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Will the Good BRICS Please Stand Up? ~ by James Traub

You can call them respectable democracies, but India, Brazil, and South Africa will be judged by how they act abroad. And on the Syria question, it’s been shameful.

[By James Traub* | Foreign Policy | March 9, 2012] As global power has shifted away from the West, the emerging order has come to be identified with the BRICS — an unofficial geopolitical bloc consisting of Brazil, Russia, India, China, and South Africa. But the BRICS are equally divided between autocratic and democratic states. The growing reach of powerful autocracies is nothing to celebrate, but the rise of stable and increasingly prosperous democracies in the developing world — India, Brazil, South Africa, Turkey, and Indonesia, among others — has been the single most encouraging phenomenon in the world over the last generation. Those first three countries, in fact, have established an informal bloc known as IBSA. This, too, should be a profoundly welcome development. But it hasn’t been, at least in Western capitals. In global affairs, it turns out, emerging democracies often behave a lot like Third World autocracies. And IBSA is turning out to be not so very different from the BRICS. Continue lendo

Vice-ministro sírio deixa governo Assad e se junta aos rebeldes

É a primeira grande perda política do regime desde o início das revoltas, há um ano.

[O Globo, 8 mar 12] DAMASCO — O vice-ministro do Petróleo sírio, Abdo Hussameddin, renunciou na quarta-feira à noite através de um vídeo publicado no You Tube e anunciou sua união ao movimento rebelde contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Hussameddin é o político mais importante a abandonar o governo de Damasco até agora.

— Me junto à revolução das pessoas que rejeitam a injustiça e a campanha brutal do regime, que está tentando calar a demanda popular por liberdade e dignidade — disse o agora ex-vice-ministro. Continue lendo

O Impasse Sírio ~ por Immanuel Wallerstein

Alessio Romenzi for TIME

Não creio que num ano ou dois assistamos à saída de Assad do poder, ou à mudança substancial do seu regime. O motivo é que aqueles que mais o denunciam não desejam de facto que ele caia.

[Esquerda.net, 28 fev 12] Bashar al-Assad carrega o peso de ser um dos homens menos populares do mundo. Quase todos o denunciam como tirano, um muito sangrento tirano. Mesmos os governos que se recusam a denunciá-lo parecem estar a aconselhá-lo a moderar os métodos repressivos e fazer algum tipo de concessões políticas aos seus opositores internos.

Mas então como ignora ele todos estes conselhos e continua a aplicar a máxima força para manter o controlo político da Síria? Por que não há intervenção externa para provocar o seu derrube? Para responder a estas questões, comecemos por avaliar as suas forças. Para começar, ele tem um exército razoavelmente poderoso e, até agora, com poucas exceções, o exército e outras estruturas repressivas do país permaneceram leais ao regime. Em segundo lugar, ainda parece contar com o apoio de pelo menos metade da população, naquilo que está cada vez mais a ser descrito como uma guerra civil. Continue lendo

Perguntas e Respostas sobre a Síria ~ por Luís Leiria

Afinal, quem são os alauítas, a seita religiosa predominante no regime sírio? E o que é o Baath? É normal que numa república haja sucessão dinástica? O regime sírio é “progressista? Eis algumas das perguntas a que procuramos responder.

[Luis Leiria, Esquerda.net, 29 fev 12]

Quando foram definidas as atuais fronteiras da Síria?

Depois da Primeira Guerra Mundial, que marcou o fim do Império Otomano, França e Grã-Bretanha partilharam entre si a região, dividida a régua e esquadro em negociações secretas que decorreram em 1916, e que tiveram como representantes de cada lado os diplomatas François Georges-Picot e Sir Mark Sykes. O acordo Sykes-Picot, como ficou conhecido, criou as fronteiras da atual Síria, que são apenas uma parte da Síria histórica. Esta compreendia, além da Síria atual, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Depois da entrada das tropas francesas em Damasco em 1920, começou o mandato francês sobre o território, que só terminou no final da II Guerra Mundial.

Quando ocorreu a independência da Síria?

Em 1946, depois de longas negociações com os franceses. Hachem al-Atassi foi o primeiro presidente sírio, país que, desde o início, se conformou como uma república. Continue lendo

Hospitais sírios se converteram em centros de tortura, diz ONU [inclui vídeo]

httpvh://youtu.be/Y1Ra9Smc-E4?hd=1

Alguns hospitais sírios se transformaram em centros de tortura para os feridos nos protestos contra o regime de Bashar al Assad, afirmou nesta terça-feira o Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas.

[FolhaSP/EFE, 6 mar 12] Genebra – “Em vários casos, as missões de investigação da ONU comprovaram que os hospitais viraram centros de tortura para os feridos nos conflitos”, declarou em entrevista coletiva Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.

Ele confirmou também que as autoridades exigem dos funcionários dos hospitais que “não tratem ou curem” os feridos que participaram dos protestos.

“As ambulâncias foram orientadas ainda a levar os feridos para os centros de detenção em vez de os hospitais”, revelou.

‘CUMPLICIDADE’

Colville afirmou que foi comprovada “a cumplicidade” de alguns médicos nos processos de repressão nos hospitais.
Como essa situação era conhecida da população e das equipes médicas, nas últimas semanas foram criadas clínicas e centros de saúde clandestinos em garagens e apartamentos.

“Infelizmente, parece que as forças de segurança descobriram algumas dessas clínicas e também as transformaram em centros de tortura”, explicou Colville.

O porta-voz lembrou que a tortura não é uma “novidade” na Síria, já que havia sido legitimada desde 1963 “sob o escudo da permanente lei de emergência”.

“Maus-tratos, tortura psicológica, suspensão do corpo pelos pés e confinamento são comuns nas últimas quatro décadas na Síria, uma situação que se agravou a níveis indescritíveis nos últimos meses”.

O porta-voz lembrou que a tortura, quando é sistemática, constitui crime contra a humanidade.

Exército sírio bombardeia ponte de fuga para o Líbano

O Exército sírio executou um grande ataque contra a cidade de Hirak, berço da rebelião, e bombardeou uma ponte pela qual transita a maioria dos habitantes que fogem para o Líbano, informaram ONGs ligadas à oposição.

[FolhaSP/France Presse, 6 mar 12] Damasco – A pressão militar contra os rebeldes acontece quatro dias antes da viagem a Damasco de Kofi Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe, para negociar um cessar-fogo.

Durante a manhã, o Exército bombardeou na localidade de Rableh uma ponte usada pelos sírios em fuga para o Líbano, denunciou o OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos).

O bombardeio não provocou vítimas, mas inutilizou a ponte, que cruza o rio Orontes, perto da fronteira libanesa. Continue lendo

Mortes na Síria: Dois jornalistas e um repórter-cidadão

A morte de dois jornalistas ocidentais, Mary Colvin e Rémi Ochlic, no bairro dissidente de Baba Amr, em Homs, Síria, na quarta-feira (22/2), lançou os olhos do mundo sobre esta cidade que é a capital da província do mesmo nome e faz fronteira com o Líbano, ao norte, e com a Jordânia e o Iraque, ao sul.

[Sergio da Motta e Albuquerque, Observatório da Imprensa, 28 fev 12] O fogo de artilharia pesada continua sem cessar sobre a cidade revoltada. O mundo assiste ao massacre indeciso entre os “corredores de fuga” (sugestão dos franceses) para os sitiados, sem fazer nada e esperar, ou aceitar a argumentação pró-Bashar Al-Assad da Rússia e da China, que não aceitam de forma alguma a intervenção militar no país árabe.

A China teme qualquer revolta muçulmana porque receia as repercussões no Sinkiang, predominantemente islâmico e povoado por etnias de origem turca. A Rússia teme a queda do partido socialista Baath, a autocracia laica que controla o país desde 1963. Os russos acreditam que o partido é o último bastião das ideias seculares no mundo árabe. Na realidade, é um resquício do pan-arabismo leigo de Gamal Abdel Nasser que se transformou numa organização assassina.

Quem quiser saber mais sobre o partido Baath deve ler o livro O Espião de Damasco: o caso de Eli Cohen (Editora Artenova, 1971). É uma história real que mostra os bastidores íntimos do partido nos anos 1960: um conjunto de oficiais das forças armadas, profissionais liberais, comerciantes ricos e autoridades públicas oriundas das mais diversas etnias, religiões e tribos do país, que impunham uma unidade autoritária ao país. Acima de todos estava a cúpula militar com os comandantes das forças armadas do país. O partido seguiu a doutrina do pan-arabismo de Nasser em seu início, mas degenerou em ditaduras cruéis em alguns países árabes de maioria sunita. A revolta no mundo árabe é uma rebelião sunita. Continue lendo

Jornalistas cidadãos da Síria desafiam a morte para divulgar imagens

Ativistas munidos de câmeras e equipamentos de edição burlam ataques aéreos e internet lenta.

[BBC Brasil, 5 mar 12] Dois ativistas sírios descreveram como se tornaram jornalistas cidadãos e como conseguem divulgar imagens gravadas secretamente que expõem a violenta repressão contra manifestantes praticada pelo regime sírio.

Os dois militantes estariam radicados na cidade de Al Qusair, próxima à fronteira com o Líbano.

Os ativistas se identificaram como Mohammad e Abu Abdallah.

A dupla afirmou que um dos maiores entraves aos seus esforços tem sido as lentas conexões de internet com a quais têm de arcar.

Com a conexão disponível é preciso esperar até três horas para publicar um vídeo de 30 segundos na internet.

Comboio da Cruz Vermelha é impedido de entrar em reduto rebelde na Síria

Um comboio da Cruz Vermelha chegou nesta sexta-feira à cidade sitiada de Homs, na Síria, mas teve o acesso negado ao bairro de Baba Amr, um importante reduto rebelde.

[BBC Brasil, 2 mar 12] “É inaceitável que pessoas que precisam de assistência de emergência nas últimas semanas ainda não tenham recebido nenhuma ajuda”, afirmou o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, por meio de um comunicado.

Kellenberger disse ainda que o comboio de sete caminhões e ambulâncias do Crescente Vermelho sírio vai passar a noite em Homs para tentar entrar em Baba Amr “em um futuro muito próximo”. Continue lendo

Não há saída militar para o fim da violência na Síria, afirma ONU

O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro preside a comissão da Nações Unidas que investiga violações dos direitos humanos na Síria. Em segundo relatório, comissão diz que só diálogo resolverá a crise: “a Síria não é a Líbia”.

[DW, 23 fev 12] Em segundo relatório, divulgado nesta quinta-feira (23/02/12), a Comissão de Inquérito do Conselho de Direitos Humanos da ONU afirma que só o diálogo pode acabar com a violência na Síria. O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que presidiu a investigação, conversou com a DW Brasil sobre as conclusões apontadas no documento. Continue lendo

Ataque contra jornalistas em Homs foi proposital, diz jornal

Marie Colvin (à esquerda) posa com rebeldes líbios em Misurata / Reuters

O ataque que matou dois jornalistas estrangeiros nesta quarta-feira no bairro de Bab Amro, em Homs foi planejado pelas forças do regime sírio, de acordo com informações do jornal britânico “Daily Telegraph”.

[O Globo, 22 fev 12] A casa onde estavam a repórter americana do “Sunday Times” Marie Colvin e o fotógrafo francês Remi Ochlik estava sendo usada como uma espécie de centro de imprensa, organizado por ativistas e rebeldes. De acordo com o jornal, a inteligência libanesa interceptou comunicações entre autoridades do Exército sírio que revelam ordens diretas para atacar o local. Continue lendo