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Quem são e o que querem as mulheres de 20

Uma pesquisa exclusiva revela a rotina, as aspirações e os dilemas de uma geração de brasileiras que está adiando a entrada na vida adulta. Elas têm tudo o que suas mães e avós não tiveram – liberdade, dinheiro e carreira –, mas ainda sonham com filhos e o marido perfeito

Por Fernanda Colavitti

Quando fala sobre suas prioridades, a publicitária paulistana Cléia Lourenço, de 24 anos, não hesita. Diz que o investimento na carreira e na educação é seu principal objetivo. Formada há um ano, ela trabalha desde 2008 em uma agência de publicidade, na qual gerencia uma pequena equipe. Sua jornada diária é de dez horas. O excesso de trabalho é o motivo pelo qual está adiando para o ano que vem a pós-graduação e o curso de idiomas. “Quero mais experiência e reconhecimento”, afirma. Mesmo com tanta dedicação à carreira, a vida social da publicitária vai bem. Há um ano e meio sem namorado, ela diz que sai com amigos quase todos os dias e viaja nos fins de semana. O lazer consome 60% de sua renda. O resto ela gasta com a manutenção do carro e com roupas, mas ainda consegue guardar um pouco. Cléia mora com os pais, mas planeja morar sozinha no ano que vem. Quer ter mais liberdade. Quando o assunto são seus planos de longo prazo, porém, as expectativas são outras. “Daqui a uns cinco anos, penso em ter um relacionamento sério, casar e ter filhos”, afirma. “Tudo certinho, como manda o figurino.” Ela diz que depois de casar não pretende abrir mão da profissão, mas que vai trabalhar menos para se dedicar ao marido e aos filhos: “A ideia é trabalhar bastante agora para poder reduzir depois”. Continue lendo

A sexualidade do brasileiro

Flying butterfly with burning heart

Ivan Lessa, em sua coluna de hoje na BBC Brasil traz dados de uma pesquisa recente feita na América Latina sobre sexualidade. Ela traz dados interessantes. Veja um trecho do artigo:

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Não é só em criação de riquezas e novas classes sociais que o Brasil ocupa lugar de primazia na América Latina. A Tendencias Digitales, importante empresa especializada no mercado digital latino-americano, que investiga online seus mercados e audiências, sob encomenda do Grupo Diários America  (GDA), revelou há pouco que, numa pesquisa sobre a sexualidade dos latino-americanos, realizada em 11 países da região (inclusive Costa Rica e Puerto Rico), os brasileiros em particular, e talvez até em público, são o povo mais ligado ao sexo em suas diversas modalidades.

13,349 pessoas, via internet, foram pesquisadas e alguns resultados só surpreenderam os muito ingênuos. O Brasil é o país em que homens e mulheres têm o maior número de parceiros sexuais ao longo da vida. Uma média de 12 contra 10 do resto da América Latina em geral (inclusive Venezuela e Colômbia). Continue lendo

IBGE: 4 em cada 5 vítimas de morte violenta no Brasil são homens

Estudo aponta que 14,9% das mortes de homens em 2009 tiveram causa violenta.

A cada cinco pessoas que morrem por causas violentas no Brasil, quatro são homens e uma é mulher. A informação faz parte das Estatísticas do Registro Civil de 2009, divulgadas nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os dados, 14,9% das mortes de homens em 2009 tiveram causas violentas, contra 16,2% em 2002. Para as mulheres, o percentual se manteve praticamente estável desde 2002, em cerca de 4%.

A proporção de mortes violentas de homens em relação às mulheres tem seu pico no Estado do Rio de Janeiro, onde 5,5 homens morrem por causas violentas para cada mulher. Em seguida, vêm Alagoas, Bahia e Paraíba (com 5,3) e Pernambuco (com 5,2).

O número de mortes violentas apresentou aumento no Norte e no Nordeste (no Norte, houve aumento de 16% para 18% em cinco anos) e redução no Sudeste (de 17% para 14%). Continue lendo

Kuntanawa: memórias de um povo amazônico

Eles foram quase exterminados no início do século 20 com o avanço dos seringais no estado do Acre, na região norte do Brasil. Sua língua se extinguiu e sua cultura praticamente desapareceu. Os Kuntanawa são um povo que hoje luta pelo resgate de sua identidade e tradição. Eles se misturaram com a população cabocla local no oeste do Acre e estiveram prestes a perder seus traços indígenas.

Em 1911, durante as perseguições armadas aos povos indígenas que acompanharam a abertura e a instalação dos seringais em todo o Acre, a etnia Kuntanawa, ou inicialmente grafada ‘Kontanawa’ – o povo do côco –, contabilizava apenas cinco sobreviventes. Atualmente, soma cerca de 400. Eles não falam mais a sua língua tradicional, pertencente ao tronco linguístico Pano, falam apenas o português. Continue lendo

O escasso capital humano

solitary moment at the beach

O Brasil, oitava maior economia do mundo, empata com o Zimbábue quando se compara a escolaridade média – 7,2 anos – das pessoas com 25 anos ou mais. Há 30 anos sob uma ditadura, devastado pela violência e com uma taxa astronômica de inflação, o país africano aparece no último lugar, numa lista de 169 países classificados com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). No 73.º posto, o Brasil avançou quatro posições desde o ano passado, ingressando no grupo das nações consideradas com IDH elevado. Mas essa mudança é insuficiente. O País continua a exibir péssimos indicadores de educação e saneamento, condições essenciais para o progresso individual e para a formação de um capital humano de alta qualidade. São condições essenciais para a consolidação de qualquer país como potência econômica, isto é, como economia moderna, competitiva e capaz de fazer diferença no quadro mundial. Continue lendo

Brasil avança, mas ainda é 73º em desenvolvimento humano

O Brasil foi o país que mais avançou no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) preparado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). No documento deste ano, divulgado nesta quinta-feira (4), o Brasil passa a ocupar a 73ª colocação, desempenho suficiente para que integre o grupo de países de desenvolvimento humano elevado. Apesar do crescimento, o País ainda apresenta traços importantes de desigualdade social.

Na avaliação deste ano, o Brasil obteve quatro pontos a mais em comparação com 2009. O desempenho é significativo, sobretudo diante do cenário de estagnação revelado pelo estudo. Dos 169 países analisados, 116 mantiveram a posição apresentada em 2009 e 27 tiveram desempenho pior. Além do Brasil, somente outros 25 conseguiram melhorar a classificação, de acordo com o relatório.

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Trazido pelas correntes marinhas, lixo despejado no mar invade a costa brasileira

Lixo despejado no mar e nos rios de todo o mundo viaja pelas correntes oceânicas e invade a costa brasileira. De caixas de leite a feijões enlatados, pesquisador baiano encontrou produtos originados em 75 países

O imaginário coletivo está cheio de histórias de cartas que chegam à beira da praia dentro de garrafas atiradas ao mar. As mensagens trariam pedidos de ajuda, mapas do tesouro e recados de amor. Lenda ou não, se o costume nascesse hoje, esse “correio marítimo” poderia vir em caixas de leite, latas de extrato de tomate e feijão, embalagens de produtos de limpeza e de talco. São esses os itens que “desembarcam” com frequência na costa brasileira segundo monitoramento da ONG Global Garbage (Lixo Global). Tudo importado. Em quatro anos e cerca de 20 caminhadas pela costa, 6.576 embalagens de 75 países foram encontradas só no litoral da Bahia. Achados que revelam o lixo marinho como uma séria ameaça à vida nos oceanos. Reportagem de Júlia Kacowicz, no Correio Braziliense.

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IDH amadurece, se sofistica mas perde simplicidade ~ por JR Toledo

Ao fazer 20 anos, o Índice de Desenvolvimento Humano amadureceu, se sofisticou, mas perdeu em simplicidade e universalidade -duas marcas do seu sucesso. Nas últimas décadas o IDH mudou o paradigma do que seja desenvolvimento e deu início a uma onda de índices que medem de tudo um pouco.

Antes do IDH era o PIB per capita, e só. Até 1990, toda medição de desenvolvimento dos países era feita apenas pelo crescimento do seu Produto Interno, dividido pela população. Era uma medida exclusivamente econômica, que tinha no aumento da renda um fim em si mesmo.

O que o paquistanês Mahbub ulHaq e o indiano Amartya Sen conseguiram à época foi um feito, que hoje parece trivial: sintetizar em um só número uma medida de desenvolvimento que tinha o ser humano no centro, e abrangia as dimensões econômica, de longevidade e educação. Continue lendo

Tão jovens, tão cruéis [bullying]

‘Bully’, o videogame; ganha quem atazanar mais a vida dos colegas

[Carolina Rossetti – O Estado de S. Paulo, 30 out 10] Como explicar o comportamento esdrúxulo de três jovens que agrediram um casal de gays numa festa de faculdade desferindo contra os dois, além de chutes, xingamentos e latinhas de cerveja, toda a sua ira homofóbica? Como entender a atitude de um grupo de rapazes que achou que seria um tanto cômico tratar suas colegas como montaria subindo-lhe nas costas e gritando: “Pula, gorda!”? E ainda qual o problema da menina de 14 anos que usou a lâmina do próprio apontador para cortar – nove vezes – o rosto da companheira de classe? Afinal, jovens, por que tanta raiva?

Educador há mais de 37 anos e pai de Curtis – que morreu em consequência de um vida inteira de bullying -, Allan Beane é hoje um militante da causa “mais respeito, por favor!” O autor de Proteja Seu Filho do Bullying diz que o problema não se circunscreve à juventude. É um mal de toda a sociedade, que de modo geral está mais tolerante à violência – nas ruas, nas escolas, dentro de casa. Estamos apáticos em relação a dor dos outros, e lentos demais para ir em defesa de quem está sendo rechaçado, pisoteado, humilhado. E ainda por cima, comenta Beane, gostamos de responsabilizar as vítimas de agressão pelas próprias indiscrições (“Também, com aquele vestidinho rosa, o que ela esperava?”). Somos nós, portanto, enquanto sociedade, que estamos disfuncionais. Continue lendo

Índice de suicídios no Brasil é problema de saúde pública, diz especialista

No Brasil, 25 pessoas se matam por dia, fazendo do país o 11º colocado no ranking mundial de suicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

As informações foram divulgadas pelo psiquiatra Neury José Botega, professor da Unicamp, durante a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que escolheu a prevenção do suicídio como um dos temas principais. O encontro, em Fortaleza, vai até sábado (30).

“A questão do suicídio é realmente um problema de saúde pública porque temos um alto índice de pessoas que estão passando por muito sofrimento e que poderiam ter sido ajudadas caso não tivessem se matado”, afirmou à Folha.

Segundo ele, os dados de suicídio podem ser ainda maiores do que os divulgados oficialmente, já que não é raro que muitos casos acabem recebendo outra caracterização na certidão de óbito: “O medo de não receber o dinheiro do seguro pode fazer com que muitas famílias pressionem os médicos a atestar falência múltipla dos órgãos em vez de suicídio”.

Botega afirma que o aumento dos casos de depressão e de consumo de álcool e drogas são sinais preocupantes e que podem justificar o aumento dos índices de suicídio, principalmente entre adultos jovens: “São pessoas entre os 25 e os 40 anos que estão numa fase produtiva da vida. A competitividade e a solidão nas grandes cidades são alguns dos pacotes de alta tensão social que favorecem a uma sensação de desamparo e aumentam as formas alternativas de sentir prazer, como recorrer às drogas e ao álcool.”

Segundo ele, os sinais de que alguém está cogitando tirar a própria vida não podem ser ignorados: “Aqui não vale a máxima do ‘cão que ladra não morde’. Muitas vezes a pessoa dá sinais, fala até mesmo vagamente em se matar, mas acaba não sendo levada a sério”.

ESTRATÉGIA
O psiquiatra apresentou no congresso dados de uma pesquisa internacional realizada pela OMS de que ele participou, comparando estratégias de prevenção ao suicídio.

Ao todo, foram analisadas 1.867 pessoas que tentaram o suicídio em cinco cidades do mundo. Após terem alta do hospital, metade delas recebeu o tratamento usual –mero encaminhamento a um serviço de saúde– e a outra metade teve um acompanhamento intensivo, com entrevistas motivacionais e contatos telefônicos periódicos por 18 meses.

Ao final do experimento, apenas 0,2% das pessoas que receberam acompanhamento intensivo chegaram a praticar o suicídio, taxa dez vezes menor do que no grupo que recebeu o tratamento usual.

“O contato telefônico periódico criava uma rede de apoio e ajudava a pessoa que já tinha tentado se matar a ressignificar o que havia acontecido na vida dela”, diz.

Fonte: Folha SP, 29 out 2010

Simplificação de exigências impulsiona divórcio, constata IBGE

O impacto da simplificação no processo de divórcio já foi medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1998, estimou-se que 1,1% dos casamentos formalizados terminaram em divórcio. Esse índice chegou a 1,5% dez anos depois, o maior percentual do período. O crescimento foi identificado no levantamento “Estatísticas do Registro Civil 2008”, divulgado um ano após a publicação da Lei 11.441/07, que alterou o Código de Processo Civil (CPC) para permitir que separação e divórcio consensuais fossem feitos em cartório.

Segundo esse estudo, os divórcios realizados em cartório e aqueles decididos pela Justiça, sem recurso, totalizaram 188.090 procedimentos em 2008. Desse montante, 181.456 envolveram cônjuges com 20 anos ou mais de idade, faixa que experimentou um crescimento de 4,6% em relação ao ano anterior. O IBGE atribuiu esse comportamento não só à edição da lei 11.441/07, mas também à maior aceitação do divórcio pela sociedade brasileira e à ampliação no acesso aos serviços judiciais.

É importante ressaltar que a tendência de crescimento na taxa geral de divórcios foi observada em todos os estados brasileiros de 1998 a 2008. Nesse último ano, o IBGE constatou que o volume de divórcios realizados após dois anos de separação de fato (o casal não vive mais junto) representava 70,1% do total de divórcios por escritura pública ou concedidos, sem recurso, pela Justiça. Já os divórcios concretizados após um ano da separação formal (judicial ou no cartório) alcançaram a proporção de 29,8% em 2008.

Enquanto os divórcios apresentaram um ritmo de crescimento na década analisada, as separações experimentaram um declínio, registrando-se, em 2008, uma diferença de 4,9% nas de natureza consensual. Essa redução se deve, de acordo com o levantamento, ao aumento na procura pelo divórcio direto ou pelo divórcio realizado em cartório e dependente não só de consenso entre as partes, mas também da ausência de filhos menores ou incapazes.

A maior parte das separações judiciais concedidas sem recurso e formalizadas em cartório, em 2008, foi de natureza consensual (76,2%). Em todos os estados brasileiros, prevaleceu o desejo da mulher em pedir a separação. Em 2008, a iniciativa feminina motivou 71,7% das separações judiciais não consensuais.

Já a classificação por faixa etária evidenciou, no estudo do IBGE, médias de idade mais altas para os divórcios. Os homens que recorreram à separação e ao divórcio tinham em média, em 2008, 39 e 43 anos, respectivamente. Quanto às mulheres, situavam-se na faixa de idade de 35 e 40 anos, em média, ao recorrer a cada um desses procedimentos.

Fonte: Simone Franco / Agência Senado, 29 out 2010

Apartheid Espiritual, a Nossa Miséria ~ por José Roberto Prado

“APARTHEID” é uma palavra Africâner — idioma derivado do Holandês, falado na África do Sul — que significa “separação”.

Foi usada para descrever o regime de segregação racial praticado naquele país pela minoria branca sobre a grande maioria não branca, de 1948 até 1995.

Sob este regime, a lei determinava onde cada grupo deveria morar, que tipo de trabalho poderiam se dedicar e qual educação receberiam.

A África está sofrendo de uma praga mortal.

Enquanto nos prósperos países ocidentais se gastam bilhões em busca da cura da calvície ou da obesidade, na África, a malária, cólera e tuberculose ainda matam milhões.

A AIDS, por si só, ceifará a vida de uma geração inteira em vários países. Mas não é sobre esta tão divulgada miséria africana que escrevo.

É sobre a nossa miséria, a praga mortal que nos envenena, chamada “segregação”. Continue lendo