John Henry Newman me parece significativa. Unió mucho a la Iglesia, a pesar de haber sido un hombre crítico que molestó tanto a la derecha católica como a muchos anglicanos. Cuando se convirtió no sentía simpatía alguna por la iglesia católica pero el estudio de la historia le hizo ver que la continuidad con los orígenes estaba en Roma.

-¿Cómo explica el surgimiento de movimientos ciudadanos como Redes Cristianas, críticos con la jerarquía eclesiástica?

-Supongo que obedecen a dos razones. Una es la necesidad de vivir la fe en comunidad porque no pueden vivirla aisladamente, y menos cuando el ambiente social no acompaña. Son también formas de ejercer la responsabilidad de los laicos ante la crisis actual de la Iglesia, cuando la institución va por caminos que muchos ven como contrarios al Evangelio. Porque todos somos iglesia y todos somos responsables de ella.

-En España se profesan cada más creencias religiosas, hemos dejado de ser un país eminentemente católico.

-España se ha descristianizado de una manera traumática. Quizá por eso domina una agresividad que, aunque sea comprensible, tampoco es justificable. No se pueden tomar los escándalos de la Iglesia para arremeter contra el cristianismo en bloque. Berdiaeff decía que una cosa es la dignidad del cristianismo y otra la indignidad de los cristianos.

-¿Cómo se logra una convivencia pacífica entre distintos credos?

-La convivencia, el afecto y la colaboración entre religiones es un imperativo. Y en la palabra religiones incluyo ahora también al ateísmo. Los poderes públicos deben ser neutrales y buscar la convivencia. En algunos sitios como Cataluña hay muchas iniciativas bien positivas. Hay que buscar el encuentro en lo que nos une como humanos. Debemos buscar en el otro la mejor versión de su personalidad que es lo que Dios nos pide a todos.

-¿Estamos aprovechando la crisis para recuperar valores perdidos?

-Decididamente no. Hemos dejado pasar una gran oportunidad para replantear los elementos injustos e irracionales de nuestro sistema económico. Esta crisis solo ha servido para ayudar a los que la provocaron, pero no a las verdaderas víctimas. Todos hemos sido cómplices del sistema, drogados como estamos por el consumo. Esto ha sido un paso más hacia el desmantelamiento del estado del bienestar. La culpa la ha tenido en parte la izquierda, que ha participado de ese “socialismo asistencial” del reparto de subvenciones, en lugar de ocuparse de hacer justicia social.

-La Pastoral Obrera de la Diócesis Coria-Cáceres apoyó públicamente la convocatoria de huelga. ¿Es correcto que una autoridad eclesiástica se manifieste en temas políticos?

-En cuestiones sociales y políticas, la Iglesia siempre tiene que manifestarse a favor de los pobres, de los más desfavorecidos. Dentro del pluralismo siempre hay que defender la eliminación de las diferencias entre pobres y ricos. En mi opinión la huelga era justa desde el punto de vista cristiano. Lo que puede discutirse es si va a ser eficaz y si era oportuna.

-¿Ha tenido en cuenta el Gobierno a los pobres en sus últimas decisiones?

-Zapatero ha actuado obligado por poderes fácticos. La política es la primera esclava de la economía. El presidente brasileño Lula da Silva dijo una vez ante la decepción de quienes esperaban más de él: “Tengo el gobierno, pero no tengo el poder”. Por eso se entiende que un presidente de izquierdas tenga que acabar haciendo lo que ordena Wall Street o Angela Merkel. La pregunta que queda es si puede haber auténtica democracia política sin democracia económica…

De: Religión Digital, 5 oct 2010