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Redução do índice de homicídios em SP surpreende Nações Unidas

[Pedro Peduzzi, Agência Brasil, 6 out 11] A redução do índice de homicídios em São Paulo, apontado pelo Estudo Global de Homicídios 2011, surpreendeu o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), responsável pelo relatório que foi divulgado hoje (6). Ao contrário da tendência apontada pelo estudo de que, quanto maior a cidade, maiores os riscos de ocorrência de crimes violentos, a cidade mais populosa do Brasil vem conseguindo diminuir o número de homicídios em relação à população.

De acordo com o relatório, em São Paulo os assassinatos caíram, por grupo de cem mil habitantes, de 20,8 em 2004 para 10,8 em 2009. A queda mais acentuada foi registrada entre 2004 e 2005 (de 4 pontos, chegando a 16,8). “A diminuição dramática dos homicídios cometidos em São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil, mostra que muito pode ser feito por meio de medidas preventivas e repressivas, focando fatores de risco específicos”, concluiu o estudo. Continue lendo

ONU vê disparidade nas taxas de homicídios de SP e Rio

[Folha SP, 6 out 11] Um estudo da ONU divulgado nesta quinta-feira afirma que as diferentes tendências nas taxas de homicídio nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo mostram que as políticas de prevenção de crime adotadas por governos locais podem ter impacto considerável nos índices de criminalidade.

O Estudo Global de Homicídios 2011, produzido pela Agência da ONU para Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), compara a evolução nos índices de homicídios nas duas cidades desde 2001. À época, São Paulo tinha uma taxa de homicídios próxima de 120 por 100 mil habitantes, superior à do Rio, de cerca de 105 por 100 mil habitantes.

Em 2009, no entanto, São Paulo baixara sua taxa para 40 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto no Rio o índice permanecia próximo de 100 mortes por 100 mil. Continue lendo

Macrometrópole paulista já engloba 153 cidades e 30 milhões de pessoas

[Cleide Carvalho, O Globo, 10 ago 11] Nos últimos 10 anos, o raio da mancha urbana ao redor da capital paulista dobrou de tamanho, de 100 para 200 quilômetros, tornando o que já era grande ainda maior. O processo de conurbação em torno da cidade de São Paulo já engloba 153 das 645 cidades do estado, que abrigam 30 milhões de pessoas e geram 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Denominada Macrometrópole Paulista, a área reúne 72% da população e 80% de toda riqueza gerada no estado.

A nova cidade-região deverá ser instituída por lei até o fim deste ano. O objetivo do governo paulista é criar um marco legal para planejar e financiar políticas públicas compartilhadas com os municípios, numa ação que imprime um novo modelo de gestão política compartilhada no Brasil. Baseado em estudo feito pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) e pela Fundação Seade, o conceito foi transformado no livro Rede Urbana e Regionalização do Estado de São Paulo, lançado nesta terça-feira. Continue lendo

Polícia faz ”censo” de moradores de rua do Jabaquara

[Luísa Alcalde, O Estado de SP, 8 jun 11] O 35.º DP, no Jabaquara, zona sul da capital paulista, começou a montar um banco de dados dos moradores de rua que costumam ocupar viadutos, praças, ruas e calçadas do bairro. O catálogo permitiu que a polícia descobrisse assaltantes entre eles.

Dos 111 que foram identificados, 49 tinham passagem pela polícia e três foram presos. Depois de serem fotografados e terem as fichas criminais levantadas, eles são encaminhados pelos agentes da Prefeitura para atendimentos sociais.

Anderson Lopes de Miranda, coordenador do Movimento Nacional da População de Rua, apoia a iniciativa, desde que não seja realizada de forma truculenta e sem infringir o direito constitucional de ir e vir. “Bandidos e ladrões não podem estar infiltrados entre o povo da rua. Isso só aumenta o estigma e o preconceito contra essas pessoas.”

Ele conta que uma experiência parecida já foi feita em Campinas. Depois de serem identificados, os moradores eram encaminhados a tratamentos médicos, cursos e abrigos para receberem benefícios. “População de rua não é caso de polícia. É de política pública.” Continue lendo

Indisciplina reina nas escolas de São Paulo

[Isis Brum, JT, 15 mai 11] Se a sala de aula fosse um campo de futebol, a indisciplina seria a bola no clássico ‘alunos contra professores’. O mau comportamento dos estudantes está entre as principais causas dos conflitos escolares, dizem os professores. E, sob a perspectiva dos alunos, essa relação também é vista como complicada. Em São Paulo, o descontentamento é ainda maior em relação ao restante do País: apenas 37,6% dos alunos paulistanos consideram que sua relação com o professor é “boa ou ótima”, índice inferior à média nacional, de 45%, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco).

“Indisciplina é um sintoma de que algo não vai bem em sala de aula. O aluno quer dizer: ‘estou sendo obrigado a fazer algo que não me interessa”, diagnostica Maria Regina Maluf, doutora em Psicologia da Educação e professora da Pós Graduação em Psicologia da Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para resgatar a atenção e restabelecer a ordem em sala, um dos desafios é apresentar o conteúdo de forma interessante, de forma que ele possa competir com o mar de informações à disposição nas redes sociais e em outras ferramentas do dia a dia do aluno.

“O professor, hoje, tem de tornar o método mais interessante e se colocar no papel desse aluno”, aponta Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura, Estudos e Pesquisas do Brincar e da Educação Infantil da PUC-SP. Isso significa que aulas muito teóricas, distantes da realidade dos estudantes e formatadas para serem copiadas da lousa, por exemplo, tornam-se enfadonhas para uma geração que já nasceu em meio às tecnologias interativas. Continue lendo

Em SP, 36% dos homicídios são por motivos fúteis ou passionais

[Texto de Cleide Carvalho, O Globo, 16 dez 2010]

Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz mostra que dois a cada três assassinatos ocorridos na capital paulista são cometidos com arma de fogo e 36% deles ocorrem por motivos fúteis (25%) ou são crimes passionais ou por ciúmes (11%). Vinganças e desavenças são a causa de 40% das mortes. Drogas, dívidas e assaltos motivam menos de 2 em cada 10 homicídios no município. Os dados fazem parte de uma coleta de informações destinada a implantar na cidade um Plano de Controle de Armas, em parceria com o Poder Público e feito com apoio do Gabinete de Gestão Integrada da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Entre 2002 e 2009, segundo o levantamento, pelo menos 75 mil armas saíram de circulação na cidade. Em 10 anos, entre 1999 e 2009, a taxa de homicídios na capirtal caiu 80%, passando de 52,58 mortes por 100 mil habitantes para 11,5 em 2009. A queda, porém, ocorre de forma desigual na cidade. Os homicídios são concentrados em bairros mais pobres da periferia. De acordo com o Instituto, enquanto o Jardim São Luís, na Zona Sul, tem uma taxa de 19,63 assassinatos por 100 mil habitantes, Moema, bairro nobre da Zona Sul, registra taxa de 1,4.

As vítimas são os jovens, com idade entre 18 e 30 anos. Os homens nesta faixa etária são os que mais morrem e os que mais matam. Entre as vítimas, 70% não têm antecedentes criminais, têm baixa escolaridade e não são classificados como usuários de drogas. Entre os que matam, quase a metade (49%) não tem antecedentes criminais. Continue lendo

Grande SP lidera ranking de depressão, aponta pesquisa da USP

Uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da USP revela que a depressão afeta 10,9% da população da Grande São Paulo com idade a partir de 18 anos. Os dados foram publicados em um artigo na revista científica “Depression and Anxienty”. A taxa é mais alta que a de países como Estados Unidos, Alemanha, Colômbia e Ucrânia.

A “São Paulo Megacity” foi a parte brasileira de uma pesquisa internacional coordenada pela Universidade de Harvard, EUA, e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o “Levantamento Mundial de Saúde Mental” (WMHS, na sigla em inglês).

O levantamento feito pelos pesquisadores da USP ocorreu entre 2005 e 2007 e ouviu 5.037 pessoas. Deste total, 549 tiveram ao menos um episódio de depressão no ano anterior à entrevista.

No total, os pesquisadores entrevistaram 89.000 pessoas nos cinco continentes e coletaram dados sobre sintomas de doenças psiquiátricas e físicas, entre outros assuntos.

DEPRESSÃO E IDADE

O objetivo do artigo, assinado por pesquisadores do WMHS, foi confirmar se a depressão atinge menos os idosos, como sugeriam estudos publicados na década de 90.

Alguns cientistas acreditavam que um erro metodológico era a causa da taxa menor entre os maiores de 60 anos. Os pesquisadores poderiam ter confundindo sintomas de depressão com o de doenças físicas que atingem mais os idosos.

Mas, os dados obtidos pelo WMHS não confirmaram a hipótese. Os pesquisadores observaram que a presença ao mesmo tempo de depressão e doenças físicas é mais comum entre os jovens do quem em idosos.

Pesquisadores da USP estimaram que a depressão afeta 11,9% das pessoas que moram na Grande São Paulo com idade entre 35 e 49 anos, a faixa etária mais atingida. Entre os maiores de 65 anos, a taxa cai para 3,9%. Já nos jovens entre 18 e 34 anos, a prevalência é de 10,4%.

O país com a segunda maior porcentagem são os Estados Unidos. Lá a faixa etária mais atingida –18 a 34 anos– tem uma taxa de depressão de 10,4%. Nos idosos, a taxa cai para 2,6%.

“Nossas taxas de depressão estão muito próximas e tem um padrão semelhante aos países desenvolvidos”, diz a líder do grupo que fez a pesquisa em São Paulo, Laura Helena Guerra de Andrade, médica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.

No grupo de países classificados como “em desenvolvimento”, que inclui o Brasil, apenas uma em cada quatro pessoas que tiveram a doença buscaram ajuda. Nos países classificados como “desenvolvidos”, a média foi de 53,4%.

Fonte: Folha SP, 25 ago 2010 (com AGÊNCIA USP)