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‘Meus amigos brasileiros me queimaram’, disse senegalês atacado em Santa Maria

“Meus amigos brasileiros…”? É assim que um jovem senegalês recém atacado por bárbaros, se refere a nós… Crime covarde, cruel, racista, inaceitável. Mais um ato de violência contra um imigrante negro no RS, terra formada 90% de imigrantes! Que o povo e as autoridades de Santa Maria não descansem enquanto não identificarem e punirem os culpados. Não basta abrirmos nossas fronteiras, é preciso multiplicar casas de acolhimento e centros de integração para os que chegam. Já passou da hora das igrejas se envolverem nesta causa. Até quando nos rebelaremos contra a Palavra expressa do Eterno? “Amem – acolham, protejam, socorram- o estrangeiro”!!! Dt 10.19

Quer mudar isto? Entre em contato comigo. ‪#‎XenofobiaNão‬ ‪#‎AcordaIgreja‬ ‪#‎AmeOEstrangeiro

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Cheikh Oumar Foutyou Diba, 25 anos, pediu ajuda em uma padaria depois de ser assaltado. O colchão onde ele dormia foi queimado. O grupo Direitos Humanos e Mobilidade Humana Internacional (Migraidh), da UFSM, assumiu os cuidados pela saúde e bem-estar de Cheikh Oumar Foutyou Diba. Por volta das 8h30min de sábado, o jovem senegalês de 25 anos foi vítima de um assalto e teve parte do corpo incendiado, enquanto dormia, na Avenida Rio Branco, na área central de Santa Maria.

[Zero Hora, 13 set 15] Três homens que o atacaram colocaram fogo no colchão do rapaz, que sofreu queimaduras nas pernas e em um dos braços. Os suspeitos fugiram, levando uma maleta com as bijuterias que ele costuma vender pelas ruas da cidade, R$ 500 e os tênis que ele usava.

De acordo com Lidiane Silveira Rocha, funcionária da Padaria Shalom, localizada na Avenida Rio Branco, Diba procurou o local para comer. Devido às queixas de dor e ao choro do jovem, ela e outras funcionárias perceberam que ele estava machucado.

Dioneia Beck, proprietária do estabelecimento, tentou ajudar Diba com medicamentos para dor e com comida. Mas, ao perceberem que as queimaduras eram graves, elas entraram em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e foram informadas que eles não atendiam a esse tipo de ocorrência, sem gravidade. O próximo passo foi ligar para a Brigada Militar (BM), onde atendentes acionaram o Corpo de Bombeiros. Em seguida, o imigrante foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), onde recebeu os curativos necessários.

A Lidiane, Diba disse “meus amigos brasileiros me queimaram”.

Como o caso não foi considerado de alta gravidade, ele teve alta no fim da tarde de sábado, tendo sido acolhido por integrantes do Migraidh, que ofereceram hospedagem e demais cuidados.

Segundo informações da professora Giuliana Redin, coordenadora do Migraidh, Diba está “muito assustado e até um pouco constrangido” com as ofertas de ajuda.

– Ele está bem fechado. Soube que ele falou pouco e chorou muito  – comenta.

Às 18h deste domingo, integrantes do grupo farão uma reunião para definir os próximos passos, tanto no levantamento das necessidades da vítima – que precisa fazer curativos duas vezes ao dia e tomar medicamentos –, quanto na apuração de responsabilidades.

Imigrante legal

O jovem informou ao Migraidh que veio de Sapucaia para Santa Maria há cinco dias, e que estava hospedado no Albergue Municipal – porém, na sexta-feira, não conseguiu chegar na instituição antes do horário de fechamento.

Segundo informações da Polícia Federal – que deve abrir investigação nesta segunda-feira – Cheikh Oumar Foutyou Diba está regularizado no país e que tem passaporte.

Mas a professora Giuliana Redin, coordenadora do Migraidh, esclarece que é dever do Estado assegurar a integridade dos imigrantes, independentemente de estarem “legalizados”.

– A condição de documentação é absolutamente irrelevante em se tratando do compromisso do Estado com a proteção dos direitos humanos do imigrante. O ato de migrar não é crime, então não existe imigração legal ou ilegal – explica.

4 abr 1968: Martin Luther King é assassinado

No dia 4 de abril de 1968, o Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, morre ao ser baleado em Memphis, nos Estados Unidos.

[DW, 4 abr 11] Em dois atentados anteriores, o reverendo Martin Luther King conseguira escapar por pouco da morte. O negro que tanto se engajou pela igualdade de direitos nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960 alcançou apenas os 39 anos de idade.

No dia 4 de abril de 1968, foi assassinado com um tiro na sacada de um hotel em Memphis. O autor do disparo teria motivos supostamente racistas. Em dezembro de 1999, no entanto, um processo civil no Estado do Tennessee chegou à conclusão de que sua morte foi planejada por membros da máfia e do governo norte-americano.

Que homem era este que conseguiu dividir uma nação e ser amado e odiado ao mesmo tempo? Para melhor entendê-lo, precisamos nos situar no contexto dos Estados Unidos em plena década de 50: uma superpotência em plena Guerra Fria, uma nação rica, um país racista.

O país que se considerava modelo de democracia e liberdade, mas seus habitantes eram classificados de acordo com a raça. Os negros eram discriminados em todos os setores: na política, na economia e no aspecto social. Continue lendo

Apartheid Espiritual, a Nossa Miséria ~ por José Roberto Prado

“APARTHEID” é uma palavra Africâner — idioma derivado do Holandês, falado na África do Sul — que significa “separação”.

Foi usada para descrever o regime de segregação racial praticado naquele país pela minoria branca sobre a grande maioria não branca, de 1948 até 1995.

Sob este regime, a lei determinava onde cada grupo deveria morar, que tipo de trabalho poderiam se dedicar e qual educação receberiam.

A África está sofrendo de uma praga mortal.

Enquanto nos prósperos países ocidentais se gastam bilhões em busca da cura da calvície ou da obesidade, na África, a malária, cólera e tuberculose ainda matam milhões.

A AIDS, por si só, ceifará a vida de uma geração inteira em vários países. Mas não é sobre esta tão divulgada miséria africana que escrevo.

É sobre a nossa miséria, a praga mortal que nos envenena, chamada “segregação”. Continue lendo

A história do Haiti é a história do racismo

close up shot of an Evil Skull...

Por Eduardo Galeano, para o portal Ecodebate

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto

Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:

– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido. Continue lendo